O começo do fim!

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Bárbara

- Mamãe, cadê o papai? - Yas se agarra em minha perna
- Ele está trabalhando meu amor - acariciei seus cabelos loiros - Volte a brincar com seu irmão e quando menos esperar, ele irá chegar - ela se soltou de mim e correu de volta para sala onde brincava com Théo.

Olho para o relógio e o mesmo marca oito horas da noite. Henrique já estaria em casa a essa hora, por isso as crianças estão estranhando a demora. Eu também estou preocupada, confesso, ele nunca foi de se atrasar e sempre que precisava ficar um pouco mais na biqueira, ele me ligava para avisar. Mas hoje não, ele não veio e também não avisou que ficaria até mais tarde. Uma sensação ruim invade meu peito e me concentro em não pensar no pior.
- Está tudo bem, ele logo vai entrar por aquela porta dizendo que teve um imprevisto e não conseguiu avisar. Está tudo bem - repeti como um mantra para mim mesma.

Quando terminei o jantar, chamei as crianças, coloquei comida no prato de cada um e começamos a comer. Quando terminamos eu desci eles da cadeira de refeição, levei eles para sala e ficamos brincando um pouco no tapete. Dez horas eu subi com eles, como eu já tinha dado banho nos dois sapequinhas, só coloquei eles para dormir. Ambos perguntaram do pai antes de pegarem no sono. Em três anos eles nunca tinham dormido sem o carinho dele. Fechei a porta do quarto dos gêmeos e desci para cozinha. Eu não conseguiria dormir antes de ter a certeza que Henrique estava bem. Arrumei a mesa e lavei toda a louça do jantar. Marta, nossa empregada, faria isso de manhã, mas preciso manter minha mente ocupada para não surtar.

Henrique

Eu me preparava para ir para casa. Eram cinco da tarde. Eu passava as últimas ordens que deveriam ser cumpridas durante a madrugada. Foi quando um menino desconhecido entrou na biqueira, puxou a barra da minha camiseta, me entregou um envelope e saiu correndo pelo mesmo caminho que entrou. Eu estranhei e, quase que imediatamente, meus olhos encontraram os de Pedro que me olhavam atento e curioso ao mesmo tempo. Fiz sinal para ele ir para salinha. Dei a última ordem e segui até onde o Pedro me esperava. Ele veio "trabalhar" comigo depois que a Rebecca o abandonou no dia em que eles se casariam.

- Qual foi? - ele perguntou quando eu me sentei a sua frente
- Vamos descobrir agora - abri o envelope e me assustei com o que tinha dentro. De novo não! Eram fotos, da Bárbara, dos nossos filhos, da nossa casa. Fotos dela com as crianças no shopping, no parquinho. Eram muitas fotos. Junto às fotos encontrei um bilhete escrito a mão.

Eu tenho na mira aqueles que você mais ama. Basta um único passo errado teu e tudo que você tem vai cair. Um por um. Você não tem sob controle todos os seus inimigos caro Henrique. É melhor começar a repensar suas atitudes. As consequências poderão lhe custar caro caso você escolha errado. Na hora certa entrarei em contato novamente, mas não esqueça, eu estou por toda parte.

Solto o papel atônito. Isso não podia estar acontecendo de novo. Ela não poderia correr riscos de novo. E ainda tem a Yas e Théo, são apenas crianças. Eu não posso deixar que a minha família pague o preço pelas minhas escolhas. Se bem que eu nem sei qual foi a escolha que os colocaram na mira de inimigo meu, mais um. Eu nem ao menos sei de quem se trata. Estou no escuro sem ter noção alguma de qual lado atirar.

- O que a gente vai fazer agora? - Pedro pergunta depois de ler o bilhete e ver as fotos
- Eu não sei - fui sincero - Não consigo pensar em nada por hora, ainda mais sem saber com quem estamos lidando
- Ele não está muito longe de nós - ele analisa as fotos - Ou se está, tem alguém bem perto a mando dele
- Tá querendo chegar onde?
- Tem X9 envolvido nisso - ele ainda observa as fotos
- A gente precisa pensar em alguma coisa rápido, eu não posso correr o risco de perdê-la de novo, muito menos perder os meus filhos
- Posso ficar com as fotos?
- Para que? - pergunto desconfiado
- Tenho um amigo que é investigador aposentado da polícia - me olha - Talvez eles nos ajude a descobrir alguma coisa
- Pode ser - passei a mão pelas minhas têmporas - Em uma situação delicada dessa, toda ajuda é bem vinda, mesmo que eu precise pagar por ela
- Vai dar tudo certo irmão - encaro ele - Nós conseguimos uma vez, vamos conseguir de novo
- Deus te ouça Pedro, Deus te ouça

Fiquei mais um tempo ali. Eu precisava pensar, esfriar a cabeça. Não podia chegar em casa naquele estado de nervosismo, ia acabar assustando a Bárbara e as crianças. Eu não posso dar bandeira de nada. Vou ter que agir no silêncio. Era quase uma da manhã quando eu decidi ir para casa. Talvez eu ainda não estivesse mais calmo, mas eu precisa ficar perto deles, ter a certeza de que ficariam bem. Juntei minhas coisas, peguei minha moto e fui para casa. As luzes estavam todas apagadas, um dos vapores que fazem a segurança abriu o portão e eu entrei com a moto, fiz um toque com eles e entrei.
- Eu espero que você tenha uma boa explicação Henrique - quando coloquei o pé no primeiro degrau da escada ouvi sua voz sair baixa e decepcionada
- Agora não Bárbara, por favor - me virei vendo-a no sofá de costas para mim - Eu tô com um problemão para resolver, minha cabeça tá estourando
- Seus filhos perguntaram de você - ela me interrompeu - Foram dormir chateados sem o seu beijo de boa noite
- Eu converso com eles amanhã - respirei fundo - Vamos dormir, vem - voltei a subir as escadas

Cheguei no nosso quarto, depois de ter passado para dar um beijo nos gêmeos, e já fui logo para o banheiro tomar uma ducha. Quando sai, Bárbara estava deitada na cama, ela não me olhava.
- Não faça eu me arrepender de ter confiado em você de novo, por favor - ela disse em um sussurro
- Já fazem três anos Bárbara - me deitei ao seu lado - Alguma vez durante esse tempo eu dei motivos para tu desconfiar de mim?
- Não - ela me olhou - Só que você também nunca esteve tão estranho como hoje
- Eu só tô com um problema maior do qualquer outro que eu já tive, precisei pensar um pouco sozinho
- Podia ter me avisado
- Podia, me desculpa - abracei seu corpo
- Tudo bem - senti ela sorrir - Boa noite
- Boa noite - beijei seu cabelo - Amo você
- Também amo você - ela selou nossos lábios e depois se aconchegou em meus braços e dormiu. Eu demorei a pegar no sono, o medo não me deixava descansar. Não importa o dinheiro que tenho, o poder e todo o resto, se eu não tiver a minha mulher e os meus filhos comigo, nada disso tem valor para mim. Eu preciso pensar na melhor maneira de deixá-los a salvo de toda essa merda. Não é justo que eles paguem por um erro meu. Eu vou protegê-los, custe o que custar!

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Oie meus amores, voltei! ❤

Como eu ando um pouco sumida, quero dar a oportunidade de vocês se manifestarem. Me digam:

O que estão achando da história?

O que acham que vai acontecer agora?

O que vocês sugerem para melhorar a história?

Me contem rs

Talvez eu volte ainda essa semana, porém nada garantido ainda.

Beijos 😘

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⏰ Última atualização: Mar 13, 2018 ⏰

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