O campo

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Scarlett on:

Era para ser mais um dia normal,não era? É... Eu pelo menos achava isso...

Ouvi o barulho atordecente do despertador soar como mil buzinas na minha cabeça, martelando repetidamente no meu cérebro da forma mais torturante possível; e a minha vontade era de simplesmente jogar longe tudo o que fizesse barulho no momento, principalmente o despertador, então me recordei que já era segunda-feira, lutando bravamente para levantar-me.

Olho para o alarme, com ódio, que ainda soava estridentemente pelo quarto inteiro. Está bem, não era assim tão alto e tão irritante, mas é que ser acordada as seis horas da manhã é um saco, principalmente na segunda-feira. Cancelei-o e comecei a caminhar em direção ao banheiro, lentamente.

Mas então algo e chamou a atenção no meio do caminho, em cima da minha escrivaninha havia algo a mais, um livro chamado ''A VIDA NAS TREVAS''. Senti um calafrio quando o toquei. O que não esperava era novamente meu celular começar a tocar me dando um susto.

Mas que diabos é agora?-perguntei relutante voltando ao celular e vendo que era uma ligação de Ezra. Arqueando as sobrancelhas, deslizei os dedos pela tela atendendo o celular.

-Você, por favor, poderia vir me buscar na casa do Zach? Estou bêbado demais para ir dirigindo-sua voz soou sonolenta demais e distante.

-Você passou a madrugada bebendo mesmo?- perguntei rindo um pouco, pois não acreditara totalmente na história que Dianna me contara, mas agora é possível acreditar.

-Sim... Foi difícil não beber- Sua pausa me causou agonia.

-Entendo, depois me conte o que aconteceu. Vai pra frente da asa que já estou virando a esquina- disse, mas o que não era verdade, pois mal começara a me arrumar.

Ele agradeceu e então desligou. Corri para o banheiro, tomando um banho rápido e logo depois me maquiando. Essa foi a primeira vez na história que me arrumei em vinte minutos - maquiagem, roupa, banho -, porque eu sabia que alguém me esperava, e odiava fazer as pessoas esperar, assim como também odiava esperar.

Peguei o livro colocando em minha bolsa, logo desci as escadas descontroladamente, com a mochila pendurada em um ombro,com uma alça somente, indo para a garagem e entrando no meu carro, um Corsa Hatch preto. Liguei o carro mais rápido que pude, já dirigindo para a casa de Zach.

Quando atingi as extremidades da casa, Ezra já estava posto a pé na frente da porta, dando acenos de mão para mim. Parei em frente a casa, que o mesmo começa a caminhar em direção  ao carro, com uma roupa quase um pijama, cabelo bagunçado e óculos escuros. Destranquei a porta do passageiro, para que pudesse entrar.

-Obrigado - disse assim que sentou-se ao meu lado. Sua voz estava rouca e seu hálito que repugnava as minhas narinas.

Enquanto dirigia, por um tempo, me segurei para não conversar com ele, para não comentar sobre isso, mas era impossível. Eu tinha de falar.

-Sabe de uma coisa estranha? -disse desviando o olhar para ele, que, pelo feito de sua testa, arqueada as sobrancelhas.

-Não, o quê?

-Este livro apareceu na minha escrivaninha hoje quando acordei. -disse abrindo minha bolsa de tirando de lá o livro ''A VIDA NAS TREVAS'', e, por incrível que pareça,  esse livro me parecia muito familiar.

Não pude deixar de notar que a boca de Ezra estava realmente um pouco aberta, suas sobrancelhas quase levantadas acima do óculos escuro, não consegui ver seus olhos, mas aposto que era de espanto, assim como seu corpo todo transmitia, espanto.

-Ezra? -chamei-o, tirando de seus pensamentos, quaisquer que fossem.

-Você...Você precisa se livrar disso. -ele voltou-se para mim.

-Por quê? - perguntei parando o carro em uma das vagas do estacionamento da escola, abrindo a porta para sair. Quando saí, esperei até vê-lo fora também para trancar o carro. -Afinal, é só um livro -disse vendo Ezra sair do carro e o tranco.

-Sim.. é só um livro... -ele repetiu vagamente e arqueei as sobrancelhas. Havia realmente algo de estranho acontecendo.

-No intervalo, me conte o que aconteceu para estar assim. -disse  ele, que me olhou tirando os óculos, balançando a cabeça positivamente.

Passou por mim indo para dentro do prédio, e logo fiz o mesmo, indo para o meu armário. E, o estranho, não vira Dianna ainda, ala não aparecera, o que é estranho, pois ela nunca, nunca faltou um dia na escola. 

Abri meu armário e logo me espantei. Vi o livro ali, meu coração acelerou e fiquei em cautela.

-Como isso é possível...? -pergunte a mim mesma, abrindo a minha mochila e vendo que o livro não estava mais ali. Ainda assustada, agarrei o livro em minhas mãos, percebendo um bilhete cair no chão.

Peguei-o vagamente e li as poucas palavras que haviam: ''ADEUS''; e logo abaixo o nome Dianna estampado. Realmente a sua letra, o que meu coração acelerou mais ainda.

O sinal tocou e todos já estavam nas salas, somente eu no corredor. Eu tinha que achar o Ezra, ele tinha que ver isso, eu não estava louca, não podia estar louca, não podia estar louca.

-Ezra! -chamei-o pelo corredor.

-Ezra! -disse correndo com livro em minhas mãos, o lado ruim, estava com Camersim nos pés, é difícil correr assim.

Desequilibrei-me de perto das escadas, caindo no chão. O livro caiu antes de mim, sendo aberto na metade é minha mão sobre ele. Uma dor estridente me abraçou no momento, um grito de pavor e pânico soava pelo locar, o meu grito.

De repente a dor se sessou, não sentia mais nada além do Sol atingindo gradualmente minha pele, de uma forma fresca e amável. Olhei a minha volta e estavas em um campo, era  tudo simplesmente lindo, com um castelo cinzento logo a dois campos.

-Vamos Scarlett, temos que correr! -ouvi a voz fina e bondosa de uma garotinha soar a minha frente, agarrando a minha mão e me puxando.

-Tudo bem Dharma, estou indo -disse sorrindo, e então me assustei. Como acabei ali? Como sabia o nome desta criança? Porque usava um vestido?

-Vamos, temos que passar os campos -Dizia a criança rindo e logo soltando a minha mão e correndo.

The End of the WitchesOnde histórias criam vida. Descubra agora