Promíscua

चौबीस

Minha cabeça estava voando com os pensamentos em André. Depois que assumi para mim mesma que estava apaixonada por meu Dedé, era assim que eu ficava.

- Júlia! – Helô me chamou.

- Oi! – respondi me ajeitando no sofá.

- Minhas malas estão chegando. Sabe o que isso significa né?

- Are! – falei alto levantando para abraçá-la. – Enfim os tios deixaram você morar aqui no Brasil!

- Tiri He! – falou alto. – Chukriá, deuses! – elevou as mãos aos céus.

- Vamos sair para comemorar! – exasperei. – Vou lhe levar numa boate maravilhosa que tem aqui na cidade.

- Vou ligar para o Joca! – bateu palmas. – Você vai ligar para o André?

Por um momento eu havia esquecido isso. Mencionei a boate lembrando das noitadas em que eu caía quando era solteira. Meu sangue de promíscua falou mais alto.

- Vou sim! – respondi rápido. – Vou ligar agora.

Ela saiu atrás de seu telefone celular e eu me joguei no sofá suspirando. Eu sentia sim um pouco de falta do meu tempo de solteira, mas estar com André me fazia muito feliz. Dividir meus momentos com ele e no final do dia ter um peito onde descansar, alguém para me ouvir... E o sexo com ele não é só sexo. É algo que eu não sei explicar, a conexão é única.

Sorri lembrando de meu homem.
Disquei seu número e ele me atendeu no segundo toque.

- Oi minha indiana! – atendeu carinhoso.

- Estou com saudades, amor! – falei encabulada.

- Tem menos de doze horas que nos vimos! – falou risonho.

- Não importa, minha cama fica vazia e sem graça sem você!

- Eu acho o mesmo da minha quando você não dorme aqui. Depois que passamos a dormir juntos, eu passei a odiar dormir sozinho.

- É exatamente isso. Dakho, os pais de Helô mandaram suas malas para o Brasil. Ou seja, ela enfim vai morar comigo aqui. Estamos querendo sair para comemorar mais tarde, topa?

- Claro que topo! Só me dizer o endereço e o horário.

- Tá certo, então. Vou confirmar com ela e o Joca e aí te passo uma mensagem com tudo direitinho.

- Tá certo, amor! – algo apitou do lado de lá.

- O que está fazendo? – perguntei.

- Esquentando comida no micro-ondas, curiosa! – soltou um risinho.

Ri.

- É porquê eu escutei algo apitar, né?! Aí perguntei.

- Tá bom! – falou com a boca cheia. – Hm! Amanhã você e a Helô vêm almoçar aqui. Mais tarde te explico!

- Sim, senhor! – falei risonha. – Vou deixar você almoçar, Dé. Beijos e até mais tarde!

- Beijos! Até mais tarde! – falou. – Também estou com saudades.

- Saudades!

Helô desceu as escadas terminando sua ligação e eu desliguei a minha.

- Pronto? – perguntei.

- Tik! – ela sorriu. – Ele pediu para que eu passasse o endereço e o horário para ele por mensagem!