2° Temporada: Confiança se conquista.

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Por Bella.

Encarei Edward por alguns segundos antes de assentir positivamente e deixá-lo entrar no meu quarto.

—Você está ensopado. – Comentei. –Quer tirar a roupa? Eu posso emprestar o meu roupão para você. – Eu ofereci.

Edward assentiu e eu indiquei á ele o banheiro e lhe dei meu roupão rosa para ele, que me olhou com as sobrancelhas estreitas e nada falou, apenas deu uma risada abafada antes de entrar no banheiro para se trocar.

Aproveitei para trocar as minhas roupas e coloquei algo simples e mais confortável.

Sentei na frente da janela e fiquei observando a chuva cair enquanto esperava Edward sair.

Não demorou muito para ele sair com as roupas encharcadas nas mãos e vestindo o meu roupão cor de rosa, era uma cena engraçada de se ver, ele estava realmente adorável vestido daquele jeito.

Ele colocou as roupas molhadas dentro do cesto do meu quarto, como eu pedi á ele.

Eu me levantei e deitei em minha cama, e chamei Edward para se deitar comigo, ele o fez.

Edward se deitou ao meu lado, e eu resisti ao impulso de deitar ao seu peito, então ficamos assim, lado á lado na cama, de frente para o teto.

Escutei Edward respirar fundo antes de se pronunciar.

—Preciso te contar uma coisa. – Ele me avisou.

Olhei para ele pelo canto do olho, sentindo minha curiosidade se aflorar, me mexi para ficar mais confortável sobre a cama.

—Sobre? – Eu questionei.

Edward pareceu hesitar.

—Victória. – Ele disse por fim.

Cerrei meus dentes de forma automática.

O que ele iria dizer? Que já a conhecia do passado? Que ele já teve algo com ela? Ou que ele queria ter algo com ela?

Novamente minha mente me trapaceou e começou a criar teorias em minha cabeça, teorias nada convencionais, isso sempre acontecia comigo.

Suspirei.

—Victória é a ruiva de alguns minutos atrás? – Perguntei me fazendo de desentendida.

—É sim. – Edward respondeu.

—Tudo bem. – Eu disse. –O que você quer falar sobre ela? – Perguntei encarando fixamente o teto branco acima de mim.

Edward hesitou alguns segundos, longos segundos para ser mais exata, antes de me responder.

—Ela me convidou para tocar piano em uma apresentação que ela está preparando para a aula de música. – Ele respondeu.

Tudo bem, isso era normal.

Tirando o fato em que ela dá em cima dele, mas eu preciso me acostumar com essa mania de Edward atrair mulheres como se fosse mel.

—E? – Eu o incentivei a continuar.

—Eu respondi que iria ajuda-la. – Edward continuou.

Confiança era isso que eu precisava ter em Edward, confiança.

Eu precisava entender que por mais que eu quisesse o afastar de todas as mulheres da face da Terra, eu teria que entender que é normal essas situações acontecer, eu só preciso ter confiança nele que o nosso relacionamento irá dar certo, isso é simples.

Eu não confio plenamente em Edward na questão de sinceridade por conta do que aconteceu no passado, mas no quesito traição, eu confio nele e sei que ele não me trairia.

Posso não ter cem por cento de confiança nele, mas confio em sua fidelidade o suficiente para não dar um ataque de ciúmes nesse exato momento.

—Por que está me contando isso? – Eu perguntei para ele.

—Por que eu achei que você merecia e deveria saber. – Ele respondeu prontamente. –Eu não quero que haja mal entendidos entre nós, por isso quero sempre deixar as coisas bem claras para nenhum de nós dois tirarmos conclusões precipitadas. – Edward argumentou.

Me surpreendeu a sua linha de pensamento, ele tinha razão, era sempre melhor nós avisarmos antes de fazer ou falar qualquer coisa precipitada.

—Você tem razão, e eu o agradeço em me contar. – Eu o respondi.

—Mas você irá me deixar ajuda-la na apresentação? – Ele perguntou retoricamente.

—Eu não sou sua dona Edward para lhe dizer o que você faz ou não. – Eu respondi revirando os olhos com a sua pergunta.

Aquela pergunta fez parecer que eu era a sua mãe.

—Eu sei que não é, mas eu gostaria que as coisas entre nós não mudasse caso eu fosse ajuda-la na apresentação, eu quero que possamos estabelecer um acordo e uma confiança entre nós. – Edward rebateu.

Eu respirei fundo e o olhei.

Ele olhava para o teto, mas desviou o olhar para mim.

—É claro que você pode ajuda-la Edward, eu confio em você. – Eu respondi.

Edward sorriu abertamente para mim.

—Obrigado, você não faz ideia o quanto eu queria escutar essas palavras saindo de você. – Ele disse me roubando um rápido selinho.

—Já que estamos sendo sinceros um com o outro, e já que iremos ser sempre assim para evitar desentendimentos e brigas bobas, eu também preciso te contar uma coisa. – Eu comecei.

Edward arregalou levemente os olhos.

—Pode falar Bella. – Ele disse a principio de forma calma.

Procurei as melhores palavras pra usar.

—Alec e eu conversámos hoje sobre as aulas de teatro que iremos ter. – Eu iniciei vendo a expressão de Edward se estreitar, mas ele nada disse, apenas esperou que eu falasse. –O nosso professor de teatro, senhor Rolf quer fazer uma peça de estreia que será Romeu e Julieta, e ele quer que Alec e eu faça os testes para ser o casal principal. – Eu finalizei.

Edward estreitou duramente as suas sobrancelhas enquanto sua mandíbula travava, sua expressão era clara de insatisfação, mas ele nada falou, apenas ficou me encarando por um longo tempo antes de resolver dizer algo.

—Eu não curto muito isso, mas se caso vocês forem fazer essa peça, tudo bem, eu confio em você Bella. – Ele respondeu.

Minha boca provavelmente estava aberta naquele momento.

Aquele era o mesmo Edward ciumento e possessivo de antes?

—Você está falando sério? Não vai dar nenhum ataque de ciúmes? – Eu perguntei desconfiada.

Edward revirou os olhos.

—Não vou dizer que estou feliz por isso, por que não estou nem um pouco. – Ele esclareceu. –Mas como você confiou em mim para aceitar que eu ajude Victória, eu também irei confiar em você e aceitar que você faça esse teatro com o Alec. – Ele continuou.

Olhei para Edward orgulhosa.

Ele não estava dando um ataque, apesar de não ter gostado muito da noticia, ele estava aceitando, conformando, e principalmente confiando em mim.

Ele estava controlando o seu lado ciumento e irracional e isso me fez pular sobre ele, e lhe beijar longamente lhe mostrando o quão feliz eu estava pela confiança que estávamos trocando.

Ciúmes, nem sempre é por falta de confiança, é por medo de perder aquilo que amamos. — André Mohr Bonatto

Continua.

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