Valentina Morais só queria conhecer o mundo, mas graças a suas amigas e um site maluco, ela acabou conhecendo nove mundos diferentes.
Mesmo aos vinte e um anos, Valentina não se permite viver, até ter um choque de realidade e aceitar a idéia maluca...
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Eu encaro o horizonte azul que tanto me acalmou por esses dias. O azul límpido do céu se encontrando com o azul do mar. A coisa mais lindo do mundo inteiro.
Eu já estive em cidades lindas. Lugares que são conhecidos como maravilha do mundo. Mas nenhuma delas, sem excessão, foi capaz de me tirar o fôlego como a pequena ilha de Serifos.
Nem Creta achei tão linda e impactante. Talvez seja o fato de ser isolada, remota e privada que a faça tão linda, mas ela tem algo que não sei explicar.
Me sento na pedra escura e respiro fundo. Minha canga está lá na praia, junto com o restante das minhas coisas. Eu subi até aqui para pensar um pouco e, lógico, ver essa vista tão perfeita.
Olho para trás e vejo a mansão do Eros e do Brian, parece um templo grego. Agora que vi os templos de perto só consigo chamar a casa deles assim. Foi a primeira coisa que falei quando vi o templo de Atena, as ruínas na verdade.
Brian me levou a alguns dias atrás para visitar Atenas e, Deus, como o lugar é lindo. Tudo que eu imaginei e mais um pouco.
Brian me levou pra conhecer Creta e outras ilhotas também, uma mais linda que a outra. Tudo encantador, parecendo imagem do Tumblr sabe, de tão bonito que era.
Eros nos acompanhava quando podia. Quando a gente foi pra Atenas, ele não pode ir mas nos acompanhou no helicóptero. Em Creta e nas outras ilhas ele teve que ficar o iate trabalhando.
O que ele mais faz, pelo que pude perceber, é trabalhar. Ele viaja todos os dias para Atenas pela manhã e volta só um pouco antes do jantar. Eros é viciado no trabalho.
Brian é mais relaxado, de certa forma. Ele trabalha também, para o Eros, e é o que as pessoas acreditam quando os vêem juntos, mas ele não é viciado no trabalho como o Eros, ele trabalha no tempo dele como ele diz.
Sorrio lembrando das presepadas que o Brian me empurrou para fazer. Ele é bem maluquinho, mas tenta fingir que não, o que me fez levar a culpa em algumas loucuras dele.
Como derrubar uma estátua no museu em Atenas, jogar um camarão no cabelo de uma idosa num restaurante em Creta e por aí vai.
As pessoas me olham agora com um certo receio, acho que elas tem medo de ficar perto de mim e eu fazer alguma maluquice dessas.
Brian é totalmente diferente dos outros gays que conheci. Ele não aparenta ser, ele não tem jeito, não tem voz afeminada, nada nele é afeminado. Ele é homem em tudo que faz, no andar, no agir, no falar. Em tudo.
Ele essa semana me disse algo que me surpreendeu muito. Ele disse que não é por ele gostar de homens que ele é uma mulher, ele só é um homem que gosta de outro homem.
Isso é bem diferente do que a gente vê por aí e eu achei bem legal da parte dele não mudar o jeito dele somente pela sua orientação sexual.
A gente conversou bastante essa semana, sobre as coisas que ele gosta e sobre o que eu gosto também.
