Capítulo 3

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Gustavo

Horas mais cedo...

Deixo a Manu com Hellen e parto rumo ao escritório. Penso sobre a tal irmã da Manu e, realmente, acho que isso não vai dar certo. Manu fez sua escolha, não acho que ela me ame mais. Acho que ela optou pelo menor risco. De qualquer forma, sei que André ficou muito puto e com toda a razão. Mais tarde tenho que falar com ele.

Ao parar em um semáforo vermelho, sinto meu celular vibrar no bolso da calça e o pego na mão. Fico uns dois minutos observando o visor antes de atender.

— Alô.

— Oi, meu amor, como você está?

Não respondo...

— Já faz um bom tempo, né?

— Dá um minuto, por favor — peço, atordoado.

Passo no farol verde e estaciono o carro o mais próximo possível.

— O que houve Pyetra, por que está me ligando? — pergunto sem rodeios.

Pyetra foi minha namorada na época de escola. Quando entrei para a faculdade, nós terminamos o namoro, mas vivíamos transando. O sexo entre a gente sempre foi muito bom e só paramos quando ela começou a namorar e noivar logo em seguida.

Seu relacionamento terminou menos de um ano depois. Logo entrou em contato comigo querendo voltar com nosso lance de transar e eu, obviamente, aceitei. Transamos por anos, mas sem qualquer tipo de cobrança ou fidelidade, até que peguei Pyetra no meu apartamento com um amigo meu.

Ciúme? Não! Falta de vergonha na cara. Confesso que usava esse apartamento para as minhas fodas. Ela tinha as chaves porque era lá que transávamos nos meus horários de almoço. O apartamento é bem perto do escritório. Na época eu estagiava, era cômodo pra mim.

Depois disso, ela veio dizendo que queria me provocar, mas nem dei ouvidos. Mulher era o que não me faltava e achei a atitude dela desprezível.

— Queria saber como você está, docinho — diz ela com voz melosa.

— Não me chama de docinho, Pyetra. Você precisa de algo?

— Sim, mas não posso falar por telefone. Podemos tomar um café?

— Não tenho tempo pra isso. Esteja na mansão às 19h00, estou verificando os últimos detalhes de uma festa que estamos promovendo. Estarei lá neste horário. Pode ser?

— Sim, docinho. Estarei lá! Um beijinho.

Desligo o telefone sem responder e largo o celular no banco do passageiro. Passo minhas duas mãos pelos cabelos, olhando em vão pela janela. Olho para baixo, incrédulo. Parece que meu pau reconhece ela.

Ela sempre me chamava de docinho quando queria me seduzir ou me chantagear com sexo, afinal meu pau sempre foi a favor dela. Será uma boa encontrar hoje com ela? Não sei se estou preparado pra isso.

Olho mais uma vez pra baixo, tendo a certeza que não estou.

As horas passam voando. Chamo o André para almoçar na praça de alimentação do shopping.

— Você detesta comer em shopping. Por que marcou aqui? — pergunta André.

— Porque preciso comprar umas coisas pra levar para a mansão numa loja aqui do lado. Pyetra me ligou hoje — vomito a informação para André.

André está com os olhos arregalados e pisca muito mais que o de costume, como se demorasse a processar a informação.

Espero pelo que ele tem a dizer, mas nada sai de sua boca.

Segredo Inesperado - Livro 2 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora