iv. melhor hipótese

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CAPÍTULO 4

Sábado

"Onde estiveste ontem à noite?"

"Não tens nada a ver com isso." Ryan devolveu.

Alec tirou o capacete e pousou-o ao lado do seu irmão.

"Com a Octavia?"

"Sério, meu, não tens nada haver com isso."

"Meninos, parem. Por favor." O seu pai interveio. "Podemos apenas conversar calmamente?"

"Eu estava a tentar, mas o Ryan não pareceu entender." Alec disse.

"Não, tu estavas a tentar meter-te na minha vida!" O seu irmão levantou-se.

O resto da família foi atraída, para aquele canto do pátio, pelo volume de Ryan. Todos estavam, provavelmente, curiosos sobre o que seria a discussão desta vez.

"Tu metes-te na vida de toda a gente! Ou pensas que ninguém reparou na tua tentativa falhada de te meteres na vida da popular da equipa de volley, uh?" Ryan aproximou-se. "Tu sentes-te sozinho e pensas que a vida dos outros vai preencher o teu vazio!"

"Cala-te." Alec cerrou os seus punhos.

"Ryan-." A sua mãe avisou.

"Tu intrometes-te na vida de todos porque não tens uma própria, não é?! Bem, nós estamos todos fartos de ter pena de ti! Porque sequer haveremos de ter pena de ti?!"

Alec tentou controlar-se, acumular a raiva dentro de si, mas com a última acusação de Ryan, a pressão tornou-se impossível de aguentar. Ryan preveu o que estava por vir, mas o seu ágil movimento foi demasiado lento. Duas mãos fortes agarraram-lhe o pescoço. Os irmãos estavam cara a cara e ninguém se atreveu a separá-los.

"Eu não preciso que tenham pena de mim, nem quero." Alec murmurou por entre os dentes cerrados.

"Eu sei." Ryan devolveu com um sorriso desafiador.

Quando Wes tocou cuidadosamente nas costas de Alec e este relaxou. Largou o seu irmão que manteve o sorriso desafiante. Mathews afastou-se. Todos os olhavam preocupados, especialmente os seus pais.

"Tudo bem, tudo bem." Alec levantou os braços. "Peço desculpa, exagerei."

Ryan riu e aproximou-se, deu uma pancadinha nas costas de Alexander.

"Vamos ver quem marca mais?"

E então, todos se riram como se nada tivesse acontecido. Afinal, era um Sábado como todos os outros dos tantos séculos que se passaram.

Para Lydia também seria só mais um Sábado, só mais um atarefado Sábado, até ter encontrado a sua melhor amiga em problemas. Aí as coisas complicaram-se.

"Tens a certeza que está tudo bem com ela?" Amelia perguntou mais uma vez.

"Sim, ela apenas ficou mesmo bêbada ontem à noite e achou melhor vir cá ficar." A rapariga dos cabelos vermelhos mentiu. "Sério, mãe."

"Se tu o dizes."

"Ah, só preciso de te pedir um favor." Lydia deu um pequeno sorriso.

"Diz, querida." A sua mãe olhou-a.

"Podes olhar pela Octavia enquanto vou à Sopa dos Pobres?" Ela pediu. "Juro que não me demoro, vou até pedir à Elena para sair mais cedo e-."

"Lydia," Amelia agarrou a cara da sua filha com carinho. "tudo bem, ok? Demora o tempo que quiseres, eu tomo conta da Octavia."

Amor Faminto || Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora