Capitulo 3- Carona

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 Não era justo aquilo, eu não queria que aquilo acontecesse. Qual era o interesse de Addam afinal?, me torturar por três semanas intactas esperando acabar com meu bom senso?, por que afinal de contas  ele não gostava de mim e ele quis que eu soubesse disso deis que pisou o pé nessa escola. Ele avia olhado para frente novamente com um sorriso debochado que ferveu minhas bochechas de raiva. Então ele quer me tratar como um saco de pancadas?, era isso mesmo, mais ele vai ter uma grande surpresa, esse cara não sabe onde esta se metendo e se sabe deve saber que eu sou uma completa boba por aceitar tudo que ele faz comigo.                          Eu desconhecia o fato de ele me odiar, mais conhecia o fato de que nele avia um coração frio. Ele poderia ser aberto e conversar com os 'outro' mais no fundo eu não sabia se era só comigo isso, ou de fato ele avia mesmo essa escuridão no olhar. Não avia um olhar de um estudante de terceiro ano prestes a terminar o ensino médio e pular para uma nova vida, tinha o rosto rodeado de amargura e nojo, nojo por mim. 

- Professor,- levantei minha mão olhando diretamente para Hank, que estava terminando de anotar as duplas no seu caderno branco acinzentado. Ele olhou para cima sobre a armação sem levantar a cabeça e me esperou prosseguir. - É permitido trocar os papeis?.

 Engoli em seco sem saber o que estava fazendo, porque sendo certa também não queria fazer dupla com Scott, mesmo que a ideia de atentar Addam me dava um certo gosto de vingança. Se ele me queria como dupla para algo bom que não deve ser, mais eu que não vou esperar ele pisar em cima de mim, quer jogar Addam?, então cheque mate para você.

- Porque a pergunta menina Susye?,- o professor automaticamente tirou os óculos de grau e me olhou serio com dois pares de pontos de interrogação sobre os olhos. 

Olhei para Addam que parecia surpreso com minha reação,ele me olhou e levantou o dedo indicador entre os lábios fazendo um "xiii" para mim desfaçadamente,  na mesma hora minha expressão mudou dando lugar a um cara confusa e boca torta, me deixando confusa. 

- Por nada não professor, - me bati mentalmente por ter dito aquilo e tirei os olhos de Addam olhando para Hank que parecia confuso como a mim. - Só queria saber professor, desculpa se saio estranho. 

 Hank contorceu a boca e me olhou como se eu estivesse duas cabeças. Depois novamente olhou para a turma e começou a explicar o porque não poder trocar os papeis, e que mesmo que trocasse os nomes das duplas já esta  registrado em seu caderno e não adiantava nada. Ah se ele soubesse que um certo alguém trocou antes de ele anotar, Ah Addam, Ah se ele soubesse. E se ele soubesse de algo do tipo que tenha ocorrido sobre suas costas o trabalho iria ser anulado de imediato, assim não dando escapatoria para um aluno de português reter no seu ultimo ano para ser feliz, porque francamente repetir no ultimo ano do ensino médio e bem uma burrice, então vou fazer o possível  para esse trabalho sair. 

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Passei pelas pessoas quase correndo enquanto tentava chegar no meu ponto de ônibus o mais rápido possível. Avia algo que acontecia comigo quase todas as noites em relação a o bendito ônibus que pego para ir para minha casa, o motorista não sei se me odiava ou gostava de brincar com a minha cara, deve ser parente de Addam. Mesmo eu dando sinal, correndo e gritando ele nunca parava aquele ônibus, e quando parava dava risada, eu era seu divertimento semanal. coloquei as mãos sobre os joelhos ofegando quando cheguei no ponto mais quando olhei avia só um vazio em meio a nada, que conclusão posso ter, ele foi embora sem mim de novo, embora isso não me impressione nem um pouco.  

- Ahhh, - falei para mim mesmo e para o nada, ou dois ou três alunos que aviam chegado agora e estavam me olhando com cara de tacho. Bufei e me sentei sobre o banquinho que avia dentro do ponto que mais parecia uma lata velha de tinta esperando novamente uns dos ônibos que passa um pouco mais perto, ou o que passa ate de mais. Coloquei as mãos sobre o rosto e comecei a gritar mentalmente comigo mesma enquanto sentia que o ponto ia enchendo de alunos, ate ficar super lotado naquele telhadinho de madeira quase que caindo sobre nossas cabeças. 

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