Chanyeol ouviu o despertador tocar, mas não quis levantar imediatamente. O cheiro de café que vinha da cozinha invadia o quarto.
Ele levantou da cama e foi até a cozinha. Hannah encheu uma caneca de café para Chanyeol.— Bom dia, amor. — Ela falou com um sorriso nos lábios, entregando a caneca para Chanyeol e em seguida deu um selinho nos lábios do namorado.
— Bom dia querida. — Chanyeol levou a mão até a barriga de Hannah, acariciou-a brevemente, e, aproximando o rosto da barriga da mulher disse: — Bom dia para você também.
A barriga de Hannah apenas começara a despontar, ela era uma mulher alta e magra, anos antes, fora uma modelo muito conhecida. Decidira aposentar a carreira para poder dedicar-se a sua paixão pela pintura, e ao namorado, e, mais recentemente, ao filho que teriam juntos.
Chanyeol olhou a hora. Já eram sete, precisava se apressar ou iria se atrasar para chegar no trabalho.
O hospital ficava a cerca de trinta minutos de onde morava. Vestiu-se, pegou suas coisas, deu um beijo em Hannah e saiu.
Chanyeol, de certa forma, gostava de trabalhar naquele hospital psiquiátrico. Mesmo com todos os riscos. Ele gostava de lá.
Mesmo que fosse extremamente contraindicado, ele acabara se afeiçoando a alguns pacientes. Especialmente Oh Sehun.
Havia algo em Sehun que lhe chamava a atenção. Ele era tão maluco quanto qualquer outro ali, porém, Sehun possuía um carisma, que nem ele mesmo se dava conta. Por alguma razão, Chanyeol tinha fé em Sehun. Acreditava que ele poderia melhorar. Que ele poderia ser uma pessoa boa. Mesmo que todos os diagnósticos dissessem o contrário.Chanyeol sabia que Sehun as vezes tinha ideias malucas e que insistia neles, independente do que que lhe fosse dito. Como ele dizer que Chanyeol e Baekhyun eram feitos um para o outro.
Embora fosse próximo dos pacientes, Chanyeol nunca falava de sua vida pessoal. Sabia o quão arriscado poderia ser aquilo.
Quando chegou na ala que era responsável, ouviu o que parecia uma algazarra, a voz de Sehun era a que mais se destacava.
Chanyeol apressou o passo, até a sala de recreação, de onde vinha todo o barulho.
Ao chegar lá, deparou-se com um seleto grupo de pacientes, pareciam estar festejando, Sehun, no meio deles, tinha, ao seu lado, Junmyeon.— Chanyeol! — Sehun gritou quando o viu o médico que se aproximava. — Veja só quem resolver sair do casulo!
— Parabéns Junmyeon! — Chanyeol falou com um sorriso nos lábios. — Fico feliz em saber que estamos progredindo.
Suho tinha um sorriso de canto no rosto, estava meio desconcertado com toda a algazarra que Sehun estava fazendo.
Chanyeol olhou ao redor do grupo que Sehun havia reunido, e viu que Roberta e Minseok estavam entre eles.
— Senhores, senhora, eu gostaria de poder ficar mais convosco, porém, preciso resolver algumas coisas na minha sala, e visitar outros pacientes. — Chanyeol falou, e retirou-se da sala de recreação.
Caminhou até a própria sala e, estranhou ao ver a porta entreaberta. Espiou por entre o espaço da porta, e conseguiu ver uma silhueta sentada na cadeira à frente de sua mesa.
Chanyeol, silenciosamente, abriu a porta, e, notou que a pessoa em questão, estava batendo um lápis na mesa repetidas vezes. Chanyeol já sabia de quem se tratava. Era Baekhyun.Pigarreou, para chamar a atenção do Byun, e entrou na sala. O rapaz não parou o que fazia. Chanyeol tirou o casaco que vestia, e deixou o restante de suas coisas em cima da mesa, sentando-se na cadeira à frente do Byun.
Chanyeol manteve-se em silêncio, esperando que Baekhyun terminasse o que estivesse fazendo antes de começar a falar.
— Em que posso ajuda-lo, sr. Byun?
— Sabe, Chanyeol, eu andei pensando muito em algumas coisas. — Baekhyun falou, olhando fixamente para Chanyeol. — E eu realmente não entendo porque estou aqui.
— Baekhyun, você sabe muito.
— Bipolaridade e TOC não são coisas comum e facilmente tratado com medicação? Podendo se ter uma vida tranquila, e longe de manicômios? — Ele tinha uma expressão séria no rosto. — Ou agora qualquer doença mental é motivo para jogar as pobres almas num manicômio?
— Você e eu, melhor que ninguém aqui, sabemos que esse não é o motivo de estar aqui, sr. Byun.
— Ah, aquilo? Não tem importância. — Byun falou, e de súbito, sua expressão mudou, ele parecia em êxtase, quase uma excitação incontrolável. — Mas, você e eu, isso tem importância.
— Já que não tem nada a dizer, peço que, educadamente, se retire da minha sala, Baekhyun. — Chanyeol falou sério.
— Diga-me Chanyeol, aquela sua mulherzinha ainda está viva? Ainda o satisfaz? — Baekhyun sorriu mordaz. — Sabe que posso te prazeres que ela jamais seria capaz de dar.
— Agradeço a oferta Byun, mas estou bem assim.
— Vamos lá Chanyeol... Eu posso dar um jeito nela, sei que você não a ama.
— Baekhyun, por favor, retire-se da minha sala ou serei obrigado a chamar a segurança.
A expressão no rosto do Byun mudou novamente, ele voltara a sério, embora um tanto tristonho.
— Eu irei sair. — Baekhyun falou, e levantou-se da cadeira.
Bateu o pé no chão três vezes, e então retirou-se da sala.
Sehun, que estava do outro lado da porta, esgueirou-se para o outro lado do corredor, antes que Byun saísse da sala, e percebesse que ele havia ouvido toda a conversa dos dois.
— Baek! Como tem passado? — Sehun perguntou, fingido se importar.
— Vá a merda. — Baekhyun falou e partiu para o próprio quarto.
Sehun entrou na sala de Chanyeol. O médico havia começado a organizar alguns papeis que estavam fora de ordem, ou que precisavam ser enviados a alguém, quando notou a presença de Sehun em sua sala.
— O que houve dessa vez? — Chanyeol perguntou, impaciente.
— Eu havia vindo aqui com o intuito de conversarmos sobre o Chen, ele está mal de novo, mas agora você tem muito o que explicar sobre essa sua história com o Byun.
— Não tenho nada a dizer Sehun, vamos ver o Jongdae. — Chanyeol falou, levantando-se.
— Esqueça o Jongdae! Pode abrir o bico, agora.
— Eu não lhe devo explicações nenhuma, Sehun.
Sehun voltou-se para a porta e a trancou, ficando encostado na mesma.
— Você realmente vai me fazer te obrigar a falar?
Chanyeol suspirou e sentou-se novamente, dando-se por vencido.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Behind The Apocalypse
FanfictionA mente humana ainda hoje é um dos maiores mistérios da humanidade. Ela pode agir de formas muito curiosas. De uma forma que jamais poderíamos imaginar. Livro II do Apocalypse