CAPÍTULO 2

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ATENÇÃO! COMPLETO ATÉ 20/11/16!  

Acordei em um quarto escuro, com um colchão no chão e um sanduíche ao lado. Não sabia ao certo o que pensar, não queria acreditar no que estava acontecendo.

Ouvi um ruído na porta e fechei os olhos. Os passos foram se aproximando de mim com lentidão. Senti suas mãos frias tocando minhas bochechas e estremeci. Sem pensar, dei um tapa em sua mão e ele se assustou.

Sem o capuz, pude ver seu rosto e seus olhos tão azuis quanto o céu, encontraram os meus. Alto, branco, seus cabelos lisos e negros estavam bagunçados, caídos em sua testa. A camiseta branca que ele usava, deixava seus músculos à mostra. Ele era tão musculoso quanto Alex.

Em seu olhar, havia algo diferente. Gentiliza e compaixão pairavam no ar. Contudo, o ignorei e forcei-me a lembrar de golpes de autodefesa, mas foi inútil. Estava nervosa demais. Ele continuou a me olhar. Um ódio se instalou em mim.

— O que vocês querem de mim? O que estou fazendo aqui? — Com raiva, me sentei no colchão para olhá-lo melhor.

—Você ainda não sabe? — Ele perguntou debochando de mim. Toda gentileza e compaixão desapareceram num passo de mágica. — Por acaso você é tão burra que ainda não entendeu? — Eu voei em seu pescoço e apertei com todas as minhas forças, o que foi em vão. Ele agarrou meus pulsos com uma das mãos e com a outra estapeou minha cara. Bem no meio do meu rosto, que queimou na mesma hora. — Não seja tão burra. Não quero ter que estragar esse rostinho tão bonitinho. — Seu olhar era duro.

Ele me soltou e saiu me deixando sozinha naquele quarto imundo e nojento. Senti a histeria tomar conta de mim. Comecei a chorar. Fui sequestrada. O que eles querem? Só pode ser dinheiro. Será que meu pai já sabe? Será que ele vai pagar o resgate? Meus pais devem estar apavorados.

— Quero sair daqui. Socorro! — gritei com todas as minhas forças. — Socorro, alguém me ajuda! Por favor. — Eu gritava e batia na porta de ferro, mas tudo era em vão.

Do outro lado da porta alguém respondeu:

— Grite o quanto quiser benzinho, ninguém vai te ouvir. — E ele gargalhou.

Não sei quanto tempo se passou e a única coisa que fiz foi chorar. Cansada, frustrada e me sentindo incapaz, acabei adormecendo.

Fui acordada com a risada deles, estavam montando uma câmera. Dois deles estavam encapuzados. Ainda não havia visto seus rostos e nem queria ver. Conhecer a face de um já era o suficiente.

A porta estava aberta. Olhei pra ela e lancei um rápido olhar em direção a eles, que não me viram acordar. Se eu for rápida... Não pensei duas vezes. Me levantei e disparei em direção à porta. Passei por um longo corredor onde vi raios de luz. Segui em frente, rumo a uma grande porta. Empurrei-a, estava aberta. Quando sai, tive dificuldades para enxergar na claridade. Com os olhos semicerrados, olhei para um lado e para o outro. Não havia nada além de uma grande campina, com mato seco, uma árvore ao longe. O sol escaldante estava queimando minha pele.

Desesperada, andei de um lado para o outro. Por fim, me rendi e me ajoelhei. Prostrada ali, mais uma vez chorei. Não sei como ainda tinha lágrimas.

Senti uma mão em meu ombro. Um arrepio frio correu pela minha espinha levantando os cabelos em minha nuca. Eu já sabia quem era e esperei por mais uma bofetada. Mas ao contrário, ganhei conforto:

— Melissa, esses caras não são legais, na verdade nem eu sou. — Ele me disse. Seu olhar era duro, mas também compreensivo. — Se você colaborar, isso logo irá acabar e voltará para sua família. Eu não quero te machucar, então, por favor, colabore.

O Homem que Roubou meu Coração [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora