O amanhecer encontrou Michelle Bouvier encolhida em uma, nada confortável, poltrona. Seus olhos fixos no corpo masculino, nu, sobre a cama.
Ela observou a forma como os primeiros raios de sol, que se infiltraram pela janela, tocaram a pele clara de Henry e soltou um suspiro.
Deveria tê-lo deixado do lado de fora do apartamento não importa o quanto ele estava disposto a gritar o seu nome. Teria sido muito mais fácil... Para ela.
Afinal nada tinha, realmente, mudado.
Ele tinha insistido em uma conversa que, na realidade, nunca aconteceu e que, se Chelle continuasse a ceder tão facilmente, nunca aconteceria. Ele havia dito que não amava Emma, mas que ela era importante para ele. Suas palavras não fizeram, absolutamente, nada para acalmar os medos que assolavam a submissa.
E embora ele tenha dito que queria tentar, ela não sabia como isso seria possível enquanto existisse um fantasma entre eles. Porque era assim que via a memória do que quer que ele tenha vivido com Emma. Uma assombração pronta para atacar no momento em que abaixassem a guarda.
Obviamente, Michelle não desejava mal à loira. Não podia. Gostaria que ela estivesse bem e não ao lado de Jason. Mas também gostaria que ela nunca tivesse retornado do mundo dos mortos para assombrar o tão fragilizado relacionamento que mantinha com Marshall. Melhor. Gostaria que ela nunca tivesse existido na vida de Henry. Ou, no mínimo, gostaria de ser ela. Afinal, era melhor saber que o moreno nutria algum carinho e reconhecia a sua importância na vida dele do que a certeza de que nunca teria mais do que momentos tórridos de paixão.
Tinha dito na noite anterior e ainda era verdade. Não era o suficiente. Precisava ter mais. O problema é que seu coração insistia em se apegar ao pouco que recebia.
Observando-o dormir, Michelle tentou pensar no que poderia tê-lo motivado a procurá-la depois de três meses afastados, a insistir para que lhe desse uma nova chance. Não sabia a resposta para as suas dúvidas, mas sabia que essa nova chance nunca daria certo enquanto ela continuasse a se sentir renegada.
Estavam fadados ao fracasso.
Ela abraçou os joelhos tentando ignorar a dor que esse pensamento trouxe. Nunca deveria ter se apaixonado por ele. Ele era seu Mestre e isso deveria ter bastado.
― Você está tão longe... ― Chelle cerrou os olhos quando ouviu a sua voz sonolenta. ― Está frio aqui, sem você.
Não existia nada que ela quisesse mais do que voltar para a cama e aquecê-lo. No entanto, tudo o que fez foi desviar o olhar do dele e murmurar:
― Eu deveria ter dito "não".
Henry estava ajoelhado a sua frente antes que ela pudesse piscar.
― O que está errado?
Foi preciso uma dose cavalar de coragem para olhá-lo.
― Se nós vamos voltar ao que éramos, eu deveria ter dito "não".
― Eu disse que quero tentar... Eu estava falando sério.
― Nós não podemos tentar se você vai continuar escondendo as coisas de mim.
― Deus, Michelle! ― Ela o viu passar a mão pelo cabelo em um típico gesto nervoso. ― Eu não estou escondendo nada.
― Então, você vai me contar o que houve entre você e Emma? Tem que ter acontecido algo para que você reagisse como reagiu ao revê-la.
A bem da verdade é que não sabia se realmente queria saber, mas não tinha muitas escolhas. Não se quisesse permanecer com Henry e ela queria isso. Muito.
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Despertar de um Dominador
Romance********DEGUSTAÇÃO ********* Uma palavra mudou tudo... Uma palavra e todo o mundo de Henry Marshall virou de cabeça para baixo. Uma palavra... e os papeis se inverteram completamente. Depois de explorarem diversas facetas do relacionamento recém co...