Forro Danado de Bom

48 7 3
                                    

O sol raiou, o galo cantou, Olinda acordou e na casa do coronel Hyuuga todo mundo se levantou animado, prontos para a correria do grande dia que era chegado. A noiva já era paparicada por todos, se preparando para o casório. No centro da cidade, todos os olindenses eram testemunhas do agito causado pelo casamento da filha mais velha do coronel na igreja da Sé, que estava belamente enfeitada pelos lírios brancos. O burburinho era geral, uma vez que o próprio Hiashi fizera questão de espalhar a notícia do casamento de Hinata com aquele em quem apostava todas as fichas que seria o próximo prefeito da cidade Pernambucana. Os comes e bebes também estavam bem adiantados, a festa certamente se seguiria além da madrugada. Os noivos estavam em uma pilha de nervos, sabiam muito bem o que aquele casam antes representava além da união de duas pessoas que se amavam, tinha muito poder em jogo e todo aquele luxo que os cercavam tinha uma razão que ia muito além do que a realização dos sonhos  da princesinha da cidade, tudo aquilo era a demonstração do poder aquisitivo e político dos Hyuuga. A cidade nunca esteve tão movimentada, figuras da política estadual compareciam em peso, até mesmo o governador de Pernambuco estava ali se preparando para prestigiar a cerimônia. O noivo estava empolgado, vestiu seu terno tão bem passado e engomado que mais parecia uma roupa de brinquedo, terminando de dar o nó em sua gravata com um cuidado minucioso para que parecesse o mais perfeito dos homens, como o dia em questão exigia que parecesse. Era o dia mais importante de sua vida, aquele era o mais importante passo que dava em direção à ascensão política, não haveria quem não lhe desse o voto depois de ver o tanto de bons contatos tinha para tirar do papel suas promessas de campanha, e ainda ganharia com essa manobra uma esposa bela, bem educada, de boa família, com seus atrativos de recato – e também uns atrativos mais quentes, por assim dizer –, por isso sorriu, era o mais sortudo dos homens e sabia bem o quão grato devia ser ao coronel que apenas exigia facilidades e  bons favores na prefeitura em troca do grande favor de lhe ajudar a virar oficialmente um político importante.

— Bom dia, meu filho! - perguntou Kushina, sua mãe, entrando atordoada em seu quarto para preparar tudo para a noite de núpcias do casal, já trocando os lençóis.

— Bença, mainha! - pediu beijando sua mão.

— Deus e a Virgem te abençoe, meu filho! - respondeu arrumando seus cabelos loiros, lambendo a mão para deixá-los mais lisos no penteado, rindo satisfeita e batendo levemente em suas bochechas. - Meu orgulho! - beijou seu rosto. - Nem tô acreditando que meu menino vai casar com uma boa moça e ainda vai ser prefeito de Olinda! - dizia orgulhosa, o deixando satisfeito.

— Um dia, mainha, a senhora ainda vai me ver sendo o governador do Pernambuco, ou melhor, presidente desse Brasil! - prometeu sonhador voltando a arrumar a gravata.

— Tu pode ser o que tu quiser, contanto que me dê um netinho e num acabe com o coronel lhe metendo a faca no bucho! - engoliu em seco só de lembrar das ameaças de seu futuro sogro no dia anterior. - O que que há?

— To preocupado com Kono, mainha, ser neto de comissário Sarutobi num vai livrar ele do facão cego de coronel Hyuuga não, visse? - a ruiva negou com a cabeça, apoiando as mãos na cintura e batendo o pé direito.

— Pois ia ser bem feito pra esse malandrinho, pra aprender a não ficar se enrabichando por aí com a caçula do dono da cidade sem ele saber, tomara que num tenha mexido* com a menina, já pensou o escândalo de ter uma filha perdida antes do casório? - ele riu nervoso, coçando a nuca, lhe deixando furiosa e indignada ao entender o que aquilo significado. - Tu num me diga que chumbregou com Hinata antes da hora? - perguntou puxando sua orelha, lhe arrancando um baixo grito de dor. - Tu me tirou a pureza de uma moça de família como se ela fosse uma das rapariga do cabaré de madame Tsunade? - repreendeu chocada com a atitude do filho e também surpresa que moça tão recatada quanto Hinata tivesse cedida aos prazeres da carne.

Tropicana Onde histórias criam vida. Descubra agora