Cheiro de Fruta e Gosto de Mel

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O suave barulho das ondas do mar contra a areia da praia, o cheiro da maresia, o balançar das palmeiras e coqueiros da costa, o calor típico do nordeste. Do alto de uma das mangueiras da fazenda do coronel Hyuuga, homem poderoso, importante para o cenário político de Olinda, por um jovem que colhia um dos frutos, se apoiando bem em um dos galhos para, com a ajuda do canivete que trazia no bolso de sua calça, comer da manga rosa em suas mãos tranquilamente, bem, não tão tranquilamente assim. Pensava ele estar só, mas logo um aroma feminino se fez presente, ela estava ali.
— Então tu tais aí, né, homem? - a voz levemente irritada da jovem mulher lhe assustou, por pouco não caiu da árvore, deixando a manga cair sobre o mato baixo.
— H-Hanabi... - desceu assustado ao ver Hanabi, a filha mais nova do coronel, jovem morena, com seus exóticos olhos claros como a lua que logo iria aparecer no céu, ainda mais incomuns para uma nordestina brasileira. Correu um pouco por conta do susto, se afastando. - Que que tu faz aqui, morena? Tá querendo que o capataz de teu pai pegue nós dois? - indagou nervoso, cobrindo seus cabelos castanhos seu chapéu.
— Pois que pegue, tu sabe que Kiba sempre acoita os encontro nosso! - disse travessa enquanto o rapaz recompunha o fôlego. - Fiquei esperando tu aqui e tu me deixaste mais plantada que essa palmeira nova... - reclamou agora emburrada e com as duas mãos apoiadas em sua cintura. - Num mordo não, bem, só se me pedir... - seu riso travesso, sua pele branca que contrastava com as areias quentes da praia, seus lábios rosados, o aroma doce e frutado, o vestido branco que tanto marcava suas curvas, com a fina alça direita caída por seu ombro, tudo fazia de Hanabi a visão mais sensual aos olhos de Konohamaru, que se afastou até chocar suas costas no coqueiro atrás de si. - Por que me deixou aqui sozinha e num veio? Só porque painho chegou do Recife ontem? - seu riso demonstrava um leve debochar da situação. - Num era tu que se dizia valente no repente que me fez ontem, Kono?
— T-tu sabe que eu sempre venho, mas teu pai tá na cidade e tu sabe que coronel é brabo, morena... - a jovem deu de ombros, rindo sapeca.
— Tais com medo de meu pai, é? - se aproximou ainda mais, andando devagar de forma que, sutilmente, seus quadris requebravam atrativos e sensuais, até ficar quase que colada ao rapaz que suava frio diante da tentação que eram seus lábios. - Pois eu num tenho medo não, nem um cadinho que seja... - ficou na ponta dos pés para poder lhe alcançar, lamber o fio de caldo de manga que escorria pelo canto se sua boca e, por fim, lhe roubar um beijo, rindo debochada antes de morder o lábio e lhe abraçar o pescoço, umedecendo os lábios que ele tanto admirava. - Tá fugindo da raia? Vai dizer que num honra o que entre as pernas? - provocou ácida. - Tô achando que num gosta mais da fruta!
— Hanabi, tu sabe bem que da tua fruta eu gosto e muito, chupo até o bagaço, mas se teu pai me pega aqui contigo... - sem dar espaço para mais explicações, o beijou, sentindo quando as grossas mãos de Konohamaru passaram a lhe apalpar o corpo.
— Se ele matar tu num é melhor ter feito a noite antes de morrer? - perguntou sedutora, logo mordendo seu pescoço, sendo beijada nos lábios após isso. Ao fim do beijo, olhou nos olhos de Hanabi, que sorria num misto de doçura e malícia, acariciando seu rosto.
— Nem o mel de uruçu da fazenda de teu pai é mais doce que teu beijo, morena... - ajeitou a flor vermelha que enfeitava seus cabelos, lhe beijando novamente. - Mas como teu pai deixou tu sair de casa? - perguntou curioso.
— Falei pra painho que ia pegar da manga rosa, bem, mas eu num quero trepar em árvore não, tu sabe bem onde eu quero passar a noite trepada. - sorriu maliciosa pulando em seu colo, com o rapaz apertando suas coxas, buscando lhe apoiar no coqueiro, alternando sorrisos e beijos, mas, ao longe, um lampião era visto, o que o assustou.
— Hanabi! - Kono engoliu seco ao ouvir a voz do coronel Hyuuga, que parecia buscar pela filha caçula entre os coqueiros e mangueiras, visto o adiantado da hora. - Hanabi, tais por aqui, menina? Vai-te embora pra casa antes que eu lhe dê uma pisa! - o homem tentava encontrar tanto a herdeira quanto um possível acompanhante, já cismado das saídas de Hanabi que ajeitou suas roupas rapidamente, mirando o amante que parecia paralisado.
— Vai-te, homem, some daqui antes que painho te esgane! - aconselhou lhe dando um último beijo. - Vejo tu no casamento de minha irmã amanhã!
— Vou passar a noite toda pensando em tu... - a morena apoiou as mãos na cintura, lhe olhando acusadora com as sobrancelhas arqueadas.
— Acha que me engana é, cabra? Eu sei bem que tu vai é pro cabaré de madame Tsunade pra farra de solteiro de senhor Naruto, trocar meus braço por carinho de quenga! - ele sorriu amarelo, lhe fazendo sentir ferver o sangue.
— Hanabi, minha filha, onde tu tá? - não tinha mais tempo para bronquear o rapaz, apenas pegou algumas das mangas que estavam pelo chão e fez sinal para que o amante corresse.
— Vai-te, Kono! - um último selinho e o rapaz sumiu em meio às árvores, segurando seu chapéu e cuidando para não ser visto pelo homem. - Tô aqui, painho, tava pegando as manga! - acenou para chamar a atenção do mais velho e facilitar a fuga de Kono que a essa altura já não estava na propriedade, sendo auxiliado pelo capataz.
— Pegue tuas manga e venha pra dentro de casa, isso num é hora de moça direita tá na rua, é perigoso. - aconselhou enquanto seus olhos, tão claros quanto os de sua filha, ainda vagavam pelo lugar. - Tu num tava mais ninguém não, tava, Hanabi? - sua voz firme fazia qualquer um temer, menos Hanabi, que sempre sabia como lhe enganar.
— Tava só eu, a lua e as manga rosa, painho, já tava indo ajudar Hinata com o enxoval dela... - disse calma disfarçando o leve nervosismo do quase flagra, passando despercebida.
— Pois venha, amanhã é o grande dia de tua irmã e ela tá carecendo de tua ajuda. - assentiu um pouco nervosa, seguindo para casa enquanto olhava disfarçadamente ao redor para se certificar que o coronel não havia notado a presença de seu amante, respirando aliviada ao ter certeza de que não. Ao chegar em casa, lavou as mãos na bacia de água que havia sobre a pia da cozinha, após entregar as mangas à cozinheira que lhe sorria maliciosa, claro, cuidando para não ser notada pelo patrão que agora guardava a lamparina e lavava as mãos. - Ino, cuida bem das meninas que eu me vou pro cabaré! - a mais velha assentiu enquanto seu patrão colocava o paletó e o chapéu, beijando a testa de sua filha caçula.
— Que Deus lhe acompanhe, painho! - acenou enquanto ele se ia no automóvel que possuía, mais um símbolo da sua riqueza e de seu poder. Ainda na cozinha, Hanabi suspirava aliviada. - Minha Nossa Senhora de Fátima, Ino, tu num me disse que ia segurar painho aqui pra modo de eu me trepar mais Kono? - ralhou com a empregada, ainda assustada. - Se num é ele falar alto e Kiba ajudar Kono nós tava era lascado que ele ia pegar nós com a boca na butija! - novamente maliciosa, Ino sorriu.
— Então o neto do delegado gosta de provar do caldo da fruta? - talvez fosse por isso que as duas se gostassem tanto, eram igualmente travessas e, até mesmo, segundos os padrões da época, pervertidas.
— Gostar ele gosta, mas é porque a fruta é boa! - respondeu mordendo o lábio inferior. - Ah, tu num me lembre disso que já sinto o corpo borbulhar de dentro, sinto até saudade de tá com meu bem... - suspirou apaixonada, fazendo a amiga negar com a cabeça.
— Num preciso nem perguntar se a fruta dele também é boa, pra tu correr o risco de teu pai pegar você se trepando por aí.... - olhou bem para os lados, se certificando de que realmente não havia nenhum dos homens do coronel lhes ouvindo. - Capaz dele capar Kono, visse? Coroné num leva desaforo e nem vai aceitar a desonra da filha...
— Oxe, Deus me livre painho capar meu bem, vai me fazer uma falta danada na hora de brincar de cavalinho. - ambas riram, alto o suficiente para que mais uma pessoa percebesse a chegada da Hyuuga mais nova.
— Hanabi, minha irmã, já que tu já voltou, venha cá pra modo de me ajudar a arrumar o que falta! - era a voz de Hinata, sua irmã mais velha, a quem ia socorrer, imaginando que ela estivesse atarefada com os últimos preparativos de suas bodas. - Ainda bem que tu voltasse, menina, me ajude a dar ponto nesse vestido, deu um rasgo no véu logo hoje! - ela parecia exausta, pondo as mãos na cintura, suspirando cansada e limpando o suor da testa com o braço.
— Deixe que eu arrumo isso num minuto, se avexe não! - já se munindo de linha e agulha, começou a remendar o vestido de noiva da irmã, feito à mão pelas rendeiras do Piauí, mais um luxo lhe lado pelo pai, que com todo o gosto custeou toda a festa, "como manda a tradição". - Vixe, Hinata, descanse um pouco, tu num vai querer ir com essa cara de quem comeu e não gostou no teu casório, vai? - perguntou à morena dos cabelos quase azuis de tão negros, também com a pele branca e os olhos claríssimos, que sentou sobre a cama que no quarto havia, denunciando ainda mais sua exaustão.
— Eu tô tão aperreada, Hanabi, num tô nem acreditando que amanhã eu tô me casando mais meu galego. - apesar do cansaço, sorria feliz, realizada em casar-se com Naruto, rapaz de quem gostava desde a infância quase. - Tomara que dê tudo certo no casório e no que vem depois! - trocou o tom cansado pelo malicioso, pensando em sua noite de núpcias. Sua irmã, sorrindo, negou com a cabeça. Não que não fosse apaixonada por seu amante, o era e muito, mas não compreendia como a mais velha poderia estar naquele estado de nervos, ainda mais sabendo do que já havia se passado entre os noivos.
— Oxe, tu tá tão ansiosa por essa lua de mel que nem parece que já bebeu da colmeia toda. - mais ácida que sua piada, foi o olhar e o sorriso da noiva.
— Daquela abelha eu chupo até o ferrão, quero mais é que meu galeguinho pique meu corpo todinho, chupe até meus favo! - ambas riram, com Hanabi abraçando Hinata.
— Pois num se esqueça de mim, visse? Vou sentir tua falta! - teve seus cabelos acariciados e a testa beijada.
— Eu nunca vou esquecer de tu, Hanabi, vou tá sempre visitando tu e painho e também vou lhe ajudar com teu casório quando chegar tua vez... - a mais nova sorriu amarelo, fazendo-a suspirar pesada. - Tu num acha que tá na hora de se casar mais Kono, não? Se painho descobre que vocês andam se amaziando por aí, capaz dele matar ele e mandar tu pr'um convento! - ela negou com a cabeça, desesperada.
— Painho só vai descobrir se tu ou Ino abrir o bico, só me dê um pouco mais de tempo? Eu vou convencer ele a pedir minha mão... - mesmo a contragosto, Hinata aceitou, sabia que ninguém tinha maior poder de persuasão que sua irmã caçula, mas ainda assim temia que Kono só a estivesse iludindo e ela acabasse por ficar mal falada na cidade.
— Está bem, mas tu me prometa que, se ele não quiser casar mais tu, tu separa dele e arranja um cabra bom pra tu casar. Eu te ajudo com a pedra-hume* pro besta num desconfiar de tua honra! - sorriram cúmplices, passando a se fazer cócegas, como quando eram menores, aproveitando dos últimos momentos de irmãs antes do casamento que viria no dia seguinte. - Se passou tão rápido, nem acredito que amanhã eu me caso com Naruto, ainda bem que essas eleição deu a força que eu mais ele precisava pra passar o papel... - suspirou sonhando com a vida de casada que teria. - Será que meu galego vai ser bom marido?
— Aí dele se num for, painho vira ele do avesso, chama Neji dos estudo na capital só pra ajudar... - a mais velha suspirou pesada. - Tais chateada de Neji num vir pro teu casório, num é? - ela assentiu.
— Eu sei que nosso irmão tá estudando pra ser doutor'devogado, mas custava ele vir da capital? - estava chateada, mas o irmão mais velho estava estudando na capital federal, o Rio de Janeiro, e dificilmente poderia chegar a tempo. Suspirou como forma de lamento, também por outro motivo. - Agora como que eu vou saber se Naruto se engraçou com alguma quenga no cabaré de Madame Tsunade? - notando seus ciúmes, a menor riu.
— E tu acha que ele cai na burrice de trair a noiva tando com o sogro? - as duas gargalhavam só de imaginar a cena do pai correndo atrás do futuro genro com uma faca peixeira nas mãos, cobrando pelas lágrimas e honra da filha mais velha.
— Eu sei que ele num ia ser doido, mas bem que eu queria ser uma mosquinha pra saber como tá sendo essa farra de solteiro!
...
Já no centro da cidade, no mal afamado cabaré de madame Tsunade, vários homens se reuniam para beber e prosear, além de estar com as belas mulheres que lá ganhavam a vida, como quase todos os dias, mas aquele dia era especial, naquele dia tinham a honra da companhia de Coronel Hyuuga, que chegava naquele momento, cumprimentando seus simpatizantes e empregados que lá estavam, assim como seus correligionários de partido, que rondavam o noivo, que estava à mesa proseando com Konohamaru, que contava sobre a quase partida dessa pra uma melhor que havia lhe acontecido, o fazendo rir.
— Então tu me diz que quase perdeu as parte por tá se embrenhando com Hanabi nas terra do coronel? Tais doido, é? - perguntou Naruto enquanto coçava a barba loira nascente e bebia um gole da forte bebida em seu copo, com o moreno cuidando para que ninguém reparasse nos dois dedo de prosa que os dois tinham.
— Tu sabe bem que Hanabi me tenta igual demônio, num querendo faltar com respeito com a minha morena, mas ela me deixa doido, Naruto! - ela era uma tentação e ele não se importava nem um pouquinho que fosse de ir pro inferno caso isso fosse pecado. - Aquele gostinho doce de manga rosa com mel que tem o beijo dela... - suspirou um tanto quanto apaixonado, levantando a dúvida na mente do amigo.
— Pois me diga, Kono, tu num pensa em largar dessa vida de malandro e sossegar com Hanabi não? - perguntou curioso, vendo a incerteza no olhar do rapaz. - Minha cunhada é mulher direita, de família, gosta um bocado de tu, num é melhor se amansar do que correr o risco de perder as cabeça não? - ainda não sabia a resposta, mas sabia que não deveria responder à Naruto só de ver a sombra do coronel atrás de si, engolindo em seco temendo que ele tivesse escutado a conversa dos dois. - Boa noite, meu sogro coronel! - saudou ao homem que se sentava ao seu lado, já sendo servido da famosa cachaça do alambique pessoal da dona do cabaré pela própria.
— Muita boa noite! - cumprimentou antes de tragar da bebida, sorrindo diante do bom sabor. - Tais de parabéns pela branquinha, Tsunade, uma das coisa mais gostosa desse quengaral! - todos riram diante do elogio do poderoso, que olhou para Kono com desconfiança, vendo a folha que ainda estava no chapéu do Sarutobi. - Tava no meio do mato, era, cabra? - perguntou lhe causando nervoso. - Num tava pelas minhas terra de novo, não, tava? - se fosse pra desconfiar de um envolvimento amoroso por parte da filha mais velha, com certeza o coronel desconfiaria do boêmio malandro de costas quentes que era Kono, que dava seu melhor sorriso para o Hyuuga.
— Eu tava ajudando voinho na diligência, coronel, só vim dar os parabéns pra Naruto e pro senhor também... - orgulhoso, Hiashi sorriu ao lembrar que no dia seguinte entraria na igreja da Sé de braços dados com sua querida filha, satisfeito de arrumar um bom partido para Hinata, visto que, além de candidato à prefeitura, seu futuro genro também tinha suas posses.
— O meu maior orgulho depois de ter meu filho varão doutor'devogado é poder casar minha filha de véu e grinalda, casta e pura. - se não fosse pelo respeito que sentia por sua noiva e pelo fato da figura do coronel lhe causar medo, certamente o loiro teria gargalhado diante de do "pura e casta", mas uma das raparigas havia lhe distraído, servindo mais da bebida. Ao notar um leve sorriso trocado por ambos, o coronel Hyuuga sacou de um dos bolsos de seu paletó um afiado canivete, assustando a todos quando o cravou na madeira da mesa, olhando seriamente para Naruto, que perdeu o tom bronzeado de sua pele, ficando pálido como os olhos que o encaravam. - Respeite a honra de minha mais velha, homem, derrame uma gota de choro de Hinata e eu derramo todo o sangue que corre por essas tuas veia galega! - ameaçou protetor para com sua filha mais velha, logo mirando o neto do comissário*, ainda mais apavorante. - E tu, seu malandro, se eu souber que tu tá se engraçando pro lado de minha caçula, eu lhe arranco os ovo e dou de comer pras minhas galinha, tá me ouvindo bem? Num me importa que comissário Sarutobi ache ruim, mais me importa é a honra e a reputação de Hanabi! - apesar de tardia, sua ameaça mais do que surtia o efeito do susto. Por sorte, Kono tinha sua valentia e coragem de homem, caso contrário teria se borrado todo.
— F-fique tranquilo, coronel, saiba que eu respeito muito sua filha! - ainda desconfiado, o mais velho guardou o canivete.
— Teje avisado! - disse antes de tragar mais um pouco da cana, batendo com o copo na mesa. - Que num se estrague a comemoração, hoje é um dia feliz, a saideira é por minha conta! - todos no cabaré comemoraram, erguendo seus copos, saudando o Hyuuga.
— Viva o coronel! Viva! - retribuiu com um aceno.
— Amanhã é o grande dia de minha filha virar uma mulher casada, aproveitem bem a farra! Tsunade, me arrume a melhor quenga que tu tiver, que eu quero comemorar! - disse já abandonando a mesa, não sem antes reforçar as ameaças com o olhar, fazendo os dois amigos engolirem em seco.
— Tu ouvisse? Coronel vai me matar se me ver com Hanabi!
— E tu num liga nem um pouco que eu bem sei! - retrucou se recompondo, respirando fundo e bebendo mais um gole de seu copo, saboreando a bebida antes de apontar para Kono, lhe dando um último conselho. - Ou tu larga de Hanabi de vez ou tu casa com ela, ou é isso ou tu fica capado! - indeciso e nervoso o Sarutobi sorriu amarelo, olhando pela janela para a lua que brilhava no céu, recordando dos olhos de sua amante, como se a lembrança de seu olhar o fizesse recordar do sabor de seu beijo. Era arriscado? Era, mas era bom e Kono sabia melhor do que ninguém que o gosto era viciante e que já não tinha como parar, porém precisava arrumar um jeito de que isso acontecesse.
...
Já na fazenda do coronel, Hanabi já se recolhia em seu quarto, não sem antes se ajoelhar diante do altar com as imagens dos santos católicos, fazendo sua prece.
— Ô, minha mãezinha de Fátima, me ajude a convencer Kono a pedir minha mão antes que o pior aconteça! - rogou à santa, um pouco nervosa. - Se não, me arrume um bom homem pra me casar antes que eu venha a ficar mal afamada, mãezinha, me ajude a evitar uma desgraça! - dizendo isso, acendeu uma vela à imagem, se levantando e se preparando para dormir, sonhando com o dia que suas preces seriam atendidas.

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