Apaguem as luzes

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Eu sabia que Elen era uma questão de tempo ela ia perdendo o pouco de luz que possuía, aquela garota decidida e cheia de atitude ficava submissa, obedecia as ordens do alpha chegava a me assustar, Arthur não fazia nada, ele sabia que algo estava errado mas achou que assim seria mais fácil. Dias passavam e ele recebeu varias mensagens, da mesma pessoa obviamente.

"EIIIIII! Nossa aula!! Não pense que eu me esqueci, hoje na frente do café! Estarei esperando!"

"Caique..."  Ele pensou, seguido de uma respiração pesada e funda, no fundo ele sabia que não teria escolha a não ser comparecer; em momentos como esse eu o tomava, eu pude jurar que vi um sorriso fraco brotar na boca daquele rapaz problemático.

Alpha dava ordens e mais ordens, Caique as obedecia e não fazia objeções uma vez com suas obrigações terminadas ele saiu sem avisar. "Vamos comprar um caderno e algumas coisas como lápis e canetas!" Eu joguei esses pensamentos para ele constantemente, era quase como se não precisasse pensar eu simplesmente o instigava, fui um empecilho tão grande que ele acabou comprando e comparecendo no café.

Caique estava numa mesa perto da janela com dois livros perto de uma pilha de cadernos, ele parecia empolgado, tinha varias coisas consigo para tornar o ensino mais dinâmico. Tanto eu quando minha irmã podíamos escutar ambos os corações, um batendo como um tambor e o outro calmo como um córrego, para nossa surpresa o coração agitado era o de Arthur o calmo era o do outro.

Arthur sentou-se, tentando esboçar um sorriso e falhando miseravelmente. Minha irmã calada e com um rosto fechado olhava para os dois de braços cruzados. Horas e horas de aula seguiam quando o café estava quase para fechar minha irmã abriu um sorriso que me gelou, aquele sorriso significava que algo estaria para acinte .

Ela sorriu ajeitando o cabelo olhando para o lado de fora da loja, observou os caras que um dia ameaçaram Arthur de morte, ela descruzou os braços pondo a mão no vidro da janela, soprando no ouvido de um dos caras: "olha para o lado...", Caique e Arthur chamavam atenção por serem quase os únicos dentro do café, e por estarem muitos próximos da janela não havia o que fazer, eles já haviam os vistos.

Uma conversa começou a me deixar nervosa...

-Olha a hora! O café já vai fechar, você é um ótimo aluno aprende bem rápido!- sorriu Caique.

-Você fala rápido, tenho que entender na mesma proporção- disse Arthur pegando suas coisas.

-Tudo bem se você me acompanhar? Eu não to com muita vontade de voltar sozinho, a vizinhança é bem agradável mas é bem esquisito a noite.

-Não, tudo bem da para te acompanhar. Mas por favor, fica calado você fala de mais- ele brincou, mas não havia sido manipulação era genuíno.

Eles saíram do café e eu comecei a procurar desesperadamente uma maneira de avisar para que eles mudassem a rota, fiz um gato preto atravessar o caminho deles, eles o ignoraram! Na época medieval isso dava certíssimo, mas hoje... é só "superstição". Aqueles caras ruins os seguiam a cada esquina, até que em um momento eles se encontraram, não por acaso mas por obra de minha irmã.

Naquele momento eu tive uma ideia, "você não pode acertar o que não pode ver!", a rua era bem esquisita mesmo e tinha pouca iluminação, Caique conhecia aquele lugar com a palma da mão. Arthur ao lembrar quem eram aquelas pessoas segurou o pulso de Caique e falou baixinho:

- Você sabe todas as saídas daqui decoradas?
- Sei sim- disse o Caique meio assustado...

Havia um uma caixa de energia em um dos postes, quando eu percebi isso soprei no pensamento dele "apague as luzes e corra...", ele rapidamente pegou uma pedra e segurou forte o pulso do mais novo, que não entendia nada.

-Devagar vá indo para trás quando eu der o sinal ... você vai nos guiar para fora. Entendeu?- o outro balançou a cabeça em positiva.

Enquanto eu orientava os meninos minha irmã fazia os caras irem cada vez mais próximo, com um grito de desespero meu "Saiam agora!", o que tinha a pedra em mãos acertou a caixa de energia causando um apagão, o mais novo em resposta ao puxou para fora daquele lugar.

Foi quase... Não foi dessa vez irmãzinha.

Entre nós e apenas nós Onde histórias criam vida. Descubra agora