Capítulo 9

187 9 0
                                    

 CARLO: Creio que descemos mais de 305 metros
[Bia solta o cachorro]
BIA: Até parece que ele sabe aonde vai
CARLO: Acho que tava mais seguro com a guia. Vamos andar mais por uma hora e depois paramos.
BIA: Tá bom. Tá bom
Não não não! *diz olhando uma cachoeira* Droga.
CARLO: Isso é impossível. Temos que tentar voltar e achar outro jeito.
BIA: Escuta! A gente não tem como subir. Não é verdade? Então nós temos que descer.
CARLO: Não. Nós temos que voltar e encontrar outro caminho.
BIA: Eu acho que por esse caminho...
CARLO: Bia!
Não faremos isso. Seguimos por aquele caminho e morremos. Da última vez que pensou que sabia alguma coisa...
BIA: Como assim da última vez que eu pensei? Da última vez eu pensei nos meus instintos, entendeu?
CARLO: Calma. Fique calma.
Vamos resolver isso com lógica.
BIA: Eu estou com medo entendeu? Estou com medo. Admite que está com medo também. Carlo, vc realmente sabe o que significa ser negligente? Significa abandonar a segurança.
CARLO: Eu sei o que significa Bia mas agora ...

BIA: Agora! Nós não temos escolha. Ninguém sabe onde estamos! Nós só temos um ao outro. Só isso Carlo.

CARLO: Eu não quero morrer. Está bem?
BIA: Fala doutor. Do fundo do seu coração. Vc acha mesmo que a gente vai sobreviver?
[ambos se olham por alguns instantes e ele enfim responde]
CARLO: Não. Meu instinto diz que vamos morrer aqui. Mas nós temos uma escolha. E ainda estamos vivos.
_
[Bia olha para a cachoeira]
BIA: Droga.
[Volta pelo caminho que Carlo falou para seguirem]
CARLO: Vamos lá.
BIA: Me desculpe
CARLO: Temos que continuar.
__
[Alguns instantes depois...]
CARLO: Já devemos ter descido uns 600 metros até agora.
BIA: Seu telefone... Liga ele pra ver quanto de bateria tem e se há sinal.
CARLO: Ainda está sem sinal e com pouca bateria. Vou desligar novamente para economizar a carga.
[Ambos seguram as mãos um do outro sentados ali na neve]

Depois daquela montanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora