Capítulo 2 - Siga em frente, olhe para o lado

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"Ocean eyes"

-- Olhos oceânicos --

Após sua manhã conturbada, os Wolfhard estavam preparados para finalmente começar o longo dia abrindo o restaurante. Finn estava com extremo sono, nunca tivera uma vontade tão grande de ter permanecido na cama naquele dia, não que estar onde estava fosse ruim, claro que não, tinha seu irmão mais velho ali com ele, Nick, seu melhor amigo.

Quando The Peppery estava aberto o telefone toca, quem poderia ser? Já que não era nenhum pedido de delivery ou encomenda.

-- Bom dia, me chamo Robert Brown. – A voz grossa daquele homem assustou Finn rapidamente, fazendo-o acordar de verdade -- Vi na internet que trabalham com frutos do mar, também preparam pratos vegetarianos?

-- Olá, bom dia. Trabalhamos sim, é algum pedido por encomenda? – Finn perguntou com a garganta ainda travada.

-- Não, obrigada. Saibam que dois novos clientes estão chegando!

~~

Robert disse aquilo tão animado ao telefone que Millie, só de ouvir, viu a poça de açúcar arredor do pai.

-- Certeza que é algum conhecido seu, que melação. – A garota disse ignorante.

-- Por incrível que pareça, não. Sei socializar e me enturmar com seres da mesma espécie que eu. – Alfinetou Robert.

Millie se sentia totalmente deslocada naquele lugar, sua incerteza sobre permanecer ali era grande. O ar quente vindo de Sonora pelo vidro do táxi não era do tipo que agradava a menina, preferia muito mais seu quarto com o ar congelante do ar-condicionado. O que a confortava era saber que estaria um pouco mais livre do ambiente 'metrópole' que vivia em Los Angeles, isso a deixava um pouco mais animada para conhecer mais sobre a Califórnia.

-- Chegamos! – O pai avisou fazendo com que a filha se assustasse no banco traseiro do carro.

-- Incrível.

~~

-- Sonora não é a mesma – Finn soltou o comentário com Nick.

-- Por que? – Perguntou o irmão.

-- Desde quando as pessoas ligam pra cá? A cidade é pequena, muito mais fácil vir até aqui, perguntar e já sair almoçado.

-- Suas crises já não me assustam mais, lobinho. – Nick tirou sarro.

-- Anota o que eu tô te falando, esse lugar vai começar a ficar diferente. – Finn sussurrou para o irmão como se fosse algo ameaçador que os clientes não pudessem escutar.

Os dois estavam rindo e se divertindo com as teorias de Finn que pareciam mais verdadeiras do que simples histórias criadas pela cabeça do garoto até que uma voz estridente vindo da cozinha chama Finn, ele não podia imaginar outra pessoa pela qual o estivesse chamando.

-- FINN WOLFHARD! – Gritava Mary.

-- Vou nessa, a 'chefe' tá chamando. – Finn brincou e se direcionou para a copa.

– Fala, minha digníssima!

-- Comprei pratos novos pra gente, o entregador acabou de chegar, me ajude e traga-os para dentro. – Pediu a mãe.

-- Claro, minha rainha! – Ironizou Finn.

-- Já pode parando por aí, também não tenho dinheiro. – Repreendeu Mary.

Quando ia atravessando as mesas e cadeiras do restaurante, o qual era grande a sua perspectiva, pensava no que havia dito ao irmão. Quem seria diferente, Sonora ou ele mesmo? Ficava com o pressentimento martelando sua cabeça, era como um enigma que não poderia ser resolvido por ninguém.

Abriu a porta principal à sua frente, cumprimentou o motoqueiro, assinou a folha de encomenda e pegou as cinco caixas de papelão, deduziu que ali dentro teriam, mais ou menos, dez pratos de porcelanato.

-- Obrigado! – Agradeceu.

~~

Millie já estava na parte comercial de Sonora caminhando junto com seu pai, nunca tinha visto um lugar tão calmo, estava intrigada com o barulho do silêncio daquele lugar. Na mesma calçada em que estava, se localizava The Peppery.

A menina encontrava-se tão distraída com o estilo diferente das vitrines das lojas que nem ouviu seu pai falando e nem viu o que estava na frente, poderia facilmente tropeçar ou esbarrar em alguém.

-- Foi lá que liguei pra perguntar se preparavam pratos vegetarianos. – Disse Robert.

-- Que bom.

Millie nem percebeu a ironia porque estava hipnotizada com as lojas, principalmente as de roupas. Em seu pensamento se questionava; como que lugares pequenos e que não possui nenhum cliente consegue se manter? Essas vitrines estão muito pobres, como pode ter gente que compra isso?

A admiração negativa era tão forte que realmente não viu o que estava a sua frente.

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⏰ Última atualização: Mar 08, 2019 ⏰

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