Prólogo

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    O dia estava chuvoso,havia acabado de amanhecer,eles,bandidos de primeira,mal sabiam o que fazer com aquela grávida,sua barriga era grande e redonda,a mulher estava abatida,sofrida e com sangue escorrendo pela testa,além de estar debilitada após tamanhas surras.

    Mesmo eles sendo bandidos não entendiam a crueldade que uma irmã tinha para com a outra.
Será porque aquela mulher loira e fria,tinha tanto ódio por aquela outra,que diferente desta, era morena e mais jovem,ainda mais que as duas eram irmãs,não de sangue,mas ainda assim,eram irmãs.    

       Eles,intitulado como cruéis na sociedade, trabalhavam com crime para que de forma ou outra pudessem viver melhor,cheio de perigos,mas melhor que a mediocridade que viviam antes.

        Contudo,a ordem havia sido dada,e quem desrespeitaria a preferida do cappo? Mesmo ela sendo uma cretina traidora que punha chifres no velho,era a preferida dele.

     A frase gritava a mente daqueles homens,eles eram parte da máfia e aquilo era uma prova que não podiam errar ou desistir ali do nado por pena ou algo do tipo,precisavam do seu ganha-pão e se não agissem,ninguém o faria por eles bem algum,eles estavam sendo testados e precisavam ter sangue frio.

         "Executem a mulher"

    Mas por que executa-lá? Que perigo uma grávida jovem implica? As regras eram claras,eles matavam inimigos e adversários,só mexia com eles;mas será que aquela mulher prejudicou a Máfia? Agora nada importava. Era preciso agir.

     Israel entrou no local sujo,agachou-se  até a mulher ferida,acariciou seu rosto machucado,e mesmo ela desacordada,ele deu dois tapas ali,que ecoaram pelo lugar,e a mulher nada sentia. Perdia cada vez mais sangue,era estranho ver um inocente morrer,aliás dois,ela tinha uma criança em seu ventre rechonchudo.

—Pobre Ana,seu pai não quis me ouvir. Coitada de você menina,tão jovem,mas esse bastardo aí dentro me enoja. —ele sussurrava e gritava ao mesmo tempo as palavras,mesmo elas estando na mesma fala e frase.

A mulher carrancuda chegou perto deles dois,olhava debochada a cena desenvolvida

—Oh coitadinha dela! Inocente e uma ova. Na hora de trepar com o meu marido não teve inocência

—Cale-se.

—Chefe,chefe,cadê o médico?

—Lá fora

—Ela tá acordando

A jovem abriu seus olhos escuros,assustou-se com tudo e tentou se levantar mas nada. Ela não conseguia. Estava mantida em cativeiro,não tinha como conseguir. Ela só sentia o sangue,chorou desesperadamente,implorou ajuda e nada.

—Mande o tal médico entrar,ora bolas

     Entrou o médico,ele era jovem e respeitado em seu ramo, achou a situação estranha,a mulher devia ter apanhado do marido ou algo do tipo,pensava ele,mas caro leitor nós sabemos que Israel não era esposo da nenhuma das irmãs,só não sabíamos de sua obsessão pela mais nova,mesmo estando com a segunda e sendo casado.

—Preciso examinar a paciente,ela corre risco.

Seu tom desesperado fez todos saírem daquele lugar imundo e deixá-lo a sós com a jovem grávida
—Ele te maltratou?me conta não farei mal

—Me...t-t-tira daaquui. Mal

—Ele e seu marido?

—N-não

Ele achou estranho mas não quis contestar,ela tinha aparência de ser inocente,podia estar enganado,mas parecia

—Precisamos levá-la para o hospital. Ela está tendo hemorragia

—Deixa essa songamonga morta aí—disse uma mulher um pouco mais velha e com ar de deboche.

—Levem logo a criatura —agora o nome que devia ser o chefe deu a tal ordem e todo acataram. Ele era o chefe,constatou o pobre doutor.

[...]

—Rápido,estamos perdendo a paciente. 1,2,3. Tentem de novo.
[...]

     Horas e horas...A jovem moça deu à luz as suas filhas  e não para por aí,sua irmã mais velha e invejosa soube dos planos dela,convenceu o chefe a algo muito melhor que sua obsessão pela mãe,porque ele teria a mãe se a filha cresceria e seria muito melhor?

    Subordinação nesse mundo é algo constante,então não foi difícil pra a invejosa subordinar as pessoas e deixar a irmã abandonada naquele hospital,doente e com apenas uma de suas filhas,porque a outra simplesmente "morreu".

   Ela fez toda a ação,mandou o chefe escolher uma entre as duas,ele escolheu a com cabelinho ralos
e loiro,os olhos mais escuros diferente da outra que tinha cabelo escuro e olhos azuis. Ele queria encontrar na filha o que lembrar da mãe,já que havia acabado de desistir dela,não sabia se isso era permanente  ou não,ele lida voltar atrás e querer a mãe,mas a filha lhe seria útil e tinha os olhos mais escuros e não azuis como do "cretino do pai" como ele se referia ao homem pai das gêmeas,que nem sabia de sua existência.

    Levaram a criança e deixaram a outra e a mãe abandonadas no hospital,a mãe estava tão fraca que não tinha ânimo para nada,ela mal conseguia amamentar a filha,conseguiu fazer alguma coisa ou outra pela ajuda que obteve de uma senhorinha que parecia um anjo,ou melhor,era um,até porque quando se recuperou ninguém conhecia essa senhorinha no hospital e até queria taxa-lá de louca.

   Ela tentaria algo com a sua filha,estranhou não levarem ela de novo,precisava agir como uma leoa pela sua filha,seu tesouro,mas guardaria para sempre em seu coração a sua outra filha,que Deus levou após o parto,mas que ela amava com todo o seu ser.

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Prometida Ao Mafioso-DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora