Capítulo 2

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          Miguel Acco

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          Miguel Acco

     Maldito seja o homem que é o meu "pai". Eu odeio esse homem com todas as forças que possuo. Ódio é algo muito forte,dizem,mas achincalhe e pouco para descrever minha tamanha ira.Minha raiva só aumenta pelo fato da minha mãe aceitar tudo que ele impõe. Esse cara é um cretino.

Em todos os meus 13 anos, em cada missão que ele ia,eu rezava para ele não voltar. Sabem por que? Porque esse homem que não merece ser chamado de ser humano é um nojento. Ele me espanca todas as noites que quer em um bendito porão com a sua amante,além do fato dele ESTUPRAR a MINHA MÃE na minha frente com a justificativa que EU devo ser IGUAL a ele,e não ser capacho de mulher alguma,sendo que ele é capacho daquela ridícula lá.

—Volte aqui seu garoto imprestável!

Eu tentei passar despercebido mas isso é impossível,parece que eles dois me perseguem,farejam. Finjo que não é comigo,até ser arrastado pelos cabelos por um dos capangas do maldito velho nojento careca nojento.

—Seu moleque otario! Não me serve para nada!—lá vou eu de novo ser espancado,e o pior de tudo,são as marcas que ficam na memória,eu não posso fazer nada normal,tomar um banho de piscina,sei lá,alguma coisa que mostre mais,vergonha eu tenho demais,pelo fato de ser humilhado dessa forma por esse cara que devia estar no inferno agora.

—Agora você sua maldita,que não serve para nada mesmo,nem para dar um filho decente para mim,vai ver o que é bom. —agora é a vez da minha mãe apanhar,ele tem um instrumento desses que usavam antigamente,doidos demais,ele lança nas costas dela,eu tento me soltar,mas minhas mãos estão presas em um ferro e não há a opção de se desamarrar. Todos olham e não fazem nada,esperneio perante i choro da minha mãe mas ninguém vê,ninguém age.

—Coitadinha da pobre Andreia! Não serviu para ter um filho tadinha. Merece uma lição —a lambisgóia fala,para alegria do nojento. Eu não aguento,vou apanhar de todo jeito mesmo,mas que seja tentando lutar

—Se você fosse tão boa,porque não engravida logo sua cadela?—pergunto tão enfurecido que nem parece que essa pergunta saiu de mim. Os olhares se voltam para mim,boquiabertos,pronto,despertei a fera,que vem de lá e me golpeia com tanta força que parece que perdi os movimentos

—Cala a boca seu bastardozimho de merda —-ela grita acusando-me

—NÃO!!!!!!!!—minha mãe grita e tanta se soltar,é uma luta de mãe e filho interminável.

Quando essa tortura vai acabar? Eu Maia aguento mais,e não tenho alternativa,porque já tentei fugir quatro vezes e me pegaram,apanhei tanto,fui queimado com água quente e outras formas que eles usam para criminosos da pesada. Às vezes nem os capangas entendem o ódio mortal que ele tem de mim,nem eu para ser sincero. Tudo que eu queria era ser feliz,um adolescente normal,que vive a vida e aproveita a fase,mas o que poderei eu ter de recordação além de constantes dores, surras, lamentações? Além do fato de já ter sido obrigado a ver a minha mãe ser submetida a força ao ato? O pior de tudo e ver e não poder fazer nada,e se sentir inútil enquanto todos riem e se divertem com o sofrimento que temos vivido durante anos e anos.

Quando a sessão de tortura cessa,eu e mamãe somos arrastados como lixos até um quartinho para nos "recuperarmos",depois nos mandam um pão seco e meio copo de água,essa é a nossa refeição,castigo por termos desobedecido as ordens do chefão bendito. Não podemos sair para respirar o ar puro,nem viver tranquilos. Por que eu sou "filho" desse cara? Minha mãe fica descansando quando anoitece,pela idade e por levar surras a mais tempo,ela fica mais machucada ainda que eu,que aproveito dessa brecha de ser noite e consigo dar uma escapadinha para andar um pouco e ver outras coisas.

Apalpo as coisas,não consigo enxergar,apenas a luz da lua ilumina o ambiente,já que há cortinas entreabertas,até que toco em algo estranho,não é o ar dessa vez,parece uma massa,não sei,volto para trás antes que perceba,coisa estranha eu hein.

De longe observo quando a tal coisa se movimenta. Espera...deve ser algo vivo para se movimentar então,não entendo,não tem nenhum capanga no corredor da casa a essa hora da noite,escondo-me no vão que tem,assim consigo ficar na escuridão e não ser enxergado.

A tal massa dá passos próximos a janela,não,não pode ser. Não é uma massa,e a menina dos cabelos de fogo que foi trazida pra cá ainda bebê,mas que nunca havia visto de tão perto. Afasto-me ainda mais,ela não me conhece,pode se assustar,ainda é tão pequena é delicada,como pode estar aqui? Esse lugar estragará toda sua docilidade e inocência. Não desejo que ela tenha como futuro,o meu presente.
Parece serena,observando o luar,sorri,mas seu sorriso parece forçado,não sei explicar como detectei isso.

Mas sou tão burro,que derrubo sem querer um dos trecos do nojento que estavam em cima da mesinha do corredor,também nesse breu escuro,quer o que

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Mas sou tão burro,que derrubo sem querer um dos trecos do nojento que estavam em cima da mesinha do corredor,também nesse breu escuro,quer o que.

Agora a menina cabelo de fogo se assustou,parece que ela já sofreu,mudou de postura muito rapidamente,mais que um simples medo ou algo do tipo.

—Quem tá aí?—questiona temerosa. Não respondo,mas não consigo fugir dali,aquela menininha tão pequena e nova.

—Quem tá aí? Responde! Tem alguém ai?

Ela continua a perguntar,mas parece que não percebeu o perigo pois não aproveitou para sair dali correndo enquanto podia. Eu não aguentei,sai de parte do corredor,de modo que ela pudesse ver meus olhos apenas nada mais. Eu sou mais alto e mais velho que ela,que ainda é criança,mas pelo visto já viu o inferno também.
—Quem é você?—ela me pergunto com seus olhos castanhos escuros e suas sardas ao redor,com bastante curiosidade.

—Sou Miguel

—Filho do cappo

Ela não me dá tempo para nada apenas sai correndo como se visse um fantasma,poxa não deu tempo nem de saber nada,a criança saiu depressa demais. Mas pergunto-me porque não foi curiosa quanto à isso? Por que se assustou daquela forma como se me conhecesse?

Prometida Ao Mafioso-DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora