Estou na estrada, na minha doce estrada, o suave motor não demonstra nada além de resistência, bom sinal, posso terminar minha jornada, a cento e vinte quilômetros por hora com a pista só para mim, tão confortante, queria que na cidade fosse assim, aumento a velocidade, cento e trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, e sigo aumentando curtindo a liberdade, ao longe vejo uma figura caminhante, mas como pode? A proxima cidade está longe, passo com estrela velocidade e por um golpe de susto ele vai ao chão, não penso duas vezes, paro a moto no exato instante, o receio é constante mas vou me aproximando, um pequeno garoto, quase desacordado jogado na estrada. Perplexo em minha mente coloco nos meus braço e o ponho na moto, meu desespero era instenso, e meu coração imenso, então acelerei, fui cada vez mais rapido, com pressa para achar um hospital, foram-se varios quilômetros, ele não poderia ir com seu caminhar, por sorte ainda passei para sem querer o encontrar.
Estou vendo a cidade, adentro entre seus prédios, busco por informação para onde posso levar o garoto em questão, me apontam a direção, vou o mais rapido que posso, não posso deixá-lo na mão, a vida é mais importante que minha missão. Finalmente, encontro o hospital, com destreza estaciono e com o jovem nos meus braços corro o mais rapido possivel, a atendente assustada viu minha situação e me mandou entrar direto, lá dentro me deus as instruções, segui rapido, não era uma das melhores situações. No quarto de hospital, depois de alguns exames e medicações enfim parece melhorar, e eu lá, estava muito a pensar, não queria o acordar mas queria saber quem era, sentei-me ao seu lado e esperei, foi tanto tempo que enfim cochilei, acordo no meio da noite pensativo, não consigo dormir, vou andar um pouco, vagueio pelos corredores e pelos meus neurônios, encontro o médico me dizendo para eu descansar um pouco, lhe explico q não estou a conseguir e me fala que vai me ajudar, me entrega um calmante e me acompanha até o quarto, me consola ao dizer que vai ficar tudo bem, mas não é isso que está me preocupando e sim o motivo que o fez parar ali, a finalidade é só a consequência dos fatos ocorridos e me intrigava pensar nisso, mas só poderia esperar agora. Meu relógio desperta, já são cinco da manhã, dou uma volta, tomo um café e volto ao meu lugar, mas um tempinho se passa e o garoto começa a acordar, meio desnorteado, sem saber onde foi parar, tento lhe dirigir a palavra, mas ele parece não escutar, está muito zonzo e nem se aguenta no lugar, nem consegue se levantar, deixo-o descansar mais, e aproveito pra acompanhar, enfim acordado e mais disposto a falar, pergunto sobre sua mãe mas ele se retraiu a falar, sobre seu pai e ele fechou os punhos, pergunto onde ele mora, ele me diz que não sabe mais, pergunto onde dormes, e me responde dizendo que em qualquer lugar, me intriga sua história e pessoa pra ele me explicar, ele diz que pode tentar, mas não sabe se ira aguentar, me fala que sua mãe está morta, e que foi seu pai que a deixou assim, que com medo fugiu de casa, as pressas, sem nada mais do que avia no corpo, seus olhos começaram a brilhar, lagrimas começavam a molhar os lençóis, ele pensa constantemente em sua mãe, sente sua falta, e de todo seu amor, eu Caio em prantos ao seu lado, sua história me comoveu, e as lagrimas começaram a percorrer meu rosto também, estou desnorteado, nem sei mais o que farei.
Recebido a conclusão medica, uma fraquesa, falta de nutrientes em seu corpo, bom, já era de se esperar, com uma expressão de quem nao comia a dias, volto até o quarto e o encontro bem, e lhe dou a boa noticia, mas não o anima, a sua vida se tornou uma grande má, pesso para me acompanhar, ele me diz que tudo bem já que não tinha mais seu lugar, subimos na moto e ele logo repara no violão, pergunta se pode me ouvir tocar, antes vamos à um restaurante, devemos nos alimentar, ele come como um leão, já era de se esperar, sua fome era intensa e me dava alegria ao ver seu olho brilhar de felicidade pela refeição, de lá vamos a um gramado retiro meu violão e me sento ao seu lado, começo a tocar uma das minhas composições, ele me para na metade e me indica uma canção, me pergunta se eu saberia tocar, respondo que sim e me incentiva, então começo o som, e logo em compania ele começa a me acompanhar, começa a cantar tranquilamente a canção, vejo seus olhos começarem a brilhar e a escorrer lágrimas então eu paro e lhe dirigo o olhar, ele se vira pra mim e fala que essa música era a que sua mae gostava de tocar, e ele adorava ouvir sua voz doce igual mel.
Meu desejo de ajudar percorre pelo meu coração, eu converso com o jovem, e decidimos o que fazer, ele sobe na moto junto a mim e vamos a um uma larde adoção, alguns minutinhos e estamos a chegar, batemos a porta e vamos à entrar, me perguntam se eu sou o pai e vou a negar, é tanta burocracia sobre o prossesso que me faz quase desanimar, passamos horas tentando resolver, mas tudo correu bem, sentados em frente a residência ficamos a conversar, ele me conta seus sonhos e seus desejos que o estão a guiar, dou-lhe um abraço e um adeus, nessa hora me surpreendo com um casal que se aproxima dele com enteressa, e depois de alguns minutos decidem o adotar, me pergunto quais as chances disso acontecer, mas vejo o olho dele brilhar, são lagrimas, mas dessa vez não foi pela dureza da vida, mas pela felicidade conquistada, me emociono, dou um ultimo adeus com um sorriso no rosto, subo em minha moto e continuo a minha estrada, vendo que nem tudo é perfeito nesse mundo mas é bom acreditar.
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Coletor de Lagrimas
EspiritualDescubra sobre o que se trata lendo... Não ira se arrepender no final.