Mapa

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Notas:

Arte moderna esse capítulo, vamos ousar igual Camilinha em 2018 rs.

“Camila Cabello,

Quando eu tinha 10 anos de idade, perdi a primeira semana de aulas por estar viajando com os meus pais.

No dia em que finalmente retornei aos estudos, tive que fazer uma prova para medir meus conhecimentos de matemática, e, não sendo de longe minha melhor matéria, fiquei em recuperação.

Tendo sido até então uma aluna (orgulhosamente) dedicada, aquilo equivalia (e peço que lembre-se da minha juventude) ao mais intenso martírio.

Meus amigos me veriam todos os dias indo mais cedo para as aulas de reforço, em um símbolo cruel de amargo fracasso.

Era a morte.

Condoída pela situação, minha mãe decidiu me presentear com a minha revista preferida (daquelas que vinham com brinquedos de animais ou alienígenas) todas as manhãs antes da minha caminhada da vergonha. 

Aquele era o único foco de luz para mim.

E, hoje, 17 anos depois, considero uma boa lembrança.

Aprendi que mesmo que nada que você possa fazer vá retirar o sofrimento a que a outra pessoa esteja passando, isso não significa que não podemos tentar melhorar um pouco a sua condição.

Soube que foi você quem restaurou o quadro e que o processo lhe custou muito tempo de vida.

Nada que eu faça vai mudar isso, porém, gostaria de tentar ajudar mesmo que minimamente a sua recuperação.

Junto com essa carta está um bilhete de companhia aérea, já transferi para o seu nome os direitos que ele enseja.

Você poderá viajar infinitamente, na classe econômica, com um acompanhante por vez.

Ganhei como agradecimento por ter ajudado o sócio majoritário a solucionar um caso de desvio de verbas quando eu estagiava num escritório particular.

Era meu bem mais precioso.

Espero que faça bom proveito.

Lauren Jauregui

Terminando de ler a carta em voz alta, Camila olha para sua irmã, que estava nesse momento falhando em conter sua empolgação perante a notícia.

“Mila!!! Viagens infinitas? Eu posso ser sua acompanhante, não posso? Será que podemos ir para Budapeste? Será que podemos viajar todos finais de semana agora? Cadê o bilhete?”

Ainda meio aturdida pela carta e por Sofia, Camila retira do envelope uma declaração plastificada, assinada pelo sócio da companhia aérea e datada de 6 anos atrás.

“Parece que é verdade...”

“Nossa! É como se fosse um super poder de teletransporte!”

“Eu não sei se posso aceitar isso, Sofi... não sei nem se quero aceitar”

“Mas por quê? Você adora viajar! Se não fossem as despesas com os remédios de mamãe você viajaria todo mês! Eu ouvi ela dizendo isso ao papai outro dia”

“Eu... você... não importa. Parece errado aceitar alguma coisa do ini... quer dizer, daquela... dessa Jauregui”

“Mas Mila, é o mínimo que ela pode fazer! E já está transferido mesmo”

Modulação PolicromáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora