capítulo sete.

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im back!

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William, antes de tudo, era um líder. Ele sabia que precisava voltar para Ignis, tendo ou não aquele reino o afetado com a adaga afiada do contexto emocional, e dar continuidade à promessa que fizera ao pai. Ele lembra do que prometera, sendo o primogênito e o que tinha lágrimas inundando os olhos quando um último suspiro levara seu pai das grandezas que construira. Soubera, desde então, que divindades também diziam não para pedidos suplicantes.

E houve um tempo em que aquela cena mórbida de seu pai zumbindo incoerente era a única que preenchia seu pobre subconsciente, arrancando suas noites de sono e o deixando quase aterrorizado demais para destronar seu pai e não ser tão glorificado quanto ele era. E os anos se passaram, obviamente. Muitas montanhas foram movidas, muitas lágrimas foram negligenciadas para que Louis pudesse não ser mais apenas um garoto influenciado por uma manada de pessoas gananciosas.

Só que naquele exato instante, ele não era estável em mente. O Rei sonhava - distante de seu sono - com uma face pálida que carregava olhos de esmeralda e cuspia filetes de gelo esbranquiçados. O emaranhado de cachos acastanhados, as mãos gélidas e dedos esguios, a pele de argila branca que refletia sua luz. Por vezes, falava de forma arrastada, contida e era como gelo derretendo; até que parecesse chuva de granizo.

O garoto era o único que conseguia fazê-lo burlar leis redigidas pelos seus antepassados.

Ele era dono de lábios rechonchudos e pintados à vinho, embora sempre buscasse táticas novas de como apertar para escondê-los. Era encantador, quente. E quando ousava certa aproximação, eram os lábios que entregavam o contra-ataque do inverno vivo dentro do Príncipe, pigmentavam-se de azul e petrificavam sob o frio. Assim como cada partícula glacial na essência de Edward, Louis ansiava derretê-los com os seus lábios faiscantes.

O Rei não era puro, longe disso. Deitara com pessoas que exalavam luxúria pelas extremidades e, no sentido literal, queimavam sob os prazeres carnais. Vênus, de fato. Sua mente impura tinha um Harry manchando seus lençóis úmidos, choramingando seu nome da maneira mais ofegante que os lábios bonitos poderiam fazer aquilo.

E, deuses dos quatro componentes, o garoto não era um Ignis. Ele era um Nix e só aquilo deveria bastar para fazê-lo acordar, mas não bastou. Bem, ele tentou.

O último dia foi, sem dúvida alguma, o melhor durante a temporada. E para o equilíbrio natural das coisas, havia algo negativo para se igualar na balança da vida. É claro que haveria, como não? O ponto era: ele precisava deixá-lo. Era isso ou isso.

Naquela manhã, Harry não parecia cinzento ou cauteloso quando o Rei de Nix buzinou rente à seu ouvido. Não, ele explodia em cores. Só sorria, enquanto cumprimentava calorosamente cada componente das famílias como se aquele fosse o primeiro dia e conseguia arrancar a simpatia de ponta à ponta. Ainda distante, William jurava que ele estava ainda mais belo vestindo aquela alegria.

- Ele sente algo por você. - A voz quase o fez saltar em seu lugar. Ele precisou piscar forte os olhos para ter certeza de que não era uma alucinação. Uma princesa do ar, que até então só parecia uma pedra em seu sapato, estava parada ao seu lado.

Huh?

Ignorando o suspiro fantasioso dela, ele indagou: - Está falando comigo?

light of mine • mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora