Desistir ou Não Desistir?

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Alguém bate a porta, não quero levantar, não quero mostrar que ainda estou viva, eu não aguento mais essa rotina, droga vai embora.

- Ellen, você vai se atrasar, Juliana está lá embaixo esperando por você, não quer deixar a sua melhor amiga esperando não é!?

Eu não respondi, o despertador começou a tocar e eu o arremessei na porta. Sorte que a minha mãe já havia descido para a sala e não ouviu o barulho. Tirei o edredom de cima de mim, fui me sentando na cama na maior coragem do mundo, devo ter ficado olhando para aquele chinelo uns 10 minutos. Então finalmente me levantei e fui para o banheiro, fiquei de frente para o espelho e falei comigo mesma:

- Mais um dia não é? Vamos lá, me mostre o seu melhor sorriso e mais falso que já deu.

Eu sorrir, depois fui tomar banho antes que a Jujuba entre no meu quarto e me jogue escada baixo por causa da minha demora. Eu terminei o meu banho e me arrumei bem rápido. Desci correndo as escadas, quase cair e a sensação era que a alma tinha ficado um degrau acima e o corpo ido para baixo. Eu quase dei um palavrão quando meu irmão começou a rir de mim, e a Jujuba segurou o riso e logo voltou a ficar séria.

Juliana - Meu Deus Ellen! Você sempre se atrasa, oque vou precisar fazer com você em?!

Eu - Me dá uma massagem nad costas pois estou com muita dor.

Rio da reação dela de jogar o travesseiro em mim. Pego uma maçã e saio de casa sem falar com minha mãe. Como sempre.

Juliana - Você ainda não voltou a falar com sua mãe?

Eu fico em silêncio

Juliana - Você sabe que não é certo, ela é sua mãe.

Eu - Não me culpe, eu só não consigo mais ser oque não sou.

Juliana - Mas um dia foi.

Eu - Sim, um dia fui. E esse dia está lá no passado, passado que não quero voltar a viver de jeito nenhum.

Juliana - Vamos, estamos atrasadas.

Continuamos andando, até que pegamos o onibus e só descemos quando o onibus estacionou em frente ao colégio. Não dissemos nenhuma palavra uma para a outra desde que entramos no onibus. Então decidi cortar esse clima ruim.

Eu - Jujuba não fica assim, você sabe que você é a única pessoa que me importo e que tenho ao meu lado, você me conhece melhor que ninguém, não fique triste comigo.

Abraço Juliana e beijo a bochecha dela, aperto bem forte até ela me dizer alguma coisa.

Juliana - Assim você vai me matar sufocada e vai ficar sem amiga.

Eu ri e soltei ela, fiquei feliz por não está mais triste comigo, eu não surportaria viver sem ela.

Juliana - Eu estou bem, agora vai pra aula sua sem noção.

Eu - Tchauzinho Jujuba, também te amo.

Ela saiu, eu peguei meu celular e meus fones de ouvido, coloquei na minha playlist preferida e comecei a andar em direção a entrada do colégio, eu era considerada a anti-social do colégio, o Demônio em pessoa. Incrível como os olhares e a atenção vinham para mim adsim que eu chegava, eu até parava pra olhar se eu estava suja ou tinha algo de errado com a minha roupa, vai que eu tinha esquecido de pôr as calças. Oh né, do jeito que me olhavam. Mas na verdade, eu acho que eles tinham nojo de me ter no mesmo local com eles, estudando na mesma escola, eu era a "diferentona". Pois bem, eu entrei na sala de aula e me sentei na terceira fileira, abaixei minha cabeça e continuei curtindo meu som. Depois de alguns minutos o sinal tocou e todos entraram na sala. A aula era de matemática e a professora entrou, com um sorriso no rosto de tipo "vou matar vocês de tantos cálculos que vou pôr no quadro". Ela olhou logo para mim assim que entrou na sala, mandou eu tirar os fones de ouvido. Eu fiz cara de tédio e tirei os fones. Ela deu bom dia e começou a por os cálculos no quadro. Bem que eu avisei que ela ia fazer isso. Eu ia começar a escrever no caderno quando sinto algo ser arremessado na minha direção, uma bolinha de papel. Olho para trás para ver quem foi, exatamente ele, o babaca da turma, McCall.

Eu - Sério que voltamos para o jardim de infância? Não perca seu tempo com isso.

Todos começam a rir como se tivesse sido mesmo engraçado e o senhor babaca estivesse certíssimo. Ignorei todo mundo e voltei a escrever no meu caderno. Não escrever os cálculos,  e sim a minha carta de suicídio. Sim, ia ser hoje, hoje eu estava decidida, como nunca estive. Só que algo muito louco e inesperado aconteceu.

Até pra ser flor precisa de sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora