Ódio e Empatia

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— Você de novo?

— Ajuda ele, por favor!

Alex havia acabado de entrar na enfermaria, carregando Coral em seus braços. Estava mantendo-se calmo na frente do menor na tentativa de melhorar a situação, mas agora que o pequeno não estava mais consciente, Alexander não tinha motivo algum para não se desesperar.

— Eu não sei o que aconteceu! Só sei que um idiota da nossa sala não sabia como passar a droga de uma tesoura para outra pessoa normalmente e acabou cortando a mão do Coral sabe-se lá como, aí essa peste começou a agir estranho e correu para o banheiro, aí eu fui atrás dele e- — Se interrompeu, parando para respirar fundo, só agora notando o quão apressado estava falando —... Então ele começou a entrar em pânico e desmaiou. Eu não sei se fiz algo de errado, mas-

— É normal. Coloque-o na cama. — calmamente disse a mulher. Alex deitou-o na cama, soltando as pequenas mãos de Coral que inconscientemente agarravam em suas vestes, mas não conseguiu evitar olhar confuso para a enfermeira. Como diabos aquela situação era normal?

— Tem acontecido desde que ele chegou aqui. O garoto fica mal toda vez que vê muito sangue... E ele não gosta de nada que seja muito afiado, também. — explicou, cuidando do ferimento do menor — Acho que é porque as outras famílias dele não eram muito legais.

— Espera, o quê?

Outras famílias?

— Provavelmente algum trauma ou algo assim, mas ele se recusa a falar sobre isso até mesmo comigo.

Alexander silenciou-se. Não entendeu muito bem o que a mulher quis dizer, mas preferia não perguntar. Sentia como se estivesse tocando em um assunto muito delicado e não gostaria de descobrir o que não deveria sobre Coral, ainda mais porque não queria nem imaginar a reação dele.

Observou a enfermeira terminar de cuidar do corte, aplicando um curativo, e apenas conseguia reparar na aparente inocência no rosto coberto de sardas do pequeno. As imagens do que acabara de acontecer se repetiam em sua cabeça e não conseguia imaginar pelo que o garoto havia passado para reagir daquele jeito.

— Você deveria voltar para sua sala. — disse a mulher, interrompendo os pensamentos do adolescente.

— Mas... Eu não posso ficar aqui com ele? Até ele acordar?

— Coral vai ficar bem, não se preocupe. — Ela sorriu. — Mas tenho certeza de que se você ficar aqui, ele vai acabar bravo contigo.

Alex riu baixo. Realmente, era a mais pura verdade.

Despediu-se da moça, lançando pela última vez um olhar para Coral, apenas para certificar-se de que agora ele estava bem, e depois andou em direção à porta.

— Ah, mais uma coisa! — A enfermeira chamou-o. — Não diga a ele nada do que eu te contei.

O moreno concordou com a cabeça, voltando para a sala. A professora sequer perguntou sobre sua saída e Alex não comentou nada, também. Assim que houve a troca de professores, Lowell correu para sentar-se perto do moreno.

— Alex! O que aconteceu? — perguntou, intrigado.

— Nada...

— Mas... Seu casaco!

Alexander olhou para a própria blusa de frio, notando a mancha de sangue nela contida. Provavelmente foi quando eu estava segurando Coral. concluiu, já lembrando da expressão de dor do menor. Da forma que ele entrou em desespero, implorando para Alex com palavras trêmulas e incompreensíveis...

— Alex?

— Ah, droga, desculpa. — Tirou o casaco, dobrou-o e colocou na mochila — Eu... Eu não sei se deveria te contar.

Be my bad boy ღ {romance gay}Onde histórias criam vida. Descubra agora