— Então você já está saindo com outro garoto, Coral? — perguntou o homem, fuzilando Alex com os olhos, sua voz grave e rouca ecoando pela rua com um tom de escárnio.
Coral cerrou as sobrancelhas automaticamente.
— Não sou mais uma criança, Louis. Posso sair com quem eu quiser.
— Você tem quinze anos, rapaz. Ainda está muito longe de ser um adulto — falou, e os dois ficaram se encarando por um tempo. —... Você bebeu.
— Eu não-
— Não minta para mim. Reconheço o cheiro de álcool de longe.
Repentinamente, Louis voltou seu olhar para Alexander, observando-o de cima para baixo, como se a culpa de tudo aquilo fosse dele.
— O Alexy não tem nada a ver com isso. Eu que o levei para a festa — admitiu Coral, e o homem suspirou.
— É mesmo? Então, sinto muito se o Coral tem te trazido problemas. Você deveria se afastar dele, garoto. Ele não é uma boa influência.
— Louis, já chega — interrompeu Rose, agora com uma expressão de cansaço no rosto.
— Desculpa, Alexy... A gente se fala amanhã — disse Coral, colocando sua gata no chão e dando um abraço fraco no maior. Alexander apenas foi embora, ficando com a leve impressão de que o outro se despediria de outra forma caso não fosse pela presença de seus pais.
No dia seguinte, Coral compareceu às primeiras aulas pela primeira vez no ano.
Alexander estava entrando na escola quando um carro preto e moderno parou à frente dos portões. O garoto de cabelos rosados saiu dele, dirigindo-se ao colégio, mas não sem antes lançar um olhar de ódio para o motorista.
Coral encostou-se a Alexander assim que o viu, como se quisesse se esconder do mundo.
Agora que estavam realmente próximos, Alex pôde notar o leve inchaço nos olhos vermelhos do menor, do tipo que aparece ao passar a noite chorando. Acariciando a bochecha dele com leve ternura, perguntou:
— Tudo bem?...
— Aquilo na festa de ontem, com o Ace... foi terrível — murmurou —, e Louis não ajudou muito com a situação. Ele me obrigou a vir mais cedo, também.
— Eu sinto muito pela sua relação com seu pai.
Coral encontrou o olhar do maior, como se algo estivesse errado na frase dele. Cruzou os braços, pensou um pouco, e continuou:
— Eu gosto do Louis. Só queria que ele me tratasse mais como um filho, mas... acho que é pedir demais.
O moreno não disse nada, e não poderia mesmo se quisesse, pois o sinal tocou logo em seguida. Eles foram juntos para a sala e o professor já estava lá, então mais nenhuma palavra foi dita. Porém, as últimas frases do menor não saíram da cabeça de Alexander, e ele ficou a aula toda pensando se deveria ter o confortado ou algo assim. No intervalo, enquanto apenas eles dois estavam sentados à mesa, não aguentou a curiosidade e optou por perguntar.
— Coral... Sobre seu pai não te tratar como um filho. O que você quis dizer com aquilo? — questionou, baixinho, esperando que ele não fosse responder. Afinal, provavelmente era uma pergunta bastante pessoal.
— O filho biológico deles morreu cinco anos atrás, em um acidente de carro. Ele era perfeito. Só tirava notas impecáveis, nunca teve nenhum comportamento ruim. Meu exato oposto. — Ele balançou a cabeça em negação. — Esquece. Talvez eu só seja um péssimo substituto.
Apesar dos olhos do menor não estarem mais inchados, era possível sentir a tristeza a sua volta. Alexander ficou em silêncio. Vendo o quão abalado Coral estava, começou a realmente se arrepender de ter tocado naquele assunto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Be my bad boy ღ {romance gay}
RomanceAlexander Celeste definitivamente era um aluno exemplar, estudioso, com notas perfeitas e os óculos de grau sempre no rosto. Coral Mayhem era seu exato oposto, o famoso bad boy - exceto pelo fato de ele ter pouco mais de um metro e meio, sardas no r...