"Vou ser coroada Rainha em 3 meses...não acredito nisto! Porquê?!" - disse ela falando sozinha.
Kate no meio dos seus pensamentos e lembranças, soltou um soluço. E mais outro e outro. Kate soluçava, aflita e engasgada no próprio choro e parar parecia inevitável, ou quase impossível.
"Eu odeio-o. Odeio tudo o que ele me fez."
Era prevísivel que a sua aflição tivesse como princípio ele - o homem que tinha visto hoje de manhã quando olhava pela janela, o homem que a destruiu emocionalmente e que levou à morte dos seus pais. O homem que ela um dia amou.
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Era primavera quando o conheceu e quando os seus olhos escuros e ardentes se cruzaram com os seus castanhos avelã. Não havia mais beleza naquele parque, apenas ele e de repente Kate deparou-se a imaginar um futuro promissor entre eles os dois - o aparente par perfeito.
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Abanou as memórias da sua cabeça ruiva, limpou as lágrimas à volta dos seus olhos e deitou-se. Aquela noite seria sem pesadelos, nem que fosse à força.
Havia coisas mais importantes a tratar - a sua coroação perante toda a Inglaterra e os seus anos como Rainha. Solteira. Sim, solteira.
Os desejos profundos do seu ser tinham carência mas o seu coração era duro que nem pedra e nada a faria voltar atrás na sua decisão.
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Adormecida no meio de fotos, permaneceu a futura rainha de Inglaterra, onde aquilo que mais havia era estrago no seu coração e nem uma ponta de restauração vinda de ninguém.
Apesar de todo o seu passado, não havia pessoa mais humilde e querida para os seus súbditos, era um poço de bondade e talvez, por isso é que todos achavam que ela estava perfeitamente bem, mal sabiam aquilo que lhe assaltava a alma em noites frias como aquela em que o choro era a única coisa que a aquecia e que a mantinha viva.