Ele acabou de ignorar o que eu disse? Sinceramente não sei onde ando com a cabeça, achar que uma mera palavra que já parou os nossos mundos, ia fazer algum efeito agora - hoje. Não, eu fiz asneira e agora tinha que arcar com todas as consequências, mesmo que isso significasse perder o homem que amava perdidamente. Sentia-me definitivamente deslocada deste mundo e só queria desaparecer, mas não podia - era a Rainha, se desaparecesse metiam logo Inglaterra toda à minha procura!
Mas havia algo que não estava bem, eu reparei nas mãos de William a cerrar e percebi a raiva nos seus olhos, ele não ia fazer boa coisa. Segui-o sem ele perceber até que me apercebi qual era a ideia e para onde se dirigia.
Continuei a segui-lo e vi-o a entrar na casa de Phillip. Escondi-me.
"Estava à tua espera, o que aconteceu? Viste a tua princesinha a fumar não foi?"
O Phillip sabia. O William também viu? Que tristeza.
"Não estou aqui por causa disso, estou aqui porque tu a manipulas e apagas a mulher que ela é, destruíste tudo!"
"Lamento informar-te mas isso não é muito difícil, quer dizer, ela perdoa rápido e olha só, ela quer-me para ela e não te quer a ti"
Ouvir o Phillip a dizer isto enojou-me, era completamente mentira! Não o queria de volta, não o queria ver de todo.
"Estás a mentir Phillip" - disse William.
"Será que estou mesmo? Caso me consta, não estás com ela outra vez e a Kate não gosta de se sentir sozinha...ela até pode estar com outro qualquer neste momento."
O quê? Eu vou matar este filho da mãe! Observei os movimentos todos de William, a sua respiração ficou alterada e os seus punhos estavam totalmente brancos de toda a força que estava a fazer para se conter. O Phillip não se apercebia do que lhe ia acontecer se não se calasse agora, mas sinceramente, queria que o William lhe batesse.
"Aww, o que foi William, estás irritadinho? Sabes bem que a Kate é assim! Uma verdadeira cabra e uma verdadeira prostituta, mas com título de Rainha"
Desta vez não me contive, corri até eles os dois de punho cerrado e espetei um murro na cara de Phillip, se o William não era capaz de bater nele, eu era.
Phillip caiu imediatamente no chão, o que me fez rir, sentei-me por cima dele, prendendo os seus braços com as minhas pernas e continuei a esmurrá-lo constantemente. Senti uns braços a agarrar os meus punhos ainda no ar. William.
"Nunca mais me chamas prostituta ouviste? Achas que és melhor que todos nós? Esqueces-te que sou a Rainha e não preciso dar qualquer justificação para te prender e para nunca mais seres solto" - afirmo com as mãos a latejar de dor, estavam todas magoadas e feridas.
"E eu acuso-te de violência a um inocente"
Ao ouvir as suas palavras, não evitei rir à gargalhada, mas rir como nunca tinha rido na vida.
"Auto-defesa, meu amor e com testemunha!" - o meu olhar correu para William que me olhava preocupado e pálido.
O olhar de Phillip congelou, tal como toda aquela situação. Eu tinha esmurrado alguém, já o devia ter feito há mais tempo. Ele merecia-o.
Foquei-me numa prateleira qualquer que se encontrava na divisão que estávamos e não acordei até ouvir o William a gritar o meu nome e ouvir um gemido de dor vindo dele. Olhei para trás e vi William no chão, com um canivete espetado no abdómen e Phillip a segurá-lo. Ele tentou matar-me e William defendeu-me.
Senti uma pancada e desmaiei.