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OLHA SÓ, OLHA SÓ, OLHA LÁ, OLHA QUE BACANA

Oi meu povinho, turo bom? Tamo aqui com mais um cap fresquinho que acabou de sair do forno.

Não foi dessa vez que minha rotina bagunçada me fodeu, Faro :)

Vamo que vamo que o caldo vai engrossar

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"Para ser forte como um rio que corta montanhas, sua água precisa ser pura."

Esse era o lema da família Altin que Otabek ouvira desde pequeno. A "água" era uma alusão ao sangue, tido como fonte de orgulho por seus familiares. O fato de serem puros os deixava mais fortes. Pureza esta adquirida após diversos casamentos arranjados com alphas de outras famílias, para que então o gene forte predominasse.

Quando algum membro nascia com um segundo gênero diferente, era impossível conter o desagrado. O cazaque se lembrava de quando seu primo mais novo fora designado como sendo um ômega, a comoção que ocorreu entre seus parentes, que tratavam o garoto como inexistente.

Isso sempre lhe pareceu injusto, afinal, por que algo que não se podia controlar definiria a força de alguém? A força real, não aquela definida pelo poder, mas sim por seu caráter; isso sim era algo pelo o qual valia a pena se orgulhar.

Seu modo de pensar diferente talvez fosse a resposta por nunca ter se encaixado bem na família, o que levava à discussões intermináveis com seu pai, Serik Altin, o alpha mais orgulhoso que já conhecera em sua vida.

Acabou deixando que seus ideais guiassem-lhe para sua vocação adequada, especializando-se em direito dos ômegas durante a faculdade. Ajudar aqueles que mais precisavam do bom cumprimento das leis lhe parecia o certo a se fazer.

Até então, mesmo com represálias, conseguia manter sua relação familiar na medida do possível. Mas tudo aquilo mudou quando um ômega loiro de olhar intenso cruzou a porta do seu escritório numa manhã de sexta-feira, buscando sua ajuda.

Não sabia explicar, foi como se um turbilhão de coisas explodisse dentro de si no segundo em que botara os olhos nele, sentira seu cheiro irresistível e apertara sua mão, em um cumprimento cordial.

A partir de então, toda a sua vida virara de cabeça para baixo. Seus pais já planejavam seu casamento com uma rica alpha quando revelara aos dois que se apaixonara por Yuri, um ômega simples, mas que havia conquistado o que ninguém jamais conseguiria: seu coração e todo o seu ser.

A reação de seu pai fora longe de ser a melhor. Na verdade, foi a pior possível. Gritara de como ele era um "moleque irresponsável" e que iria manchar a reputação de sua família em prol de "um ômega que mal tinha onde cair morto".

O cazaque, entretanto, não cogitou mudar sua decisão nem por um instante, o que levou ao total rompimento de laços com sua família e sua deserdação, por consequência.

Apesar do fato de Yuri ter insistido para que lutasse pelo o que era seu por direito, o alpha não demonstrou nenhum interesse por isso. Pouco lhe importava o dinheiro de seus pais, precisava apenas do loiro e de nada mais.

Nunca pensou na possibilidade de que um dia voltaria a estar naquela sala, sentado naquele mesmo sofá luxuoso que sempre considerou um exagero. No entanto, lá estava ele, encarando a mesa de centro perfeitamente encerada, apenas aguardando o momento em que um de seus pais aparecesse.

Algo maior do que nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora