Origens

Capítulo 1

Sinceramente, não consigo achar nada no meio da minha própria bagunça, eu me mudo em 24 horas e estou mais perdida do que cego em tiroteio. Meu pai pediu para que levássemos apenas o necessário, o que faltasse poderia comprar lá. Olhando assim até parece que temos dinheiro pra gastar, muito menos em outro país. Na verdade eu nunca soube a dimensão do dinheiro que temos ou até mesmo de onde ele vem, Abe não gosta muito de falar a respeito.
Mas isso não é relevante agora, eu estou partindo para Nova York, Universidade Columbia para ser mais exata. Tudo aconteceu tão rápido que as vezes acho que é um sonho. Desde que me intendo por gente eu moro no Brasil, mas o meu Pai é turco e a minha Anne é escocesa, eu nunca sai do país, por isso estou tão eufórica. Acho que já está quase tudo arrumado, agora é só descansar e esperar a minha vida mudar.

- Rose? - Minha mãe me olha do batente da porta esperando uma confirmação para que pudesse entrar, a que eu prontamente permiti.

Ela afastou uma mala que estava em cima da cama e me convidou para sentar ao seu lado com apenas um gesto de mão.
- Eu sei, mãe! Não precisa me olhar como se eu fosse uma lunática, ok? - Digo com um sorriso sarcástico.

Minha mãe Janine Mazur é a mulher mais linda que eu conheço, mais inteligente e mais autoritária também, muitas das vezes ela me dar nos nervos, mas eu tenho certeza que sentirei falta dela, na verdade já estou sentindo.

- É sério, Rosemeire! Seu pai pediu pra lhe entregar esses documentos. - Disse ela com seriedade no olhar.
Pesquei o envelope de suas mãos com cautela. 
- Tem coisas que você ainda não pode saber, mas nesse envelope tem algumas instruções. - Eu continuei a olha-la sem entender realmente o que aquilo queria dizer.  - Em hipótese alguma o nome do seu pai pode ser citado a qualquer pessoa que não seja de segurança. - Continuou ela como se nada estivesse acontecendo, ou como se eu soubesse do que falávamos.
- Apenas ao diretor Stan Alto.

- Como assim? Eu não entendo. Por que usarei seu sobrenome de solteira? - Perguntei ao ver uma identidade falsa.

- Para sua proteção, e isso já basta por hora. - Disse pondo um fim na conversa e se levantando. Odeio quando ela faz isso.

- E a Lissa? - Perguntei preocupada antes que ela pudesse me deixar com meus pensamentos.

- Também terá novos documentos. - Dito isso ela bateu a porta levando a minha ansiedade e me deixando a preocupação.