22 | Caneller

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Saiu de meu quarto e desço as escadas. Ao longo que vou descendo os degraus, vou ouvindo vozes. Vozes reconhecíveis.

— mas o que você é da minha filha, jovem? — a voz de meu pai pergunta.

— sou amigo — ouço a tal voz masculina responder.

Chego a sala dando de cara com... Cameron?

— Cameron? — arregalo os olhos.

— vou deixar vocês a sós — meu pai se levanta do sofá, juntamente a Cameron. Observo meu pai sair da sala, mas antes de entrar na cozinha, se vira para nós — mas não tão a sós — é tudo que fala antes de sair.

— Caneller, que bom te ver — Cameron sorri e vem em minha direção. Cameron vem para me abraçar mas dou um passo para trás na intenção de evita-lo.

— o que você quer? — falo rude. Cameron tenta disfarçar seu vácuo dando outro passo para trás, assim como eu.

— eu vim... — o mesmo parece escolher suas palavras, as palavras certas — eu vim me desculpar.

— pelo que, exatamente?

— por ter sido um idiota — fala cabisbaixo — eu não percebi o que estava acontecendo com você, e... Bom, eu deveria ter percebido.

Por alguns segundos, um silêncio surge. Um silêncio mortal. Perturbador. Eu realmente não sabia o que falar para Cameron. Não sabia se havia sido sua culpa ou não. Não sabia de mais nada.

Cameron percebe minha ausência de fala e tira algo do seu bolso de trás. Percebo ser uma linda rosa vermelha.

— peguei no caminho, para você — sorri fraco, me entregando.

— obrigado — é tudo que consigo dizer. Minha voz sai como um sussurro.

— Caneller, tudo que eu peço, é que me perdoe — fala decidido. Era fácil ver que sua postura forte, também habitava uma pontada de tristeza.

— Cameron, eu te perdoo — falo cabisbaixa.

— eu sei que eu errei, você pode me dar um murro na cara se quiser, eu sou um idiota e... Espera, você me perdoa?

— não sei o que pensar, não sei se devo confiar em você de novo, mas ainda quero te perdoar — Cameron engole um seco. Sua expressão era inexplicável.

Mais uma vez, um silêncio surge. Ambos estavam sem fala. Cameron por não saber o que dizer, e eu, por esperar uma resposta do mesmo.

— bom, eu acho que já está tarde né, você já pode ir embora — falo. Cameron leva seu olhar a mim seriamente.

— mas...

— Cameron, vai embora, e de preferência, nunca mais me procure.

Cameron me encara. Seu olhar de tristeza volta. Cameron se dá por derrotado e se vira para sair. Sigo-o até a porta e abro a mesma, dando passagem para o garoto.

— eu só quero que saiba, que eu nunca mais vou deixar algo acontecer com você — fala antes de se retirar. Não tenho tempo de responder. Cameron entra no carro estacionado, e logo da a partida, indo embora.

Racism ू Cameron Dallas {Finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora