Namorada Dele

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—tão brigados?

Olho pra Cecí, concordo silenciosamente, ela me abraça e a Luh vem com cara de sono para cima de mim, acho que o Dominic está levando bem a sério toda essa coisa de "namoro", ao menos mais do que eu pensei, porque ele dormiu no sofá ontem a noite, e agora que acordei, não tem nem rastro dele na suíte.

Acho que ele foi para algum encontro de negócios.

Minhas irmãs acabaram de acordar e entraram no quarto, elas se enfiam embaixo dos cobertores da cama e me abraçam, as vezes eu sinto que parte de mim, adora a vida adulta, em outras a autonomia é mais como uma bengala para eu querer ter alguma independência, quando na verdade, eu não sou.

Ser adulto é um pequeno fardo.

Desde que comecei a querer sair de casa e ir para faculdade, eu tenho experimentado doses únicas de raiva, desgosto e decepção, e estar com a minha família se mostra cada vez mais algo presente na minha vida, algo que torna meus dias felizes, ao menos suportáveis.

Meus pais tinha razão quando me disseram que a vida não é bem como as pessoas contam nos livros, não existem Romeo's nem Senhores Darcy, e não há, homens tão românticos quanto Shakespeare, Henry foi a prova viva disso, a maior decepção da minha vida, e quando terminamos, meu albergue foram meus pais, meus irmãos, como sempre mamãe estava lá, forte e firme, meu maior exemplo de persuasão e força, e papai, com braços largos e apertos tão firmes e carinhosos que eu não sabia nem como agradecer, mas meus irmãos sim, foram um grande apoio.

Nando é o meu irmão mais velho que adora se preocupar comigo, o Tom é como aquele travesseiro que você abraça e chora nele até que fique ensopado de lágrimas, Ceci adora me dar chocolates, Luh faz tranças nos meus cabelos e cuida de mim, os pestes 1 e 2, Noah e Moisés, são sempre carinhosos também, bem como Emanuel, então sim, eles me ajudam todos os dias a estar bem.

Então, Dominic aparece, a oportunidade perfeita de tirar meu irmão da fossa, só que em troca ele me pede algo que não sei se posso dar, e vira o meu mundo de ponta a cabeça de novo.

Me sinto tão perdida!

—porque brigaram?—Luh pergunta, os olhos azuis cheios de sono.

—Dominic é... complicado—escolho bem a palavra.

—ele não deixa de ser um gato—Cecí diz—vimos filmes juntos até tarde ontem.

E eu fiquei trancada no quarto, emburrada e chateada com a nossa briga, é inconcebível que alguém se apegue a mim assim tão rápido, não a insuportável e irritante Lottie.

—pedimos pipoca e chocolate, ele foi um fofo com a gente—Luh suspira—estranhamos você não ter ido, ele disse que você estava com dor de cabeça e sono, dai eu pensei, mas quando a Lottie ta com dor de cabeça, ela fica super irritante.

—e reclama—Cecí acrescenta rindo—só que não Dominic, a nós duas você não engana!

Sorrio, abraço as duas, Tom fala que as duas são pedacinhos que Shiva na terra, o meu irmão é bem mais apegado a cultura indiana do que eu, em si, tudo o que sei, é que nasci na Índia, que sou órfã, e que Jack Carsson me achou vagando pelas ruas da capital Nova Deli, em subúrbios da cidade.

Mamãe cultivou em mim muitas coisa da minha terra natal, claro, a tia Sandy desde cedo me ensinou a dança indiana, mamãe e papai também cultivaram em mim alguns costumes, ainda que papai seja adepto a ioga assim como mamãe, e ele ao hábito de não comer carne, eu não consigo ficar longe de uma coxinha de frango por mais de dois dias, contudo, eu já tive dois aniversários em que mamãe fez com temas indianos, o Tom também, ela fala que é importante cultivar a cultura em nossas vidas.

Lottie  - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora