IX

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[31.12.2011]

Liam me pediu para que fosse em sua casa hoje. Ela ainda é onde todos passam a virada? Lembra de como nós sempre organizamos esse dia?

Você sempre escolhia rosas brancas. Eu sempre pedia algumas amarelas e as espalhava sem que você soubesse. Amava isso, não é? Lembro das covinhas toda vez em que as via. Eu deveria ir hoje? Liam pediu para que eu cantasse algo. Você continua cobrando atrações para todos os que vão?

Eu fiz uma música. Talvez fosse um bom lugar para mostrá-la a você.

[...]

O relógio marca exatamente 21:02, eu estou em frente a sua casa, o som está alto. Você odiava isso. Ouço vozes e aperto o violão em minhas mãos. Nunca pensei que seria tão difícil tocar essa campainha. Embaixo dela, em uma caneta rosa de alguns anos atrás, nossos nomes ainda estão gravados. Você prometeu que sempre os deixaria alí. Você cumpriu.

Respiro fundo uma... Duas... Três vezes... Até que finalmente consigo pressionar meu dedo contra ela e posso ouvir o barulho ecoar por toda casa. você não gostava dela, sempre preferiu palmas.

Alguns segundos se passam e então a porta é aberta.

Você está lindo, Harry.

Seus cachos estão bagunçados e um pouco maiores agora. Sua roupa é branca... Mas o lenço amarelo está lá, saindo de seu bolso. Então ainda usa meus presentes?

Seus olhos estão levemente arregalados e marejados enquanto sua boca está entreaberta, tentando fazer com que algo saia. Você está um pouco pálido e um contorno roxo existe em sua boca. Você está com dor de cabeça?

- Dor de cabeça? - Rio nervoso, tentando manter o sorriso que não dura mais do que dois segundos.

- O-Oi...- Sua voz está como me lembrava. Senti falta dela.- Por que eu estaria? - Você desvia o olhar, dando espaço para que eu entre.

- Sua boca... Roxa... Você sabe... - Entro, ainda permanecendo perto o suficiente para que me abrace. Você não quer isso?

- Não estou.- Você diz seco. Está mentindo pra mim? - As coisas mudaram, Louis. - É tudo o que diz antes de se afastar. Eu sei para onde foi. Porão? Costumava ir lá para chorar. E eu costumava te buscar toda vez em que isso acontecia.

Ando um pouco pela casa. Ela está diferente agora. Todas as paredes estão brancas. Você não gosta disso. Rio fraco por lembrar-me tão bem de cada detalhe seu.

Sinto alguém muito próximo de mim e me viro, é ele.

- Hey! Liam me disse que você era um grande amigo de Harry! - Ele sorri, estendendo a mão pra mim.

Eu o cumprimento, forçando um sorriso fraco.

- E então? - Ele continua.- Acha que ficou bom? - Abre os braços, se referindo ao local.

Só então percebo a decoração.

Não, não está bom.

Existem apenas luzes brancas. você gostava das coloridas, gostava da dança. A música era calma e alta. Muito alta. Estava tudo exatamente como nunca faríamos anos antes.

As rosas eram brancas. Todas elas.

- Precisamos sentar. - Te ouço falar e me viro.

Seu nariz estava vermelho e suas bochechas coradas. Você chorou.

- Por que as rosas são todas brancas? - Eu não posso evitar a pergunta.

- Harry que escolheu. - O garoto ao qual realmente não me importo em saber o nome, diz.

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