Capítulo 5 - Cole

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Ao ver aquela cena, meus sentimentos que ainda restavam, foram embora igual a fumaça de um cigarro no meio de uma ventania.
rapidamente comecei a andar de volta para a oficina, o pessoal devia estar lá ainda.
Chegando lá mando eles descerem, e digo que havia tudo dado errado, tropeçando em minha palavras
- O que houve, seus olhos estão brilhando, parece que quer chorar. - Diz Charlie segurando meu ombro.
- Ela já está com outro, vadia. - digo engolindo o pré-choro que estava por vir.
-HEY, NUNCA DIGA ISSO DE UMA MULHER APENAS PELO FATO DE ESTAR COM OUTRO. - Diz Eliza tentando defender as mulheres.

Eliza sempre foi assim, podíamos falar qualquer coisinha para ela, mas se abrirmos a boca para falar um "a" sobre como as mulheres são ela viria para cima de você com um olhar que parece entrar em sua alma.

- Quem é o garoto? consegue descrever ele? - Diz Issac achando que adiantaria de algo.
- Não, não vai adiantar. - Digo limpando os olhos. - Querem saber? que se dane, não preciso dela, Bullworth não tem apenas ela de garotas. - Digo levantando a cabeça.
- É assim que se diz. - Diz Charlie abrindo um leve sorriso.
- Poderíamos sair hoje - Sugere Gustav. - Seria bom, para Cole esquecer disso.  - termina ele tentando nos convencer.
- Acho uma boa. - todos concordamos.
- Mas acho arriscado ir para a cidade, depois do que aconteceu noite passada. Diz Charlie
- O que acham de ir na floresta? - sugere Gustav.
- Por mim tudo bem. Diz issac
- A barraca ainda está lá? - pergunta Eliza
- Onde mais poderia estar? - Diz Charlie dando uma risada nazal.
- Espera, floresta? barraca? do que estão falando? - digo curioso.
- Quando queremos sair da escola, mas não podemos arriscar ir para a cidade, vamos a uma floresta, onde fumamos. - Diz Gustav conseguindo me convencer.
- Okay 19:00 estejam aqui com algo para beber, e algo para comermos. Hoje no jantar, vão dar taco. tentem pegar o máximo possível e tragam para cá. Diz Gustav já planejando tudo e pensando nos mínimos detalhes.

Eu tinha aula de filosofia, sempre gostei muito dessa matéria por conta da reflexão envolvida entorno de tudo, e vamos assumir, um adolescente problemático reflete sobre tudo.
Ao chegar na sala vejo um senhor com uma idade em cerca de 70 a 75 anos.
Entro na sala e me sento na terceira carteira da janela, eu sempre gostei de sentar perto da janela, o mundo me chama, a vista e encantadora, da para ver o campo eu que encontro o pessoal.

- Peguem seus livros na página 38. - diz uma voz um tanto rouca. Provavelmente ele devia ser um fumante compulsivo.

Eu abro o livro e direto percebo uma pergunta que diz: " O que é contradição?".
Essas perguntas sempre exigem o máximo da sua reflexão.

Contradição: oposição entre dois polos incompatíveis, um afirmando, outro negando, ao mesmo tempo, algo de uma mesma coisa. Conflito real e histórico, luta de forças que se contrapõem no interior do real e do pensamento, toda situação/afirmação aparecendo apenas como um momento provisório que deve ser necessariamente negado para superado. 

Ao escrever essa resposta tento não lembrar de Aurora. - Droga é minha primeira semana, e já estou "sofrendo" por uma garota. - digo em minha cabeça.
Talvez pelo fato dela parecer minha ex-namorada por conta do cabelo, e pelo gosto de flores.
Olho para o lado de fora da sala, o time de futebol da escola está treinando, eu nunca consegui me imaginar um desses jogadores de escola, eu sempre fui o menino que na educação física sempre ficou na arquibancada lendo algo, e apenas passava na matéria por conta dos exercícios do livro.
Ao ficar pensando nisso, o sinal toca, o lembro que preciso arrumar minha bolsa para o acampamento.
Ao chegar no dormitório, Charlie está colocando alguns chips na bolsa.

- Já acampou antes? - perguntou ele enquanto eu entrava.
- Já, com meu pai, foi uma vez só.
- E como foi?
- Não me lembro muito bem, e nem gosto muito de lembrar.
- Por que?
- Motivos pessoais
- Okay, Otawa ira conosco.
- Quem é Otawa?
- Uma garota, acho que vai gostar dela.
- Tudo bem, não sendo uma Aurora.
- Não é, pode ter certeza.

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