Ao ver aquela cena, meus sentimentos que ainda restavam, foram embora igual a fumaça de um cigarro no meio de uma ventania.
rapidamente comecei a andar de volta para a oficina, o pessoal devia estar lá ainda.
Chegando lá mando eles descerem, e digo que havia tudo dado errado, tropeçando em minha palavras
- O que houve, seus olhos estão brilhando, parece que quer chorar. - Diz Charlie segurando meu ombro.
- Ela já está com outro, vadia. - digo engolindo o pré-choro que estava por vir.
-HEY, NUNCA DIGA ISSO DE UMA MULHER APENAS PELO FATO DE ESTAR COM OUTRO. - Diz Eliza tentando defender as mulheres.Eliza sempre foi assim, podíamos falar qualquer coisinha para ela, mas se abrirmos a boca para falar um "a" sobre como as mulheres são ela viria para cima de você com um olhar que parece entrar em sua alma.
- Quem é o garoto? consegue descrever ele? - Diz Issac achando que adiantaria de algo.
- Não, não vai adiantar. - Digo limpando os olhos. - Querem saber? que se dane, não preciso dela, Bullworth não tem apenas ela de garotas. - Digo levantando a cabeça.
- É assim que se diz. - Diz Charlie abrindo um leve sorriso.
- Poderíamos sair hoje - Sugere Gustav. - Seria bom, para Cole esquecer disso. - termina ele tentando nos convencer.
- Acho uma boa. - todos concordamos.
- Mas acho arriscado ir para a cidade, depois do que aconteceu noite passada. Diz Charlie
- O que acham de ir na floresta? - sugere Gustav.
- Por mim tudo bem. Diz issac
- A barraca ainda está lá? - pergunta Eliza
- Onde mais poderia estar? - Diz Charlie dando uma risada nazal.
- Espera, floresta? barraca? do que estão falando? - digo curioso.
- Quando queremos sair da escola, mas não podemos arriscar ir para a cidade, vamos a uma floresta, onde fumamos. - Diz Gustav conseguindo me convencer.
- Okay 19:00 estejam aqui com algo para beber, e algo para comermos. Hoje no jantar, vão dar taco. tentem pegar o máximo possível e tragam para cá. Diz Gustav já planejando tudo e pensando nos mínimos detalhes.Eu tinha aula de filosofia, sempre gostei muito dessa matéria por conta da reflexão envolvida entorno de tudo, e vamos assumir, um adolescente problemático reflete sobre tudo.
Ao chegar na sala vejo um senhor com uma idade em cerca de 70 a 75 anos.
Entro na sala e me sento na terceira carteira da janela, eu sempre gostei de sentar perto da janela, o mundo me chama, a vista e encantadora, da para ver o campo eu que encontro o pessoal.- Peguem seus livros na página 38. - diz uma voz um tanto rouca. Provavelmente ele devia ser um fumante compulsivo.
Eu abro o livro e direto percebo uma pergunta que diz: " O que é contradição?".
Essas perguntas sempre exigem o máximo da sua reflexão.Contradição: oposição entre dois polos incompatíveis, um afirmando, outro negando, ao mesmo tempo, algo de uma mesma coisa. Conflito real e histórico, luta de forças que se contrapõem no interior do real e do pensamento, toda situação/afirmação aparecendo apenas como um momento provisório que deve ser necessariamente negado para superado.
Ao escrever essa resposta tento não lembrar de Aurora. - Droga é minha primeira semana, e já estou "sofrendo" por uma garota. - digo em minha cabeça.
Talvez pelo fato dela parecer minha ex-namorada por conta do cabelo, e pelo gosto de flores.
Olho para o lado de fora da sala, o time de futebol da escola está treinando, eu nunca consegui me imaginar um desses jogadores de escola, eu sempre fui o menino que na educação física sempre ficou na arquibancada lendo algo, e apenas passava na matéria por conta dos exercícios do livro.
Ao ficar pensando nisso, o sinal toca, o lembro que preciso arrumar minha bolsa para o acampamento.
Ao chegar no dormitório, Charlie está colocando alguns chips na bolsa.- Já acampou antes? - perguntou ele enquanto eu entrava.
- Já, com meu pai, foi uma vez só.
- E como foi?
- Não me lembro muito bem, e nem gosto muito de lembrar.
- Por que?
- Motivos pessoais
- Okay, Otawa ira conosco.
- Quem é Otawa?
- Uma garota, acho que vai gostar dela.
- Tudo bem, não sendo uma Aurora.
- Não é, pode ter certeza.
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Adolescer
Teen FictionNão sou mais uma criança, mas também não sou adulto. Há uma tremenda confusão em meu coração, não sei quem sou, ou quem eu serei. Acho que estou adolescendo.