Cap. 2

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Bem vindos a mais um capítulo, espero muito que comentem o que estão achando. Vamos lá, aproveitem!

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POV. Lauren

Loucura, essa era a palavra que resumia o estado do hospital nesse momento... Uma completa loucura! Sexta feira a noite, uma emergência, um acidente com uma família, três feridos, incluindo uma mulher grávida. Quem está a frente desse caso? Eu, Lauren Jauregui! Braço direito do Dr. Alejandro Cabello, este que não se encontrava no prédio por motivos pessoais, e pediu muito para que não fosse convocado ao menos essa noite, pois estaria recebendo sua filha, me parece que não a vê faz muito tempo. E eu, como pessoa de confiança farei o que ele me pediu, nada de bipar o chefe.

Convoco à equipe que acho mais competente que estava de plantão, recebo olhares tortos logo antes de entrar na sala de cirurgia emergencial, mas isso não me abala, corri muito atrás para que pudesse receber essa confiança de Alejandro, não posso deixar que boatos ou profissionais "enciumados" me atinjam por isso.

"-Tem certeza que não irá bipar Alejandro Dra. Jauregui? Um caso tão delicado como esse requer uma experiência maior que a sua acredito eu... Pelo menos para termos um comando de um DOUTOR mais certeiro e salvarmos todos aqui."- Escuto a voz do enjoado Dr. Mahone. Austin nunca gostou da minha posição nesse hospital, era meu grande concorrente pelo cargo e pela melhor visão do "Grande Chefe" . Sempre tentando me abalar, sempre querendo encontrar um erro meu para que pudesse sair como herói, mas até hoje tem passado longe de conseguir esse "prazer". Então solto uma risadinha sarcástica enquanto lavo minhas mãos para entrar na sala e disparo contra ele:

"-Tenho sim MUITA certeza que não irei bipar o Dr. Alejandro para esse caso, pois sei muito bem a capacidade que tenho para conseguir resolver tudo isso e ele também confiaria em mim para o ato! Eu garanto a você, foi um pedido do mesmo para que não fosse convocado a não ser que fosse EXTREMAMENTE delicado o que tivesse chegado aqui. Se não se sente confiante o bastante em ser comandado por uma MULHER para tal cirurgia, fique à vontade para se retirar Dr. Mahone"- E entro na sala, logo depois ele passa pela mesma porta e resmunga antes de começarmos a salvar a mãe e sua criança.

Quatro horas depois, madrugada de sábado, concluímos a cirurgia, como o esperado, criança e mãe a salvos. Chamo a Dinah, pediatra de plantão e peço para que ela fique de olho na criança pois ela ainda estava muito sensível, enfim sigo ao meu consultório.

Ao sentar em minha confortável cadeira, começo a viajar com meus pensamentos, um tanto angustiantes, o Natal estava chegando, e eu preciso dar um jeito de me encaixar no plantão para não ter que comparecer na ceia com minha família. Já espero o sermão de meus pais, o olhar reprovador de meus irmãos quando eu for comunicar que irei trabalhar logo na data pela segunda vez consecutiva.

Aprofundando ainda mais meus pensamentos, uma lágrima solitária corre pelo meu rosto, o Natal nunca mais foi o mesmo depois do ocorrido a quatro anos atrás, nada seria a mesma coisa. Passo minha mão pela nuca, lembrando do que havia ali e me permito chorar, ainda em silêncio. Quando um bipe se faz presente, e então percebo que meu plantão havia acabado.

Ao sair de meu consultório, encontro Dinah, animada mesmo depois desse desgastante plantão, essa mulher está sempre assim?

"-Jauregui!!! Quero lhe parabenizar pela cirurgia de hoje, e não deixe que o inconveniente do Austin te abale com suas palavras machistas. Ainda tento descobrir o que Camila viu naquele embuste..."- Não consigo segurar minha gargalhada pelo modo que ela fala indignada.

"-Muito obrigada DJ, eu não fiz essa cirurgia sozinha, todos nós fizemos, parabéns para ti também. Mas essa Camila deve ter sido uma guerreira para aguentar ele.-" Seja lá quem for ela...

"-E está tudo bem com você? Seus olhos estão vermelhos e inchados, não me diga que chorou por causa das palavras mal pensadas dele!"- Merda ela percebeu, a coisa que eu mais odiava era demonstrar fraqueza na frente dos outros.

"-Não não! Não tem nada disso, só estou cansada mesmo, foi muito desgaste nesse último plantão, principalmente essa madrugada. Preciso muito ir para casa, mal vejo a hora de cair na minha divina cama.-" Sorrimos uma para outra e logo depois ela pareceu ainda mais animada.

"-Mulher, eu ainda vou encontrar minha amiga que chegou ontem, mas como estava escalada para o plantão não deu para ir busca-la no aeroporto... Saudade da minha bunduda, nunca mais deixo ela sair de perto de mim por mais de três dias. E pra ela aprender a lição vou acordar ela 7h da manhã, que ótima amiga sou!-" diz sorrindo.

"-Vai lá então para sua 'bunduda' DJ, até amanhã, qualquer coisa em relação a criança da madrugada que precisar pode me ligar.-"

"-Até Jauregui, bom descanso! Pode deixar que te deixo à parte de tudo-"

Sigo em passos firmes até o estacionamento,dando um leve aceno para cara funcionário pelo caminho. 40 minutos depoisestava em casa, depois de um banho relaxante, com mais algumas lágrimasderramadas, Deus... só pode ser TPM, me jogo na cama, ligando o ar condicionado e me enfiando embaixodos cobertores. Poucos minutos depois já me entregava ao sono profundo.

The Opposite (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora