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boa leitura.


Elizabeth Jones

Dezenove anos.

— Vamos lá, Beth! Eu só preciso tomar um banho. — Allya implora para passarmos em sua casa antes de irmos ao shopping. A sua necessidade de estar arrumada uma boa parte do dia respondia às minhas perguntas diárias "Por que nenhum menino olha para mim?"

— Promete que não irá demorar? — A questionei, passando pelo batente da porta principal de sua casa e vendo seu pai sentado no sofá assistindo um jogo de futebol qualquer. — Oi, Sr. Riley! Preciso estar em casa antes das 20h para o jantar, Ally. — Gritei enquanto a mesma já subia as escadas me deixando no hall da casa, sozinha.

Eu já me acostumei com esse jeito dela, assim como já me acostumei com o Sr.e a Sra. Riley. Eu conheço a Allya desde os meus 14 anos, desde então viramos uma família. No começo eu tinha vergonha de ir a casa dela, talvez por nunca ter me sentindo assim com uma outra família, mas depois de um uns meses eu acabei me acostumando com a ideia e hoje, acabo até ficando pro jantar — quando minha mãe permite, lógico.

Alguém desce as escadas e pelos passos pesados não é nem a Allya e nem a Sra. Riley, e só tem uma pessoa que faz questão de saber que está por perto. Conheçam o Harry Riley, irmão mais velho da Ally e meu aminimigo. Não nos damos muito bem, mas temos uma conexão muito grande que fazemos questão de fingir a inexistência dela e por isso ele sempre, eu digo sempre, arranja alguma forma de me irritar.

— Olá Elizabeth, é um sonho ou você está de saia? — Harry costuma ser a pessoa menos observadora que eu conheço, então eu o olho franzindo o cenho.— Você não cansa desse all star? — Disse passando por mim. Aí está ele e sua piada idiota, é a mesma pergunta desde que tínhamos 14 anos. — Pai, irei sair com o Tayler.

E ele saiu. De novo.

Sr. Riley levantou dando uma risadinha, passou por mim em direção a cozinha e pelos meus conhecimentos foi pegar uma cerveja. Ainda em pé, Mark, ou Sr. Riley como eu o chamo, gritou da cozinha para eu me sentar no sofá pois eu já estava fazendo parte dos móveis. Ele sempre foi tão gentil e educado comigo que não tinha como não aceitar, ele me deu um lugar na família dele e eu nunca vou conseguir agradecer ou retribuir da maneira correta.

Sento no sofá que antes estava sendo ocupado pelo Sr. Riley, mas o mesmo voltou com uma garrafa de cerveja na mão, assim como eu havia previsto e se sentou ao meu lado para continuar assistindo seu futebol de todas as sextas.

Tudo parou.

Tudo ficou escuro.

Tudo pareceu completamente errado naquele momento.

E era.

Seus dedos passando pelas minhas coxas me assustou fazendo com que eu desse um sobressalto.Tentei dizer algo mas nada saia da minha boca, nada.

— Harry não foi o único que reparou na sua saia, inclusive acho que você está linda com ela. — Disse ele subindo cada vez mais suas mãos.

— Sr. Riley, tire suas mãos de mim, agora! — Consegui pronunciar e coloquei as minha duas mão por cima das dele para tirá-las de lá, mas ele era mais forte que eu.

— Shhh... você não deve dizer nada, eu sei que você quer tanto quanto eu. Você criou tanto corpo desde seus quinze anos que foi impossível não notar. — Ele não era o pai da minha melhor amiga, claramente ele tinha tomado alguma coisa. Eu tinha que acreditar nisso.

Ele tira uma das mãos para se masturbar, mas com a outra continua tentando levantar minha saia e com o peso do seu corpo me prende no sofá.

Pedi mais uma vez para ele parar.

Ele não parou e eu sabia que tinha que fazer algo. Tiro forças de todos os cantos reunindo com a raiva que eu senti soltando um soco em seu estômago. Péssimo dia para pagar de lutadora, Elizabeth. Quando eu consegui sair do sofá, o mesmo me agarrou pelos braços me fazendo ficar de frente para ele e eu senti uma dor absurda na barriga.

Sangue.

Muito sangue.

E tudo ficou escuro novamente.


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