PARADISE

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boa leitura.


Elizabeth Jones

Trinta anos.

Formanda em medicina.

Pós graduada em Neonatologia.

Mestrado em Pediatria.



— Então você é a aposta de todo o hospital? — O diretor do mesmo diz me servindo um copo de café. — Todos falam muito bem de você, Doutora Elizabeth Jones.

— Eu apenas faço o meu trabalho. — Respondo no automático. Ele sempre me deu medo e o conheço desde o meu segundo semestre de medicina, além de ser pai da Yong Sun. — O senhor viu a Yong Sun? Eu não a vi em seu escritório hoje.

— Ela ainda não chegou? — Acabo de entregar minha amiga super rebelde e mando mensagem pro Calvin por baixo da mesa.

B: A Yong Sun ainda não chegou e eu sem querer soltei para o diretor. Aposto mil wons que ela acordou atrasada porque estava vendo aquele seriado com o ator Lee Min Ho que acabou de sair do exército.

C: Aposto mil wons que ela estava transando e perdeu a hora. Típico dela.

B: Feito.

C: Feito. Agora saia daí!

— Acho que ela está na neonatal e eu não vi, ainda não fui fazer a ronda. — Arrumo a melhor desculpa que posso e termino o café. — Se me der licença. — Levanto, e me curvo a ele.

Todos os dias às nove da manhã, faça chuva ou faça sol, nos reunimos no sexto andar da ala leste — que por sinal é a ala que meu escritório fica. — para colocarmos o papo em dia. Em quinze minutos Calvin bateu na porta na esperança que a Yong Sun já estivesse chegado.

O Calvin — ou Doutor Williams — chegou dois anos depois de mim e da Yong Sun. Fizemos uma amizade rápida, e como bons adultos, em seu segundo dia de trabalho tomamos uma cerveja juntos, na verdade quem tomou foi a Yong Sun e ele, eu fiquei de motorista.

— Graças a Deus você falou para o querido diretor que eu estava na neonatal. — Yong Sun abre a porta pulando para dentro do escritório se sentando no sofá ao lado.

— O que acha de me pagar indenizações? Eu me arrisco muito desde que virei sua amiga. — Explico. E também seu pai me dá medo, penso.

Ela dá risada, mas o Calvin a encara fazendo a corar.

— Por que você tem olheiras? Noite mal dormida? — Naja, eu sei em que lugar o Calvin quer chegar e por isso torno a repetir, NaJa.

— Nossa nem me fala... — Começa dizendo. — Chegou a nova série do Lee Min Ho na netflix ontem e eu não podia deixar de assistir. — Conclui fazendo uma carinha de culpada.

Eu pulo da cadeira fazendo uma dancinha da vitória na frente de Calvin. Por puro instinto ele tira do bolso sua carteira e pega mil wons.

— Vocês apostaram de novo? Que tipo de amigos vocês são? — Yong Sun questiona fazendo um biquinho brava.

— Veja pelo lado bom. — Disse pegando o dinheiro. — Pelo menos eu sou sua melhor amiga e te conheço o suficiente para podermos enterrar algum corpo por aí.

Ela ri, me dá um ginseng vermelho e eu me sento na cadeira enquanto tomo.

— Beth, vamos em um lugar depois do trabalho? — A Yong Sun tem um poder de persuasão muito grande, além de ter uma carinha pidona muito linda.

— Posso recusar? — Pergunto.

— Não.

Fazemos 12 horas de trabalho por dia. Chegamos às seis da manhã e só saímos às seis da tarde, o que é bem cansativo, mas quando se faz algo que ama isso é o menor dos problemas. Normalmente o Calvin não sai com a gente porque ele é cirurgião chefe, e por conta da agenda cheia ele passa a noite no hospital.

— Você dirige, to cansada. — Yong Sun diz saindo do elevador e joga as chaves para mim.

— Quando você me falar para onde vamos, eu dirijo. Vai que você é uma assassina e quer me raptar. — Brinco.

— Com você dirigindo? — Ela ri — Vamos para aquela praça perto do Rio Han. — Ela liga o rádio quando entramos no carro. — Vai ter meio que um encontro de fãs com o Lee Min Ho.

Eu não acredito que estava prestes a lidar com uma criancinha gritando para seu ator favorito que queria sentar nele, mas apenas disse — Coloque o sinto, Yong Sun.

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