Lua de Sangue

Cap. I

Agora Lissa é a Rainha, não conseguia imaginar, nem sequer pensar ou cogitar isso, a alguns meses atrás eu estava na Rússia lutando com Strigois e logo depois estava na corte salvando o mundo Moroi de uma grande guerra política, acho que minha vida nunca foi muito normal, sempre teve desses solavancos e altos e baixos, desde que nasci eu era assim eu era destinada a cumprir ordens e fazer o que fosse preciso para manter os Moroi a salvos, eu tinha sempre em mente aquele ditado "Eles vem primeiro" mas apartir do que passei na Rússia, do que passei tentando me salvar de ir para uma execução em público, eu percebi que não fazia mais sentido eu estar fazendo aquilo tudo sem receber nada em troca, orgulho? Dignidade? O que aquilo traria pra mim? Desde que nasci minha vida foi escolhida sem eu sequer poder fazer nada, eu teria que aceitar aquilo ou ser desprezada e jogada de lado como uma prostituta de sangue, aquilo era tão injusto não podíamos escolhermos nosso próprio futuro, ele era escolhido por nos, a gente querendo ou não, mas pelo menos tinha Lissa e Dimitri comigo, não sei se ainda tinha Adrian ainda comigo mas sabia que tinha quebrado seu coração, o traindo com Dimitri, no dia em que tive que dizer a ele que meu coração pertencia a Dimitri ele se foi, acho que nunca mais o verei novamente, mas a vida tem dessas, pessoas vem e vão e você não pode fazer nada além de amar quem está a sua volta e tentar pelo menos abrigar quem fica e esperar por quem vai embora, Adrian tinha ido embora de minha vida de uma vez por todas, e eu realmente me arrependia de ter o traido daquele jeito, ainda me culpava por ter quebrado seu coração, mas eu não podia engana-lo, iludi-lo daquela forma como estava fazendo, aprendi um dia que não se deve brincar com o sentimentos dos outros, mas mesmo sabendo disso brinquei com os sentimentos dele, me arrependia cada dia daquilo, mas não havia nada que pudesse ser feito, somente deixá-lo ir e não procurá-lo mais.

Eu também matei pessoas, Victor Dashkov tinha sido uma delas, tinha sido uma de minhas vitimas, e eu me arrependo de ter feito aquilo, eu por algum tempo me culpei por aquilo, me chamava de assassina, e aquelas cenas de morte ainda estavam em minha cabeca, e tudo o que passei na São Vladimir e na Rússia me seguiam, a dor me seguia, a angustia me seguia, o arrependimento me seguia, e não havia nada que eu podia fazer, eu tinha perdido meu amigo Mason pelas mãos de um Strigoi e prometi para mim mesma naquele dia que não iria deixar mais nenhum Strigoi machucar quem eu amava, e mesmo assim falhei com Dimitri se eu ao menos o tivesse ajudado lutado contra aqueles Strigois que o  levaram, ele não teria vivido aquilo tudo que viveu, não teria matado pessoas inocentes, e não se culparia por uma vida inteira, de algo que ele fez e que não pode concertar porque já passou.

Eu me culpava por algumas coisas que aconteciam em minha vida, coisas que muitas vezes eu não podia evitar de acontecer, mas também me culpava por outra coisa a morte de Mason, oh se eu tivesse o defendido, se eu tivesse o salvado talvez agora ele estivesse aqui junto a mim como um guardião, eu era culpada sim mas muitas vezes o Dimitri e a Lissa me falavam que eu não tinha culpa,  que não podia fazer nada naqueles momentos, mas eu penso que eu poderia ter feito, poderia ter mudado a situação, poderia ter mudado nossos futuros, mas me pego pensando que não sou Deus para evitar que tudo aconteça, eu às vezes pego pesado comigo mas também se eu não pegar pesado comigo, quem vai pegar?

Eu só sabia de uma coisa agora, que protegeria Lissa a todo custo, com todas as minha forças, com toda a minha alma, levei um tiro por ela e levaria mais mil, Lissa era a única pessoa que eu tinha na época da São Vladimir e não a deixaria sozinha agora que meus pais reataram seu casamento, bom sim eu descobri na minha volta da viagem a Rússia que meu pai era nada mais nada menos que Abe Mazur, e minha mãe eu sabia bem quem era, bom eu estava feliz por eles terem voltado mas pra mim aquilo era estranho, minha mãe ainda estava cuidando de seu Moroi, e meu pai continuava a fazer seus trabalhos clandestinos, eu iria para faculdade com a Lissa, pois ela iria cursar a  faculdade de Leight na Pensilvânia, eu estava nervosa pois estava percebendo que Lissa estava estranha de novo com aquelas coisas que aconteciam da magia dela, mas tudo bem ela estava tomando os remédios e tudo estava calmo, Dimitri me avisou que Christian iria para Leight também, com Lissa, e pulei de emoção sabendo que veria Dimitri com mais frequência agora que Christian viria para faculdade de Lissa, meu laço com Lissa havia quebrado quando na Corte eu levei um tiro e quase morri, e parece que eu mesma me restaurei, eu mesma usei magia de cura para me trazer a vida, eu ainda não entendia como fiz aquilo, mas enquanto não sabia eu me contentava em formar ideias mirabolantes em minha cabeça confusa.

Ainda me pergunto, será que algum dia terei uma vida livre? Uma vida normal? Sem ninguém pra proteger? Ou continuarei a matar Strigois e proteger Morois?

Mesmo que conturbada minha vida vem se tornando monótona, além de estar longe de Dimitri, eu estava meio chateada por Lissa estar longe de Christian, ela o amava mesmo e andava triste por não poder ficar a seu lado, mas também andava ansiosa para ir a faculdade, e também estava nervosa por ter que cuidar de problemas reais, pois agora ela era Rainha, e tinha que comandar o mundo Moroi que estava em suas mãos após a morte de Tatiana, eu andava tão  pra baixo pois não tinha nada além de andar atrás de Lissa e ser sua sombra, logo ela iria para faculdade, ainda estávamos na corte eu e Lissa, Christian depois da prisão de sua tia tinha ido a uma viagem até sua terra natal, e claro Dimitri foi junto, era seu protetor.

Eu andava em um dos jardins da corte a luz do sol, sentindo na pele o sol quente e a brisa da manhã dos humanos, horário de vampiros idiota, sentia falta do sol, e da brisa da manhã, o céu estava com algumas nuvens e o sol brilhando, arrecem tinha entrado no céu, deveria ser umas 06:00 da manhã no horário humano, eu estava realmente feliz por estar em paz algum tempo, pois desde que Lissa se tornou Rainha dos Moroi eu era obrigada a andar sempre a onde ela estava e atrás dela até em seu quarto, eu estava cansada daquele horário, e daquela situação, foi quando eu recebi uma ligação de Dimitri, eu atendi e ouvi sua voz atrás da linha
"-Roza?" Aquele sotaque Russo sempre me deixava feliz ao ouvi-lo eu falo "-Camarada Belikov, como vai aí com seu trabalho chato e monótono?" Ele dá uma gargalhada aquela que sempre me arrepia quando ouvida "-Estou indo para Corte com o Sr. Ozera, nos esperem, você e Lissa quero vê-la minha Roza!" Eu dou um suspiro "-Sabe que eu não vou espera-lo toda arrumada" ele dá uma risada e solta um suspiro "-Eu sei, Roza! EU SEI!" eu falo "-Vou avisar Lissa, depois falamos!"  Ele está com a respiração ofegante e fala "-Ok, Roza!Está bem, volte ao seu trabalho monótono e chato!" Ele vai desligar mas eu falo "-Ei Camarada Belikov?" Ele fala.        "- Que foi Roza?" Eu falo "- Eu te amo!" Ele fala antes de desligar "-Eu também te amo Roza, eu também te amo!" E a ligação terminou, me deixando sozinha em meio aquele jardim, eu estava indo até o quarto de Lissa, quando vejo Eddie, meu amigo é de Mason na época da São Vladimir, ele vem até mim e fala "-Ei Rose!" Eu falo "-Ei Eddie você não foi preso depois de matar um Moroi louco?" Ele dá risada e fala "-Não, depois de Lissa virar Rainha ela me livrou dessa!" Eu dou um sorriso e falo"-Bom te ver de novo depois de tantos acontecimentos!" Ele fala "- Pois é né Rose, bom vou indo depois falamos" eu saio e vou até o quarto de Lissa, bato na porta e ela atende toda desarrumada, de pijama, eu falo"-Christian esta voltando de viagem com Dimitri, eles chegarão amanhã de manhã" ela fala bocejando e sorrindo "-Vamos ao salão hoje então Rose" eu falo "- Lissa, se sabe que eu não gosto de me arrumar muito" ela dá risada e fala "-Rose se você quer ser minha guardiã pelo menos seja arrumada né?" Eu dou um sorriso meio sem jeito, e falo "-Esta bem!" É dou um sorriso Lissa fala "-Entra aí" eu falo "-Não ta tarde desculpa te acordar era só pra te contar a novidade" ela fala "-Rose você anda estranha tem certeza de que não quer conversar?" Eu falo "-Não e nada, só ando com um pressentimento ruim" ela fala "-Rose se tem alguma coisa acontecendo você pode me falar" eu falo "Nada, não tem nada acontecendo" e saio do quarto, indo para o meu, eu entro e me deito para dormir.

Acabo dormindo e nem percebi, eu estava realmente cansada e exausta.

Entro em um sonho induzido por espírito eu penso Ué quem será? Quando vejo estou em um jardim da antiga São Vladimir, até que vejo um par de olhos verde jade, Adrian, era Adrian, ele tinha ido embora da Corte quando eu terminei com ele, estávamos perto sentados um do lado do outro, ele estava muito bonito com uma camisa polo, branca com gola, uma calça jeans, e um tênis, ele fala "-Eai Rose" eu falo "-Ola Adrian, quanto tempo" ele fala "-Pois é, algum tempo né?" Eu olho pro chão tentando evitar seu olhar ele fala "-Desculpe-me ter gritado contigo o último dia em que nós vimos!" Eu falo sem jeito "-Não precisa se desculpar, eu também errei com você não devia ter brincado com seus sentimentos" ele dá de ombros e fala "-Eu devia ter percebido que você amava realmente Belikov" eu falo "- Você só queria ficar comigo, eu também sou culpada" ele dá de ombros, e fala "-Sinto sua falta dampirinha" eu solto um suspiro "-Paris não tem graça sem você" eu falo "-Acontece, Adrian você algum dia vai voltar?" Ele dá de ombros de novo e fala "-Minha mãe e meu pai continuaram com aquela história de eu fazer faculdade" eu falo "-Adrian sinto sua falta sabe?" Ele fala "-Também sinto" ele fala olhando pra baixo     "-Bom vou deixar você dormir Dampirinha, outro dia quem sabe nós possamos nos ver de novo em sonho" eu nem tive tempo de dizer adeus e o sonho se desfez, voltei para um sonho sem nada, vazio.