Cap.III

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Acordo esfregando os olhos, ei onde estou? Vejo os olhos negros de Dimitri, e seu cabelo macio e sedoso, ele dá um sorriso de longe para mim, ele estava lindo, completamente perfeito, sentado naquela poltrona, como esperei esse momento de paz junto com o amor da minha vida, ele se levanta sorrindo e fala "-Ei,você dorme bastante né?" Eu acho que dei um sorriso, mas nem percebi, ele largou em cima da cama algumas roupas minhas, eu falo "-Ei, como pegou essas roupas?" Ele dá um sorriso e fala.                 "-Surpresa" olho para porta uma mala preta e outra que reconhecia era a minha mala, ele deu um sorriso, e falou "-Pensei que queria descansar ao invés de perder tempo arrumando malas" eu falo "-Ah, e!" Ele olha pro chão e fala "-Roza, senti saudades desse sentimento, que é estar com você", eu olho para o teto, e falo "-Demorou para ficarmos juntos mas enfim sós" ele dá um sorriso sexy, e vem até a cama sentando com seu guarda pó, ele enrola alguns fios de cabelos meus em seus dedos e fala.           "-Roza, você é tão sexy, até assim acordando", eu fico sem jeito, e me levanto enrolada em Lençóis, e vou até o banheiro com minhas roupas, me visto com toda rapidez, e volto ele me entrega uma xicara, tinha café, e alguns donuts que ele sabia que eu gostava, eu comi tudo, ele pega em minhas mãos e me faz olhar em seus olhos e começa a falar "-Roza eu sei que tudo foi sempre difícil para você, que tudo foi difícil para nós, mas tudo vai mudar, já mudou, estamos juntos finalmente, como queríamos, como desejávamos, e eu sou eternamente grato a você por ter me salvado do monstro em que estava me tornando na Rússia, sou eternamente grato por seu amor, por seu carinho, quero que sejas minha mulher, quero viver minha vida ao seu lado, quero partilhar minha vida com você, e mais ninguém, pois você é a minha vida." Aquilo me atingiu como um baque, eu falei em resposta "-Dimitri, meu amor, fiz aquilo por amor, pois sabia que iria me remoer por deixar você se tornar um monstro daqueles, que iria me julgar, me matar por dentro, e sobre ser sua mulher, aceito, nem aceito serve para tudo, claro que quero ser sua mulher, quero ser sua, para sempre." Ele olha é aquele brilho nos olhos voltou, o sorriso quente voltou, aquele Dimitri da São Vladimir voltou, e eu era a razão disso acontecer, me senti tão viva, tão amada, tão bem, e ele fala "-Roza?" Eu falo    "-Sim?" Ele hesitou, e não falou o que queria falar, e falou outra coisa "-Roza, vamos indo, o voo sai daqui a pouco", pegamos um carro na garagem, e fomos até o aeroporto mais próximo, pegamos um voo.

Eu não esperava voltar para a Rússia tão cedo. Com certeza não queria isso.

Não que eu tivesse algo contra aquele lugar. Era um país muito agradável, com uma arquitetura que parecia com arco-íris multicolorido e uma vodka que poderia servir como combustível para foguetes. Eu gostava destas coisas. Meu problema era que da última vez que estive aqui, fiquei muito próxima da morte (em muitas ocasiões) e terminei sendo dopada e sequestrada por vampiros. E isso é o suficiente para não se querer voltar para qualquer lugar. Mesmo assim, quando meu avião começou a sobrevoar Moscou, soube que voltar para cá, definitivamente, tinha sido a coisa certa.

"-Você está vendo aquilo, Rose?"-Dimitri apontou pelo vidro da janela e, embora eu não pudesse ver seu rosto, pude perceber como ele estava admirado. "- São Basílio."

Eu me debrucei sobre ele, mas tive apenas o vislumbre da famosa catedral multicolorida que parecia mais com algo que você encontraria no Mundo dos Doces, e não o Kremlin. Para mim, era mais um ponto turístico, mas eu sabia que para ele, isso significava muito mais. Era o seu regresso ao lar, um lugar que ele não acreditava que veria novamente sob a luz do sol, muito menos por meio de olhos vivos.

Aqueles prédios, aquelas cidades, não eram apenas belos cartões postais. Não para ele. Eles representavam mais do que isso. Era a sua segunda chance de vida.

Sorrindo, recostei em minha poltrona. Eu tinha pouco espaço, mas não podia ser mais desconfortável para mim do que era para ele. Era cruel colocar um homem de quase dois metros de altura sentado perto de uma janela de avião, mas ele não se queixou nenhuma vez. Nunca.

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