Cap. X

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Eu acordo em um quarto lindo, em um dos quartos mais lindos que já havia visto, diferente, estranhamente bonito, me sentei na cama, e comecei a ouvir gritos de vozes, só que eram masculinas, algumas eu reconhecia, outras não. Levantei-me e tentei andar, pois no primeiro passo eu cai no chão, sem força alguma, estranhei, não lembrava-me de nada, somente de ter adormecido e acordado agora. Fui arrastando-me para porta e levemente coloquei meu ouvido na porta, e naquele momento ouvi uma voz da qual nunca me esqueci era Robert Doru, o irmão de Victor Dashkov (o homem que matei, com muito gosto claro), mas que rondava meus sonhos até pouco tempo. Meus pelos dos braços eriçaram-se, se Morois estariam trabalhando junto a Strigois eu não sei o que pode acontecer, eu estou bastante preocupada com Lissa, tento me erguer me apoiando na porta, porém eu ouso passos, eu vou aos tropeços para cama, e me jogo lá, me arrumo rapidamente que quase não da tempo, alguém abre a porta, não sei ao certo quem era, porem eu reconhecia aquele perfume, Erick, ele adentra ao quarto e deita na cama comigo, me arrepio inteira de baixo das cobertas, e fico pensando, ué porque ele ta deitando comigo, será que eu to no quarto dele? 

Ele vira para o outro lado e eu fico dura na cama, penso que ele estava dormindo e tento me mexer ele se vira e eu fico de olhos fechados, finjo estar acordando, mas fico olhando ele, ele ta acordado mas seu rosto parece estar preocupado, com algo, ele se levanta e vai até uma porta do quarto adentra e tranca, deve ser o banheiro. Eu sento na cama e finjo estar acordando agora, ouso a porta destrancar e vejo um Erick que nunca havia visto antes, ele estava sem camisa somente de calça, com uma toalha no ombro, ele parece ter mudado seu semblante de nervoso para calmo, ele nem me olha, não fala comigo, apenas abre a porta do quarto e sai me deixando sozinha na cama. Eu estranho aquilo porém não falo nada, minutos depois entra uma moça com uma bolsa, e começa me examinar, fico quieta não me mexo, ela sai do quarto, logo entra outra moça com um prato de comida, e me entrega, começo a comer exasperadamente e sinto vergonha de comer assim na frente dela, solto um sorrisinho. Ao término daquele show de horrores que é eu comendo, ela sai e me devolve o sorriso. Fico sozinha naquele quarto sem saber o que acontece, o que se passa. Aquela agonia me consome. Tento me levantar e vou ao banheiro, ouso a porta do quarto se abrir, alguém entrou, bateu na porta suavemente e ouso a voz de Erick "-Rose?", eu não respondo e ele fica em silêncio e fala "-Abra essa porta!", eu abro e vejo seu rosto, ele está sangrando e com os olhos roxos, eu faço uma expressão de surpresa, mas corro para ajuda-lo, deito ele na cama, e falo "-Meu deus o que aconteceu?", ele não me responde e eu falo "-Vou buscar ajuda!" ele nega com a cabeça, e ele segura meu braço, eu sento na cama e ele fecha os olhos, eu sei que ele não está dormindo, mas sim somente com os olhos fechados. Deito-me do outro lado da cama, e adormeço olhando ele. Acordo e  ele já não está mais no quarto, levanto-me e saio do quarto, desço as escadas, chegando a sala principal, me deparo com uma cena horrível, ele estava transando com várias garotas, fecho meus olhos e subo correndo as escadas, me tranco em seu quarto, e choro, choro porque não quero mais ficar lá, eu quero meus amigos, a academia, Lissa, Dimitri meu amor, eu prefiro morrer do que nunca mais voltar para aqueles que me amam. 


Eu ouso Erick bater na porta e pedir para mim deixa-lo entrar, porém ignoro-o, deito na cama e choro tudo o que tenho para chorar, naquela noite eu não comi, nem fiz questão, ele bateu na minha porta, mais algumas moças bateram as empregadas, mas eu não atendi, permaneci imóvel, ouvindo meu próprio choro ressonar varias vezes naquele enorme quarto, chorei tudo que tinha para chorar, acabei que adormeci e nem liguei para o tempo, as horas, os minutos, ou segundos que se passavam fora de meus sonhos.

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