"- Anda, Jack! - Escutei Gabriela me chamando da porta.
- o que você tá fazendo aqui? - disse me sentando na cama e colocando uma blusa.
- A gente já deveria estar lá, tá esperando o que? - ela saiu do quarto.
- Ainda acho que a gente poderia faltar, não acho que seria legal a gente aparecer lá. - disse ajeitando meu óculos, e seguindo ela até a cozinha.
- Eu só vou se meu melhor amigo for. - ela se vira pra mim. Gabriela é minha melhor amiga de infância, nunca me abandonou. Eu e ela sempre fomos muito apegados um ao outro.
- Então eu não vou, boa sorte. - me sentei no balcão.
- Por favor, noodles! - ela fez biquinho.
- Ah, vamos logo então. - me levantei e subi para o meu quarto para pôr as lentes. Não saia de casa com óculos. Ponho as lentes e calço um tênis, não estava me sentindo bem pra sair de casa naquela noite.
- Pronto? - Gabriela dizia pegando as chaves. Concordei e saímos de casa.
- Você tem certeza de que é uma boa ideia nós sairmos de madrugada para ir à um cassino, em Las Vegas? Gabriela, isso não tá me cheirando bem. - disse nervoso.
- O seu problema é não confiar em mim, relaxa. "
E foi assim que o carro capotou. Nós giramos umas 4 vezes até colidir com um poste enorme. Motivo da morte? Minha preocupação. Sou Jack Avery, e estou morto. Não sei o que dizer, só vejo pessoas correndo até o carro, e vejo meu corpo ali, junto ao da Gabriela. Eu conseguia ouvir tudo o que falavam mas não poderia responder eles, isso tudo é muito novo pra mim.
- Qual foi a hora da morte? - a detetive pergunta. Eu a seguia de um lado para o outro, mas ela não conseguia me enxergar.
- Isso não foi um homicídio, com certeza foi por distração. Isso não é caso pra mim. Chamem a perícia e identifiquem os corpos, devemos avisar a família. - Ela diz em um tom seco. Eu não sei o que falar, eu estou me vendo morto, você entende isso?
- É assim que acontece quando você morre? Pensei que fosse algo mais radical. - Gabriela aparece ao meu lado.
- Estamos mortos, Gabriela. O que você quer que eu diga? Eu simplesmente perdi o resto da minha vida. Eu só tinha 18 anos!
- Você tem 18, agora é eterno.
- Como você pode achar isso legal? EU TÔ MORTO! ESTAMOS MORTOS!
- Jack, o que você vai fazer? Você morreu! Acabou, game over. - Na hora que ela diz isso ela some, como se tivesse evaporado. Logo depois eu sinto meu corpo mais leve e começo a ver minha vida toda diante dos meus olhos.
- Jack Robert Avery, 18 anos. Pensilvânia, né? - vejo um homem enorme em minha frente.
- Você é Deus?
- Que Deus, o que! Sou apenas o justiceiro. Pelo o que eu estou vendo aqui, você não fez nada demais, senhor Avery. Merece as asas. - ele aponta pra mim e eu comecei a me contorcer, cai no chão e senti algo me rasgando literalmente por dentro.
- O QUE É ISSO?- digo em meio aos gritos e as lágrimas que eu soltava.
- Olha ali. - ele aponta para um espelho enorme.
- Mas que porr..- EU TENHO ASAS? O QUE? EU TENHO UMA ASA?
- Que foi, não gostou? Quer ser um anjo caído, é? - ele diz com uma voz sarcástica.
- Sim, eu quero.- digo sem entender o que ele diz.
- Tem certeza? - ele diz surpreso.
- Sim, eu tenho. - na hora que eu digo isso, sinto novamente uma dor inexplicável vindo daquelas partes novas do meu corpo, algo totalmente desumano, logo depois eu apago.
- Você tá bem? - ouço uma voz de criança.
- Sou Anthony, prazer. - olho pra ele e vejo um menino moreno, com um óculos redondo e com os dentinhos da frente faltando.
- Sou Jack, Jack avery..- Digo me levantando. Sinto uma dor enorme na cabeça, coloco a mão na parte onde doía e começa a arder.
- mas o que é isso? - olho pra minha mão e vejo que ela está toda ensanguentada.
- Isso é de quando você cai de lá de cima, o justiceiro não colocou uma almofada para você. - ele dá um sorriso.
- Você deve estar cansado, deita aqui.- ele descobre uma cama.
- Aonde eu estou? - Digo olhando ao redor.
- No Queens, Nova York. Você está vivo de novo. - ele fala ajeitando seus óculos.
- QUE?! COMO ASSIM?! - Digo surpreso e colocando a mão em meu próprio corpo.
- É, vou esperar a Margot chegar para te explicar melhor. Mas pera aí, você é um anjo ou um demônio? - ele diz pulando na cama.
- Acho que um anjo..por que?
- Não tente fazer nada para impedir a Margot, ouviu? Você não pode fazer nada contra ela. Ela é...- antes que ele pudesse continuar ele sai correndo para fora do quarto.
- Thony, cheguei! Eu ouvi dizer que chegou uma pessoa nova. Deu as boas vindas? - uma voz feminina toma conta do local.
- Vem ver ele! - vejo Anthony chegar segurando a mão de uma menina, que tinha uma cicatriz leve que vinha da ponta de seu olho até a bochecha.
- Sou Jack. - estendo a minha mão para cumprimenta-lá mas ela me olha assustada.
- Me desculpe...- recuo a minha mão e paro na frente dela.
- Sou Scar, prazer.
- Mas não é Margot?
- Apenas o Anthony me chama assim, Sou Scar. - ela diz grosseiramente. Meu deus Gabriela, o que você me fez fazer?
- Anthony, pode nos dar licença? Tenho que conversar com ele em particular. - ela olha pro Anthony e dá um sorriso fraco, e o mesmo sai correndo para fora do quarto e bate a porta.
- Você é um anjo, né? - ela diz se sentando na cama e tirando um cigarro de seu bolso e acendendo o mesmo.
- Acho que sou. - digo confuso.
- Você fuma? - ela olha pra mim com aqueles olhos verdes penetrantes.
- Não. - digo me sentando perto dela.
- Se quer saber, você está no Queens e está praticamente vivo. Você pode sair de casa normalmente mas não deve contar à ninguém que morreu e que é um anjo. Entendido? - ela traga a fumaça.
- Como assim "praticamente vivo"?-pergunto confuso.
- Você não morreu?
- Eu acho que sim.
- Então você morreu, e agora está meio vivo e meio morto. Como um...anjo zumbi. - ela dá um sorriso, se levanta e sai do quarto.
- Anjo zumbi...- fico pensando nesta frase. É, eu tô morto.
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ANGEL• J.A
Random"A única regra que você não pode quebrar é se apaixonar por ela." - Foi a frase que eu jurei nunca descumprir.