the stories

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- Tia margot deixou uns livros aqui, tio jack. - acordo com a doce voz de Anthony tomando o local. Me sento na cama, prendo meu cabelo e coço meus olhos.
- Bom dia, Thony. Ela saiu de novo? - digo pegando os livros e olhando os mesmos.
- Acho que sim, não senti ela chegar. - assim que ele fecha a porta e se senta na cama, Margot, ou Scar, abre a porta com um minúsculo sorriso.
- Até porque eu não sai de casa. - ela fala e dá um sorriso fechado para o Anthony, que vai até ela e a abraça.
- Oi Jack. - ela diz me olhando, e se sentando ao meu lado. O dia estava nublado, algo frio, sem vida. A manhã estava tão morta quanto meu corpo selado em um caixão em qualquer cemitério de qualquer lugar.
- Jack? - Ela me chama novamente e eu vou à realidade.
- Sim, oi, bom dia..- Olho pra ela e dou um sorriso, e no meio desse, um longo suspiro.
- Eu tenho que sair daqui, tia Margot? Vocês precisam conversar? - Anthony diz coçando os olhos, e segurando seu óculos na outra mão. Anthony tem cabelos cacheados castanhos, um olho castanho claro, e enormes bochechinhas.
- Você quer sair? Quer conhecer novos lugares? - Scar pergunta à ele e o mesmo se anima todo.
- Mesmo??? Você vai me levar?!!!! Eu nunca saí daqui, Tia Magot! - ele dá um sorrisão e a abraça forte, e foi a primeira vez que vi Scar dar um sorriso.
- Vai lá se arrumar, eu espero. - ela põe Anthony no chão e o mesmo sai correndo para fora do quarto.
- Quanta inocência, não? - ela diz ainda olhando para porta onde Thony passou.
- Sim, é a criança mais pura que já conheci em toda a minha vida. - dou um pequeno sorriso, e vejo que no fundo, ela retribuiu.
- Anthony foi assassinado aos 4 anos de idade. O pai, traía sua mãe que sempre estava bêbada ou drogada, havia ele e mais duas meninas. Um dia aconteceu uma horrível tragédia qual Anthony foi a arma de fogo. Sua mãe pegou uma faca, e cortou o peito dele. Eu estava chegando em casa quando ouvi o chorar de uma criança, e assim que cheguei na sala, estava tudo ensanguentado, e ele estava no meio de todo aquele sangue. Foi horrível, e eu vi cada etapa de mudança na vida dele. Tem gente que já nasce um anjo, se tornar um é só mais um passo.- Ela me disse mesmo a história de Anthony? É sério?! Ela me encara e seus olhos faziam uma expressão triste, algo doloroso.
- Essa foi a história da morte dele? - Digo perplexo e ela apenas mexe a cabeça fazendo um "sim".
- Tia Margot, tô pronto! - Anthony volta com um moletom, uma calça jeans e um tênis. Scar olha pra mim, e depois olha para minha roupa, que era semelhante a de Anthony e começa a rir. Ela tá rindo? Isso é verdade?! Nossa..ela tá rindo!
- Vai querer prender o cabelo igual ao do tio Jack? - ela me olha e logo depois olha pra ele, que dá um enorme sorriso.
- Você vai tio Jack?! - ele diz pulando e sorrindo.
- Bom, se você deixar...
- VAMOS! VAMOS TODO MUNDO! - E Scar ri novamente, e logo depois também deixo escapar uma risada.
- Vou lá tomar um banho rápido, já volto. - Me levanto correndo para o banheiro. Todo um banho rápido e saio de toalha do banheiro.
- Tio Jack tá peladooo! - Anthony me dá língua e logo começa a rir.
- Não tô nada, seu bobo. Tô de toalha! - bagunço o cabelo dele e corro pro quarto. Coloco uma calça, um moletom preto e um tênis. É estranho, eu vim pra cá sem nada, mas dentro do armário tem várias roupas.
- Ficou bom? - Scar diz e eu me viro e vejo ela com a mesma roupa que eu. Dou um sorriso.
- Sim, ficou. Estamos parecendo irmãos. - Digo e ela dá um pequeno sorriso. Não sei o motivo dela não sorrir, é tão lindo. Logo depois Anthony entra no quarto, com um sorrisão.
- Vamos, vamos! Não consigo mais aguentaaaaar! - ele pula no colo da Scar e a gente sai do apartamento. Foi a primeira vez que saio dali, para uma vida nova. Enquanto andava nas ruas, via as crianças brincando, de pular corda, ouvindo música nas escadas e os adultos conversando e bebendo, percebi que havia um tipo de paz ali, como se nada de ruim acontecesse por aqui.
- Vamos para qual lugar, Thony? - Ela pergunta olhando pra Anthony que quase tropeçava em seus pequenos cadarços.
- Tem alguma pracinha aqui? Com aqueles negócios de balançar? - ele pergunta.
- Com balanços?! Acho que tem sim, vem no colo. - ela pega ele no colo, e continua a andar em meu lado.
- Se quiser parar pra alguma coisa me fala, Tá? - ela me encara.
- Sim, tudo bem..- Andamos mais um pouco e chegamos numa praça muito bonita por sinal, onde tinha até um lago. Quando percebo, Anthony já estava no meio da multidão de crianças, e parecia até uma delas.
- Por que me contou aquela história mais cedo? - Pergunto enquanto caminhava lentamente ao lado dela.
- Você tinha me perguntado naquele dia, e eu me senti mal por ter gritado com você..me desculpa. - ela diz meio envergonhada.
- Sem problemas, deve ser difícil cuidar de um garoto..morto.
- É difícil estar morta, Jack. Você nunca sabe quando sua missão será concluída. - ela fala caminhando ao meu lado, e parando numa árvore em frente ao lago. Nos sentamos ali.
- Quer ouvir a minha história? - digo inclinando meu rosto para ela, que olhava para o lago.
- Sim, pode contar.
- Bom, eu sempre fui um garoto muito certinho. Sempre tirei notas boas no colégio, nunca dei trabalho aos meus pais. Nunca tive problemas com pessoas em geral, e nunca fui de me apaixonar. A única pessoa que eu já amei na minha vida foi uma menina que não ligava pra mim.
- e quem foi a garota?- ela me encara.
- Natasha Theodore, ela era..linda, mas nunca me deu valor. Então eu mudei, e nunca mais gostei dela. Confesso que foi a melhor coisa que fiz. - encosto minha cabeça no tronco da árvore.
- Não acho que você mudou tanto assim. Seu coração ainda é puro, não está totalmente diferente de como era.
- Se você está dizendo, quem sou pra discordar, não é mesmo? - dou um pequeno sorriso e ela também.
- Fui assassinada. Meu pai era álcoolatra, e se envolvia com as drogas. Ele não pagou o cara, e eu tive que entrar em ação. Entrei para a máfia, controlava o dinheiro, confiscava drogas e fazia o que tinha que ser necessário..- ela faz uma pausa.
- ou seja, matava as pessoas? - pergunto inclinando minha cabeça.
- Sim..e uma delas foi o meu pai. Ou era ele ou eu. Meu pai nunca me amou, me batia, e ele havia torturado minha mãe até a morte uns anos antes. Eu já estava num beco sem saída, então eu puxei o gatilho. - ela faz um barulho de arma descarregando. - e aqui estou eu, cuidando de uma criança, e de um garoto.
- E daonde saiu essa cicatriz? - já que ela estava falando tudo, não hesitei em perguntar.
- o justiceiro me marcou. Não sei, mas quando eu acordei aqui no Queens, meu rosto ardia demais e essa cicatriz apareceu. Não sei o porquê, mas de alguma forma sou especial. - ela dá uma risadinha sarcástica, e ficamos em silêncio. Um tempo depois, Anthony vem.
- Tia Margot, vamos! O sol vai se pôr! - ele diz e ela se levanta pegando ele no colo.
- Vamos, Jack. - ela me olha séria e voltamos para casa. Chegando lá, ela foi colocar o Anthony pra dormir e eu fiquei na sala.
- Não vai dormir não? - ela diz indo para o seu quarto.
- Vou assistir um pouco de TV, estou sem sono. - dou um sorriso fraco.
- Ok, boa noite, Jack Avery. - ela dá um sorriso. Que sorriso bonito.
- Boa noite, Scar. - retribuo o sorriso e volto a prestar atenção na TV.

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⏰ Última atualização: May 03, 2018 ⏰

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ANGEL• J.AOnde histórias criam vida. Descubra agora