Beco Diagonal

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Pois bem, prazer em conhecê-los.

Tenho certeza que vocês já conhecem essa história, assim como todos no mundo bruxo. Mas achei que seria interessante escrevê-la. Vai que algum trouxa não conhece, não é mesmo?

Bom, essa história aconteceu faz muito, muito, tempo (reparem o ênfase no "muito" e multipliquem por 2).

Na família Carter (garanto que já ouviram esse sobrenome, todos conhecem os Carter, aquela família só teve bruxos importantes) nunca nasciam crianças, e quando nasciam, eram várias de uma vez. Naquela família, os bruxos eram supersticiosos. O número 4 era tradição. Os primeiros nomes tinham 4 letras, moravam em casas cuja a soma dos números fosse 4. Tudo em 4. Até que John Carter conheceu Anne Truth e tiveram duas filhas. Isso era ruim, porque não eram 4 filhas. Mas tudo bem, porque um acidente aconteceu, e o destino trouxe para eles mais duas filhas.

Isso é bom? Não! Não totalmente, porque continuavam sem 4 filhas bruxas. Sabem porque? Eu vou contar, mas não agora. Bela está chamando as crianças.

— Se vocês não chegarem logo eu vou sozinha ao Beco Diagonal! — gritou Bela.

O barulho dos passos desengonçados se aproximando começou na mesma hora. Quatro crianças aparecem descendo as escadas atropelando uma a outra. Um loiro, uma ruiva, um moreno e uma negra. Todos hiperventilando por conta da corrida.

— Calma, mamãe! — pediu Jack, que não era nada parecido com sua mãe, a não ser pela pele muito branca. Ela era loira de olhos cor de mel, e o garoto tinha os cabelos castanho escuro e os olhos azuis. Ele agora parava para respirar sentado em um degrau da escada. — Eu estava mostrando para eles — Inspirou. — suas fotos da escola.

— Corvinal é muito legal — afirmou Luke, o garotinho de cabelos loiros e olhos castanho escuro. — Mas estudar não é muito divertido...

— Eu tenho certeza que qualquer um de vocês se dariam muito bem na Corvinal. Vocês são muito inteligentes! — disse Bela colocando a mão gentilmente no ombro do menino. — E mostrou as fotos do seu pai também, Jack?

— Sim! Eu quero ir para Sonserina igual ao papai! — exclamou o garoto com seus olhos azuis brilhando.

— Eu gosto da Sonserina! — afirmou a garotinha ruiva de olhos verdes.

— Está doida, Abby? — disse Jack. — Você não tem sangue puro!

— Ué, e precisa? — perguntou Abby indignada. — Se é assim não quero mais! Quero ir para uma casa onde eu seja escolhida pelas minhas qualidades, e não pelo meu sangue! Agora quero ir para a Corvinal! Igual a Tia Bela!

Sua tia assistia a discussão com os olhos brilhando. Crescem tão rápido...

— Para mim, todas as casas são bem legais. Todas tem várias qualidades — pensou alto a menina negra de olhos cor de mel.

— Bom, então o Chapéu Seletor dirá onde vocês ficarão melhor — afirmou a mãe de Jack pegando a bolsa em cima da mesa. — Agora vamos.

Eles saíram da casa e foram para o carro. Bela adorava essas coisas de trouxas.

— Porque não usamos Pó de Flu, mamãe? — indagou Jack impaciente.

— Porque isso é outra coisa que tenho que comprar — respondeu Bela apontando a lista de compras, e notando que tinha esquecido de anotar o Pó de Flu tirando gargalhadas dos sobrinhos e um olhar incrédulo de seu filho.

Eles viajaram discutindo sobre as casas, Quadribol, aulas, e até mesmo sobre as comidas de lá (Maya que tocou nesse assunto, claro). Vocês não sentem saudades dessa animação pré Hogwarts? A ânsia por descobrir qual será sua casa e como usar uma varinha... Coisa que eu não sei fazer direito até hoje, eu era horrível em feitiços. Não é à toa que trabalho no Profeta Diário como redatora, escrever é uma das únicas coisas que sempre fui boa em fazer.

A TRADIÇÃO DO NÚMERO 4 (HP) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora