Casas Comunais

1.3K 67 9
                                    

Por quem eu deveria começar? Bom, acho que vou começar pela ruiva — Risos — Nossa, mas que piada sem graça. Vamos começar logo.

— Por aqui, novos Corvinais — dizia o monitor da Corvinal, Lúcio McPuff.

Ele levou os alunos do primeiro ano até o quinto ou sexto andar (Abby tinha perdido a conta de por quantos andares haviam passado). Mais de 50 lances de escada depois, todos estavam sem ar e conformados que iam se perder todos os dias por pelo menos dois meses até decorarem o caminho.

— O Salão Comunal da Corvinal fica na torre mais alta de Hogwarts — disse Lúcio orgulhoso, pararam em frente a uma aldrava em forma de corvo. — Para entrar na Sala Comunal, vocês precisam responder a charada que a aldrava fará. Dessa vez eu respondo e na próxima vai ser com vocês!

— O que anos e sentimentos tem em comum? — perguntou a aldrava.

— Os dois se formam com o tempo... — respondeu Abby antes de Lúcio sequer pensar em uma resposta.

— É... Foi uma resposta decente — A aldrava abriu espaço para a sala comunal.

Era uma sala circular larga, com um tapete azul meia-noite, janelas altas e um teto em forma de cúpula pintado de estrelas. Todos ficaram contemplando a excelente vista dos terrenos da escola, do lago, da floresta proibida, do estádio de quadribol, das estufas e das montanhas em volta do castelo.

Na sala tinham estantes repletas de livros, mesas e cadeiras, e entre duas portas estava uma estátua muito alta de Rowena Revenclaw de mármore branco.

— A porta da direita leva para o dormitório dos meninos, e a da esquerda, para o das meninas.  — explicou Lúcio. — Suas coisas já estão nos seus dormitórios, e já é hora de irem para lá! Se acomodem. Amanhã tem aula e precisamos estudar muito!

Abby foi com as outras garotas pela porta da esquerda e seguiu até uma porta com os nomes "Abby Jones, Brenda Foster, Catie Felling e Miranda Shark" em uma placa.

"4 meninas" — pensou Abby sorrindo.

Era um quarto quadrado e as cabeceiras ficavam encostadas nas paredes. Camas de madeira escura com mosquiteiras azuis. Abby e Miranda ficaram com as camas que tinham vista para as janelas. Elas conversaram e se conheceram, até que todas dormiram. Menos Abby. Que ficou sentada na cama acariciando Caramelo enquanto escrevia no seu diário. Os pássaros cantavam uma melodia que mais parecia uma canção de ninar.

Vamos voltar para a hora em que saíram do Salão e ver como Maya ficou? Não. Isso não foi uma pergunta para valer. Quem narra a história sou eu, então falo o que eu quiser!

— Sigam-me, novos Lufa-lufas! — disse Emily Johnson, a monitora da Lufa-Lufa.

Finalmente Emily parou em frente à uma pilha de grandes barris encontrada em um sombrio recuo de pedra no lado direito do corredor. 

— Para entrar, vocês precisam bater no segundo barril de baixo para cima, ao ritmo de "Helga Hufflepuff", que foi a fundadora da nossa casa. Se baterem no barril errado ou bater o número errado de vezes, uma das tampas vai explodir e encharcando você com vinagre. Confiem em mim, não é nada divertido, mas acontece no começo. Meu conselho é irem direto pra cozinha preparar uma salada.

Uma passagem terrosa e íngreme por dentro dos barris sobe por um pequeno trajeto até que uma sala circular baixa e aconchegante é revelada, fazendo lembrar a decoração de um texugo.  

— Bem-Vindos ao porão da Lufa-Lufa! — comunicou Emily feliz.

Uma colorida profusão de plantas e flores deixa o salão comunal da Lufa-Lufa encantador: diversos cactos colocados em prateleiras circulares de madeira (curvadas para se encaixarem nas paredes), muitos deles dando tchauzinho e dançando para quem passa, enquanto portas-planta de cobre balançam pelo teto fazendo com que gavinhas de samambaias e heras rocem em seu cabelo quando você passa por baixo delas. Um retrato em cima da moldura de madeira da lareira (repleta de entalhes de texugos dançantes) mostra Helga Hufflepuff, uma das bruxas do grupo de quatro fundadores de Hogwarts, brindando seus alunos com uma minúscula taça de ouro com duas alças. Pequenas janelas redondas no nível do chão do castelo mostram uma agradável visão de grama e dentes-de-leão ondulantes e, ocasionalmente, pés passando. Essas janelas baixas, contudo, fazem a sala parecer permanentemente ensolarada.

A TRADIÇÃO DO NÚMERO 4 (HP) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora