- Quem é você garota! Responda-me! - dizia o garoto a minha frente, já eu estava paralisada, cadê aquela coragem que você estava a 30 segundos atrás, Yu-Nha?
- O-Olá para você também - digo com uma cara de poucos amigos.
- Você ainda não respondeu a minha pergunta, o que faz na minha casa?!- ele pergunta irritado.
- Acalma-se, que eu saiba essa é minha casa, apartamento 135 - digo colocando a mão como "suporte" na plaquinha em frente à residência.
- Não, essa é minha casa, olha aqui- disse me mostrando um contrato - Aqui diz que esse é o MEU apartamento.
- Olha vamos resolver isso como pessoas adultas, vamos conversar lá dentro e não aqui fora, não quero escutar sermão de vizinho no meu primeiro dia de moradia - digo abrindo espaço para o mesmo passar.
Ele entra e senta no sofá, como se a casa fosse dele, reviro os olhos. Ele coloca suas malas do lado do sofá e da um sorrisinho de deboche.
- Você, não sabe decorar casas, espero que não seja arquiteta ou algo do tipo...- ele diz com um tom de deboche.
- Olha, essa é a minha casa e eu decoro como eu quero e não vai ser VOCÊ que vai mudar isso - digo sem paciência e ele fica com as mãos para cima se "entregando".
- Calma senhorita, só estou brincando- ele diz cruzando as suas pernas.
- Olha chega de papo furado, eu quero ver o seu contrato- Coloco a frigideira que estava nas minhas mãos na mesinha do centro. Depois de ouvir o que eu disse, ele pega o contrato do bolso da calça e entrega nas minha mãos.
- Esse foi o contrato dado pela recepcionista, junto com a senha 6547, eu falei com o gerente ontem e ele disse que eu podia me mudar hoje, mas não que tinha uma anã, de brinde, morando no apartamento.
- Anã - Repito o que o garoto me disse- o seu contrato é o mesmo que o meu, parece até xerox, iremos ligar para o gerente, você tem o número dele?
- Tenho, deixa que eu ligo.- Ele começou a discar uns números no seu celular e colocou o mesmo em sua orelha direita, começando a falar com alguém atrás da linha telefônica.
- Coloca no viva-voz - digo tensa e o homem assente fazendo o que eu pedi.
- Olá senhorita e senhor Kim, houve um problema com o contrato, ele foi divido em dois. Vocês têm duas opções, ou moram juntos e cada um paga a metade do aluguel ou um mora na casa pagando duas vezes mais o valor sugerido. Bom, é isso, espero que resolvam logo, terei que desligar até logo! - o gerente diz encerrando a chamada sem esperar nossas respostas, deixando nós dois confusos.
- E agora? Eu não posso contar para o meu pai se não ele fala para eu voltar para o Brasil! - Eu digo desesperada. Dito isso o garoto a minha frente me olha incrédulo.
- Eu também não posso, se não minha mãe faz com que eu me case com uma mulher louca! - ele diz.
- Precisamos morar juntos!- Nós falamos juntos, olhando um para o outro.
- Por mim tudo bem - ele diz.
-P-Por mim também- digo.
- Onde você estuda ou trabalha?- Ele pergunta sério.
- Eu irei estudar na Chung-Ang - digo animada- E você?
- Também- o garoto diz seco pegando suas malas e levantando do sofá- Nem ouse falar comigo e nem olhar para mim lá - diz em um tom sério e vai em direção às escadas.
E eu? Fiquei de boca aberta com tanta bipolaridade vindo desse menino, não liguei e fui para o lugar que eu queria ir antes desse tumulto começar, a loja de conveniência.
Sai de casa e fui para o elevador apertando o botão T2, depois de alguns segundos chego no andar e fico abismada, se antes eu não tinha visto nenhum morador do prédio é agora que eu descubro o "esconderijo" deles, vejo um monte de pessoas em lojas diversas.
Esse andar tem tanta coisa, só o que eu consegui ver foi: uma cafeteria, uma floricultura, loja de decoração e de conveniência. Entro dentro da mesma indo em direção à verduras, peguei batatas, cenouras, cheiro-verde; depois fui ao corredor de carne e peguei um kilo de carne-moída, pois a carne estava muuuuito cara; depois pego arroz, outros temperos e uma caixa com um litro de suco de uva, o meu preferido.
Depois de pegar tudo vou ao caixa e vejo uma garota no mesmo que aparentava estar cansada.
- Olá - diz a garota.
- Olá, irei pagar em dinheiro - ela assente terminando de passar todos os meus produtos.
- Deu vinte mil wons ou vinte dólares...- ela diz e eu entrego o dinheiro para ela- Muito obrigada!- Diz ela me dando a nota fiscal e as sacolas.
E eu fui rumo ao meu apartamento. Chegando ao mesmo vejo o garoto que eu ainda não sei o nome no sofá lendo uma revista, já que ainda não temos uma TV, pois eu ia comprar amanhã.
- Olá - digo e recebo um murmuro, "Hum".
Vou direto para cozinha, tirando tudo da sacola, pego uma bacia e coloco a carne lá dentro e começo a temperar, já estava pensando no que fazer, iria fazer uma carne-moída com batatas e cenouras, iria fazer um arroz para complementar e colocar um pouco de kimchi como complemento, só que o kimchi não deve combinar com a carne, então, eu não sei o que fazer, vou ter que tirar o caldo da carne.
(...)
Depois de algumas horas, já estava tudo pronto, coloquei os pratos na mesa e fui em direção a varanda e disse:
- O jantar está na mesa, se quiser comer...- digo e vou em direção à mesa do centro da sala, onde eu coloquei a comida e sentei nas almofadas que estavam no chão.
Começo a me servir e a comer, se passaram três minutos e sou acompanhada pelo garoto que agora mora junto comigo.
- O que é isso?- dizia se referindo a carne.
- Isso? É carne moída, batatas e cenouras, por que? Está ruim?
- Não muito pelo contrário está ótimo! Mas a comida da minha mãe é beeeeem melhor, ela faz kimchi e arroz mil vezes melhor que você - ele diz se gabando.
- Não lhe perguntei nada - disse grossa pegando meu prato e copo, indo em direção à cozinha deixando-os na pia - Você lava a louça e eu cozinho - disse referindo-se ao garoto a minha frente - E a propósito, o quarto é meu já que só tem um e eu cheguei primeiro e, amanhã você irá comigo comprar coisas que faltam na casa, já que você é o novo morador.
- Ok, mas eu não irei lavar a louça, e o quarto baby, é meu.
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Apartament - @Kim Taehyung
Fanfiction"Se você acha que ser responsável é morar sozinho, então me desculpe, mas não é. Eu estou surtando só de te ver em minha frente. Comidas para fazer, roupas para passar, banheiros para limpar, chão para esfregar, tudo isso por sua culpa, eu não sou s...