Capítulo 3

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     O sábado passou tão rápido que mal sentir.

Logo já era domingo.

Chovia muito naquele manhã. Chovia tanto que deu aquela preguiça enorme de levantar.

Mas não teve jeito, todo domingo pela manhã tinha missa na igreja e meus pais sempre iam, chovendo ou não.

Abrir meu guarda roupa a procura de uma roupa adequada.

Metade das minhas roupas eram vestidos rodados e uma pequena contidade consistia em blusas largas, calças moletom e saias longas.

Peguei um vestido rosa com um tule cinza por cima, com detalhe em vermelho, era muito bonito e acenturava minha cintura.

O tule dava um ar de leveza aquele dia cinzento.

Prendi meu cabelo em um coque  baixo e deixei alguns fios soltos.

---Bom dia filha.---Falou minha mãe que ageitava a gravata do meu pai.

---Bom dia mãe, pai.---Meu pai veio em minha direção e dei um beijo em minha testa.

---Tem panquecas na cozinha, coma rápido pois já estamos atrasados.---Falou minha mãe.

Fui para cozinha e em menos de quatro minutos eu comi as duas panquecas com calda de mel.

Fui para a garagem onde meus pais já estavam no carro a minha espera.

Meu pai ligou o Audi, prata comprado no ano passado.

Estava distraida no banco traseiro quando passamos pela casa do Daniels, e por um segundo achei ter visto ele no alto da janela me olhando.

No entanto, quando pisquei os olhos não havia ninguém.

Chegamos a igreja próxima a universidade.

Só de vê o prédio meu estômago revirava.

Estava no terceiro ano do ensino médio e logo estaria na disputa por uma faculdade.

Tinha medo de decepcionar meus pais caso não passasse em nenhuma.

Por isso esse ano decidir me dedicar ainda mais aos estudos.

Enfim chegamos a igreja que já estava lotada de devotos.

Minha mãe foi cumprimentar a senhora Marks. E meu pai o Padre que falava com quem chegava.

Logo a missa começou e todos entraram.

Não prestei atenção em nenhuma palavra que o padre Horácio falava.

Eu viajava em pensamentos aleatórios até parar em dois pares de olhos verdes sóbrios.

Mexi a cabeça na tentativa de tirar Daniesl dos meus pensamentos.

Mas parecia grudado em meu cérebro.

Depois de uma hora e meia a missa chegou ao fim.

Voltamos para casa, minha mãe discutia com meu pai sobre ele passar muito tempo trabalhando.

E eu viajava cada vez mais profundo.

Chegamos em casa cerca de meio dia, minha mãe foi preparar o almoço e meu pai foi resolver mais um de seus negócios.

Eu fui para meu quarto.

Peguei meu celular (Apesar de eu preferir os livros) .

Tinha mensagem da Eduarda.

  Eduarda: Luci, desculpas não ter ido na escola sexta nem respondido suas mensagens.

Eu: Não tem problema, mas não me deixe sozinha amanhã. Estou com saudades!

Eduarda: Também estou luci, agora tenho que sair até amanhã.

Eu: Até.

A duda é a única amiga que tenho no colégio além das tias da limpeza.

Fazemos todos os trabalhos juntas e coisas do tipo.

Ela é a  única que me chama de Luci além dos meus pais e alguns parentes próximos como, tia Virgínia.

Quando deu uma hora o almoço enfim ficou pronto. Meu estômago clamava por algo naquele momento.

Minha mãe tinha feito macarronada com queijo. Minha boca chegou a encher de água.

Eu fiquei com a tarefa de lavar a louça e assim fiz.

Mais tarde novamente em meu quarto cerca de umas sete, oito da noite, muito concentrada no termino do meu desenho começei a ouvir uma  melodia de violão.

Aquele som era agradável aos ouvidos. Eu queria saber de onde vinha então fui até a janela e abrir.

E la estava do outro lado o dono da melodia....Daniels.

Minha vontade era de fechar a janela e colocar um disco para tocar e abafar aquele som vindo do meu vizinho.

Mas não fiz... ão contrário me apoiei no parapeito, fechei os olhos e apreciei a melodia.

Era um som tão suave que me fez chorar.

Cada nota me lembrava Melissa e os dias felizes que vivemos.

Ou o último verão de sua vida quando fomos para o acampamento.

As lágrimas rolavam por meu rosto e por um décimo de segundo juro ter sentido que alguém estava em minha frente e enchugou uma lágrima que escoria em minha face triste.

Mas, quando abrir os olhos assustada não havia ninguém e a melodia havia parado.

Olhei para a janela de Daniels na tentativa de ve-lo, porém só vim um quarto vazio.

Voltei para dentro.

Quando me virei dei de cara com Daniels parado em minha porta.

Soltei um grito de susto. Minha mãe veio correndo.

---O que foi Luci?---Perguntou ela ainda mais assustada que eu.

---Como você entrou aqui!---Gritei olhando para Daniels.

---Ele veio falar com você filha.---Respondeu minha mãe.

---Mas...Mas...ele estava lá a menos de 30 segundos e agora está aqui.--- Falei apontando para a janela. Como aquilo podia ser real.

Minha mãe saio nos deixando sozinhos.

Eu ainda estava assustada, mas estava curiosa para uma explicação.

---O que você quer!--Tentei ser o mais grossa possível, já que ele me tratou da mesma maneira.

---Eu vim me desculpar pelo que falei ontem...Não queria ter dito aquilo.---Falou por fim.

---Aquelas palavras não me afetou!--Menti.

---Fico feliz.---Respondeu.

Ficamos em silêncio, ele parecia pensativo com relação a algo.

Daniels deu de costas saindo do meu quarto quando se virou e falou:

---Sábado que vem vai ter uma festa na casa da Alyson, ela está convidando a escola toda, então se quiser aparecer ficarei feliz.---Meu coração disparou com sua última frase.

Assenti então ele saiu me deixando sozinha no quarto.

Girei e rodopiei com um sorriso bobo nos lábios.

Então eu me toquei.

Será que séria uma boa ideia ir na festa da Alyson?

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