Resumo: os opostos se atraem?
Ainda recolhendo suas especiarias do chão, Gerard ouve uma pequena risada num um tom um pouco mais grave, seguidamente vendo uma mão estendida como sinônimo de ajuda para que ele se levantasse logo dali.
— Não precisa agradecer, moço! O meu nome é Frank, posso saber o seu? — o rapaz de roupas delicadas se pronunciou com seu sorriso divertido, observando a feição de espanto do Gerard a que finalmente levantou a cabeça e fitou o garoto.
"Mas que diabos...?" Gerard ali, naquele momento, pensou consigo mesmo. Ele não era preconceituoso, de forma alguma, mas daonde viera, vestimentas daquele tipo não eram comuns para um menino. Não o julgaria, cada um se veste como se sente confortável, ele era um próprio exemplo disso. Mas fora criado daquela maneira conservadora que pessoas do interior reproduzem de geração à geração: calças para meninos, vestidos e saias para meninas. Saias de preferência não muito curtas, e, sendo a daquele garoto à sua frente bem o contrario disso.
De certa forma Gerard achou um pouco interessante, podemos dizer. Bom, aquilo para ele era novo, mas não podia negar que aquele par de meias rosé com a saia de pregas da mesma cor e o suéter em tons pastéis tinha caído realmente bem no menino. Não era hora para seu conservadorismo nato se manifestar do seu inconsciente para o seu consciente e acabar de certa forma soando rude ou mal agradecido ao garoto de olhos tão brilhantes como a lua daquela noite fria.
O caipira balançou a cabeça espantando seus pensamentos bobos ao notar que o menino ainda estava com a mão estendida à um Gerard que o secava atordoado das ideias, e logo agarrou a mão macia e fofa do mesmo, se levantando de um jeito mais afobado que conseguira. Merda. Ele não sabia o que dizer, aquele garoto era lindo. Parecia que sua mente tinha ficado em branco, e sua pronúncia entrado em pane.
— Ehh.. Me-meu nome é G-gerârd. — Sério? Precisava gaguejar?
Tá bom, calma respira. Ok. Isso é tudo que ele conseguiu dizer. Mas dá um desconto vai! O menino a sua frente era encantador, cheirava a orquídeas na primavera, sua voz soava doce como chocolate quente em dias frios. Seus cabelos lisos e pretos, com sua franjinha pendendo para o lado, eram tão luminosos quanto os faróis dos carros que por ali passavam.
— Me desculpe por ter chamado ocê de sinhorita.. — Gerard ajeitou seu próprio cabelo e olhou para baixo, completamente envergonhado e corado pelo incidente.
Enquanto se encaravam daquela forma bem filme clichê adolescente, um enorme barulho de buzinas se fez presente um pouco mais alto e constante, afinal os dois ainda estavam parados no meio da avenida, segurando as massas de pastel e as grandes canas que Gerard trouxera. — Ô SEUS PORRAS SAIM DA FANFIC QUERO PASSAR! — Um dos motoristas gritou a todo pulmão enquanto acelerava o carro, buzinava e piscava o farol deixando claro que passaria por cima se aqueles dois idiotas não saíssem do meio da rua.
Ok eles seriam atropelados, e não seria nada bom conhecer um ao outro numa maca no hospital. Num estalo Frank se tocou do que se passava ali e com sua mãozinha - que não estava ocupada segurando as canas - agarrou o braço do caipira, o levando até a calçada. São e salvos.
— Então... GerÂrd? Você ainda precisa da minha ajuda? Vamos! Você deve estar indo levar essas coisas para vender no festival ali da frente, sim? Quer que eu leve essa sua cana até a minha barraquinha? Oops, sua barraquinha. — O menino disse com um olhar malicioso, mordendo o piercing que se encaixava perfeitamente ao seu lábio inferior no cantinho esquerdo, e por sinal seus labios estavam completamente avermelhados pelo gloss que usava.
Era errado Gerard ter sentido fortes ondas elétricas pelo corpo pelas simples palavras do mais novo, se sentindo excitado pela forma como ele constantemente mordia aquele maldito metal prateado? Se era errado ele preferia não estar certo.
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hick • frerard
FanfictionOnde Gerard é um caipira a vender seus pasteis com caldo de cana, e Frank é só um menino que vai à sua barraquinha admirar a cana dele.