O animal de estimação do dragão azul - Kishan

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Quando chegamos ao iate, Lóngjūn estava impaciente e balançava a cabeça para desembarcarmos logo. Ren e eu descemos rápido, mas Kelsey não conseguiu e foi lançada para o alto. Nós nos inclinamos e a agarramos pelos braços. Ela caiu em um baque no deque, entre nós dois.


Depois que conseguiu voltar a respirar, ela agradeceu, e nós três ficamos observando até o dragão sumir de repente. Então Ren pegou o sextante e saiu para mostrá-lo a Kadam. Eu me aproximei de Kelsey e, delicadamente, afastei o cabelo que estava em seu rosto.

— Está tudo bem com você? — perguntei. — Está sentindo dor em algum lugar?


Ela riu, depois gemeu.

— Estou sentindo dor mais ou menos no corpo todo, e poderia passar uma semana dormindo.

— Venha. Vamos colocar você na cama.

Eu a ajudei a descer as escadas do leme e enfiei a cabeça pela porta avisando que levaria Kelsey para o quarto. Kadam assentiu e nos dispensou com um aceno, distraído diante do sextante. Ren ergueu os olhos e examinou Kelsey brevemente antes de se inclinar para olhar algo que Kadam lhe mostrava. Eu a levei até o quarto, retirei seu equipamento e sapatos, então perguntei:

— Roupa ou pijama?

— Depende.

— Do quê?

— De você ficar e ajudar.


Eu sorri e esfreguei o queixo, esperançoso.

— Esta é uma questão interessante. O que você quer que eu faça?


Ela colocou o dedo no meu peito.

— Espere aqui que vou me trocar no banheiro.


Fiz cara de decepcionado e ela deu gargalhadas, saindo para se trocar. Ouvi quando ela esbarrou em algo e parei na porta do banheiro, preocupado. Kelsey abriu a porta, com os olhos fechados e tateou, esbarrando a mão no meu peito. Eu a peguei no colo e a levei até a sua cama. Depois, baixei a luz para o menor brilho possível e me ajoelhei a seu lado. Kelsey se mexeu e gemeu.

— O que está doendo, Kells?

— O cotovelo.


Examinei seu cotovelo roxo e o beijei com cuidado.

— Algum outro lugar?

— Meu joelho.

Puxei o lençol e deslizei o pijama de seda para cima, até que o joelho dela estivesse à mostra. Eu o apertei de leve.

— Está ralado, mas acho que vai sarar — dei mais um beijo carinhoso. — E onde mais?


Sonolenta, ela apontou para a bochecha. Eu afastei seu cabelo e beijei seu rosto, acariciando seus cabelos. Beijei-lhe a testa. Desci meus lábios até a sua orelha, e sussurrei:

— Eu amo você, Kelsey.


Eu a observei por algum tempo, até que caí no sono a seu lado. Acordei algum tempo depois e resolvi ir ao meu quarto e tomar um banho. Deitei na minha cama e dormi.

Na manhã seguinte, voltei ao quarto de Kelsey, que ainda dormia profundamente. Fui até a casa do leme, onde tomei café da manhã com Nilima e Kadam. Ele me perguntou o que aconteceu no palácio do dragão vermelho. Eu contei a ele sobre o jogo de xadrez, explicando que precisei jogar com o dragão, porque não sabíamos consertar a estrela e como eu achei que teria que ficar no palácio depois de ter perdido a partida, mas para a minha surpresa, encontrei Ren e Kelsey exaustos e a estrela consertada.

A viagem do Tigre - POV tigresOnde histórias criam vida. Descubra agora