366 dias [taekook]

a Cachoeira

Quando temos visitas, tenho a obrigação de acordar cedo. Às sete, depois de implorar à minha mãe uma hora a mais. Quando desci, a mais velha me mandou ir procurar meu pai no celeiro, para que trouxesse o leite para o café.

Entediado, segui pelo campo até o celeiro. E no caminho pensei sobre o dia de ontem.

Depois daquela foda maravilhosa, Taehyung voltou para o quarto. E depois do almoço, minha mãe manteve Taehyung na cozinha, achando que estava interessado em aprender a cozinhar bolos e roscas. Como o bom filho educado que Taehyung é, perto dos outros e não de mim, ele ficou a tarde toda por lá. E de noite, não o vi. Provavelmente estava cansado.

Quando alcancei o celeiro e vi meu pai organizando algumas sacas de soja, assobiei da porta para que ele me visse.

"Bom dia, Jungkook. Dormiu bem?" perguntou, antes de voltar o olhar para suas sacas que dividia em montes. Fiz uma careta para a sua pergunta, e ele riu, provavelmente imaginando como me sentia. "Se sentiria melhor se dormisse uma hora a mais?" perguntou sorridente. Assenti, e ele sorriu. "Vamos, já peguei o leite. Está ao lado da porta." indicou, e agradeci, pegando o médio pote e o levando até a nossa casa.

"Aqui." pousei a leiteira na mesa, sentindo o cheiro de bolo saindo do forno. Sorri, inebriado nas memórias da minha infância, de repente. "Mãe, o que acha de se dedicar dessa forma mais de uma vez ao ano?" meus olhos brilhavam enquanto me sentava na cadeira. Minha mãe riu, colocando algo no fogo para fritar.

"Você engordaria demais se o fizesse, Jungkook." sorriu, com o avental vermelho de sempre no corpo, e dei de ombros.

"E daí?" sorri, ouvindo alguém descendo as escadas. Alguém não, vários alguéns.

Virei o pescoço para a porta da cozinha esperando que a família Kim aparecesse. Quando os três apareceram, pude ver seus sorrisos sinceros dominarem seus rostos.

"Bom dia, Jungkook. Bom dia, Nam." disse Sun me abraçando, e sorri simpático lhe retribuindo, antes que ela caminhasse até minha mãe para ajudá-la.

Cumprimentei o senhor Kim com um aceno de cabeça como sempre, e sorri para Taehyung que se sentou na minha frente. Ele retribuiu o sorriso, antes de desviar os olhos para a mesa. Se não o conhecesse, acharia que era tímido.

Quando nos sentamos para tomar café, e aproveitei de verdade a oportunidade que acontecia uma vez ao ano da mesa estar tão farta assim, a conversa começou.

Minha mãe fazia perguntas sobre a cidade, Sun respondia e dizia que sentiu falta daqui. O senhor Kim entrou no assunto perguntando sobre os tratores do meu pai, e me perdi na conversa enquanto encarava minha rosca e me perguntava como algo podia soar tão bom para os meus sentidos.

Minha mãe é muito boa nisso.

Admiti. Senti olhos em mim. Subi os meus para Taehyung, que tinha as sobrancelhas arqueadas para a minha rosca. Revirei os olhos e a mordi, mantendo contato visual. Vi seu olhar descer para os meus lábios quando os limpei com a língua, e contive meu sorriso, sentindo seu pé esticar-se sobre o meu debaixo da mesa.

Desviei meu olhar e continuei a comer minha rosca, sentindo seu pé me provocar enquanto subia minha perna. Comecei a ficar desconfortável. Escutei a conversa dos nossos pais sobre os desafios de viver no campo, e depois me perdi de novo, arqueando minhas sobrancelhas para o loiro.

"O que está fazendo?" dublei, disfarçando com a rosca enorme que não acabava. Taehyung disfarçou o sorriso também. Não disse nada.

Senti seu all-estar subir e roçar no meio das minhas pernas. Arregalei meus olhos, e num movimento habilidoso e discreto, segurei seu pé, pedindo para que parasse com o olhar.