366 dias [taekook]

a Grande Árvore

"Ei! Isso é meu, devolve!" gritei, me virando para Taehyung, a fim de pegar meu sanduíche de queijo e peito de peru de volta. Ouvi sua risada. O caçador de corações se virou de costas para mim, mordendo meu sanduíche, sentindo-se adorável pelo furto e por me deixar irritado.

O olhei, incrédulo, sem acreditar que tinha tocado na minha comida. Me aproximei do loiro, que estava sentado na grama, me jogando em sua direção para pegar meu sanduíche de volta.

E ali estávamos. Caídos na grama, do lado de fora de casa. Eu em cima dele, e ele, embaixo de mim.

Enquanto tentava recuperar o sanduíche que passei bons minutos fazendo na cozinha, Taehyung dava o seu melhor para que eu não conseguisse meu objetivo, esquivando-se das minhas mãos e roubando outra mordida.

Porém, sua tentativa de me deixar irritado, para suprir alguma necessidade sua que não compreendia, sempre acabava da mesma forma; comigo derretendo. Portanto, a vista de suas bochechas cheias e a forma que ria com a boca fechada me fez esquecer de meu objetivo inicial. Acabei beijando seu rosto, chupando suas bochechas lotadas e fazendo com que se mexesse sorridente debaixo de mim.

"Para! Já larguei seu sanduíche, idiota." continuou rindo. Fiz barulhos de beijos, ameaçando umas bitocas no seu rosto, beijando sua testa e seu nariz em seguida, me divertindo à beça com Taehyung, que tampava a cara.

Parei, finalmente, escutando sua risada alongada soar, e caí ao seu lado na grama, sorrindo para o céu azul, livre de nuvens.

"Temos que ser menos barulhentos," falou risonho. Concordei com um gesto de cabeça.

"Você me fez perder quase todo meu sanduíche." constatei num sorriso, olhando o coitado, lá, jogado na grama. Virei o rosto para Taehyung, que se sentou no meu colo de repente, não me dando chance de pensar.

"Tae... nossos pais podem ver." falei, fazendo o contrário do que minhas palavras diziam. Segurei sua cintura e senti seu nariz no meu.

"Vamos fazer um piquenique. Eu pego frutas e você vê algum lanche na cozinha. Te encontro na grande árvore." beijou minha bochecha, antes de se levantar, me deixando perplexo.

Oi?

1/4 de ponteiro de hora depois

Depois da minha caminhada de dez minutos, avistei a árvore. E Taehyung.

Bem, ela meio que tem uma história com a gente. E falando em história, aproveito o fio da meada para dizer que a minha com Taehyung não é muito longa. Há três anos, seus pais começaram a visitar o campo anualmente. Minha mãe reencontrou a amiga de faculdade, a mãe de Taehyung, que conheceu antes de meu pai na cidade grande, e fez o convite. E há três anos, vi Taehyung pela primeira vez.

Eu tinha quatorze anos. Ele também. Como resultado, enquanto nossos pais passavam o dia todo fazendo coisas de velhos, nos aproximamos. Ensinei a ele como cavalgava na primeira vez que esteve aqui. Reconhecia que era um garoto bonito. Mas não tentei nada.

Quando veio no segundo ano, eu tinha acabado de ter minha primeira vez com um cara. E gostei pra cacete. Quando o vi, parei para observá-lo de fato. Ele era lindo. Demais. Muito mais do que me lembrava. Ensinei a ele a pescar daquela vez, e mostrei meus locais preferidos na cidade... Mas ele não demonstrava interesse. E não achei que gostasse de meninos.

Na terceira vez, no ano passado, havia todo esse ar diferente em Taehyung. Ele parecia que havia crescido. Tanto por dentro como por fora. E era como se a puberdade realmente tivesse o alcançado. Ele cresceu, ficou até alguns centímetros maior que eu, descoloriu o cabelo também. Sua bunda ficou maior. Pensava sobre isso todos os dias. Mas daí em diante, vi o garoto mentir para a mãe dele, dar em cima de mim quando ninguém via, e xingar pra caramba, quando ninguém estava vendo também. Era uma mudança completa. E sexy, de certa forma.