Coração apertado

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   Thomas

 
Apertado. Meu coração está novamente apertado, como se algo ruim novamente vai acontecer a qualquer momento. Como naquele dia infernal.

Isso sempre acontece quando entro de algum carro. Por isso faço de tudo para alguém ir no meu lugar, mas hoje a vida resolveu brincar um pouco com a minha cara, e ainda por cima trazer a mais nova moradora da minha fazenda. Isabele.

Quatro dias em que ela está na fazenda, está começando a me dar coceira na nuca. Isso não é nada bom. Quando tive essa coceira, foi quando me apaixonei pela minha falecida noiva. Caroline.

Tenho que afastar ela o quanto antes. Não quero machucar mais ninguém.

- A fazenda é bem grande - Depois de algum tempo em um silêncio perturbador, ela resolve falar. - O dono dela sabe cuidar perfeitamente.

Como assim o dono ? Será que ela não sabe que sou o dono da fazenda ? Olha que interessante, ela tem o jeito dessas patricinhas que não podem ver uma barata que já quase infartam, mas na verdade não.

Pouco tempo e já notei algo que fascina. Ela é simples e gentil, e está me tratando como igual, achando que sou um dos trabalhadores.

- Você cresceu nela, me conte como é morar lá ? - Olhei pra ela de relance e sorri. Ela está mesmo interessada em saber detalhes da fazenda.

- Ah. Posso resumir em uma palavra ? - Ela balança a cabeça concordando - Maravilhoso. Não tenho como explicar muito, já que amo ela e não conseguiria ficar longe por muito tempo.

- Entendi. - Fica pensativa - Eu também não iria conseguir ficar longe por muito tempo.

Sua simpatia me encanta. Na verdade fiquei encantado assim que a vi. Seus cabelos totalmente ruivos, posso comparar com o por do sol. Diferente dos de Caroline que eram castanhos claros. Mais baixa e magra, totalmente diferente de Caroline que era bem avantajada em tudo.

Esses cinco anos em que me fechei totalmente, não tive olhos pra outras mas como o sol, Isabele chegou de forma diferente.

Oras Thomas, que pensamentos são esses ? Não tô afim de me amarrar a ninguém, e além dela ser muito nova pra mim.

- Chegamos - Avisei assim que entramos na pequena cidade. Mas como em tudo lugar pequeno a língua do povo é grande junto a curiosidade, sei que logo terá gente na rua e nos portões de suas casas.

- Ah que bom. - Se ajeita no banco da caminhonete.

Fui diminuindo a velocidade conforme ia chegando perto da loja de construção. Sinto minha barriga roncar então olho o relógio do meu pulso e marcam onze e meia. Hora do almoço, mas serviço é serviço e não posso esperar mais para comprar as cercas elétricas.

Como se não houvesse o amanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora