— Para onde? — perguntou o taxista, suando profusamente e esticando o pescoço para dar uma olhada em Anastasia no banco de trás, as anáguas armadas do vestido de noiva fazendo com que a seda branca se alteasse feito velas imensas de uma embarcação antiga.
O interior do táxi estava malcheiroso, ela abriu a janela para deixar o ar circular.
— Para qualquer lugar — disse quase tossindo, precisando de uma brisa fresca, mas o ar quente e abafadiço de fora só a deixou ainda mais nauseada.
O taxista lançou-lhe outro olhar.
— Tenho de ir para algum lugar, moça.
Para onde ir, para onde ir depois de ter deixado sua família, Christian e quatrocentas e cinqüenta pessoas para trás na igreja?
Ela teria de ir para algum lugar onde ninguém a encontrasse. Algum lugar onde não houvesse ninguém.
— Para o Edifício Torre, em Wall Street — disse Anastasia, afundando no assento, dando o nome do prédio onde trabalhava.
Era sábado, o escritório estaria deserto, e nem sequer Christian pensaria em procurá-la lá.
Fechando os olhos, tentou esquecer que acabara de fugir de seu próprio casamento, que ela, Anastasia Steele, deixara Christian Grey, o Solteiro Mais Sexy de Nova York, plantado no altar.
Mas, de olhos fechados, ela viu tudo, viu como aconteceu.
Sabia até qual fora o dia... a hora... o momento... em que tudo em sua vida mudara.
Dezesseis de junho. O escritório dele. A insegurança dela.
— Willa, preciso de cópias disto imediatamente — disse Christian Grey, atirando uma papelada na mesa sem levantar os olhos — e que os dois relatórios de cima sejam enviados por fax para o cliente anotado na folha de rosto.
Anastasia sentiu um aperto no peito. Havia cinco meses e meio que trabalhava para ele. Cinco meses e meio, e o homem ainda não sabia seu nome.
— É Anastasia — corrigiu-o timidamente, o rubor espalhando-se por suas faces.
— O quê?
Ela engoliu em seco, mortificada. Já o corrigira antes, inúmeras vezes, na verdade, mas o chefe sempre estivera saindo, ou entrando do escritório, ou em meio a algo importante e, daquele modo, ela perdoara os deslizes e arranjara justificativas para ele.
Mas depois de cinco meses e meio, as desculpas haviam se esgotado. A paciência dela acabara. Não podia continuar daquela maneira, não conseguia lidar com o fato de permanecer invisível. Era decididamente tempo de dar um basta àquilo.
Depois de respirar fundo, falou:
— Você me chamou de Willa.
Ele não levantou os olhos. Sua atenção nunca se desviava de seu Palm Pilot, o computador de bolso, onde estava fazendo várias anotações.
— Sim.
Anastasia umedeceu os lábios, ciente de seu nervosismo e jamais tendo se sentido tão desajeitada, ou tola. E, pior de tudo, com o orgulho ferido pelo fato de o sr. Grey continuar completamente alheio à sua existência, enquanto ela sabia... e era esperado que soubesse... tudo a respeito dele.
Christian Louis Grey. Nascido em primeiro de agosto, em Boston, Massachusetts.
Ele recebia quatro jornais diariamente, mas só começava a ler depois de ter se exercitado na esteira e com pesos usados em sua ginástica matinal.
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A secretária de Christian Grey
FanfikceO sexy magnata de negócios Christian Grey acabou de ser votado "O Homem do Ano", pela revista News Weekly. Ansioso para escapar do centro das atenções da mídia, Christian decide que é tempo de arranjar uma esposa. Assim, o solteiro mais cobiçado de...